Livre circulação entre UE e Reino Unido acaba em 2019
31 de julho de 2017
Após declarações divergentes de ministros do governo britânico, gabinete de Theresa May diz que liberdade de movimento será encerrada na data da consolidação do Brexit, sem período transitório.
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Um porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou nesta segunda-feira (31/07) que a livre circulação entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) será encerrada na data em que o país deixar o bloco europeu, ou seja, em 2019.
"A livre circulação termina em março de 2019", disse o porta-voz James Slack, acrescentando que o governo já delineou alguns detalhes sobre os direitos dos cidadãos europeus que vivem em solo britânico após o Brexit (saída do Reino Unido da UE).
"Outros elementos do sistema de migração pós-Brexit serão divulgados no devido tempo. Seria equivocado especular sobre como eles seriam ou sugerir que a livre circulação permanecerá como é agora", disse o porta-voz de May.
A declaração do gabinete da primeira-ministra veio à tona após uma série de opiniões divergentes expressadas pelos ministros do próprio governo em relação ao Brexit.
O ministro das Finanças do país, Philip Hammond, disse na última sexta-feira que implementar controles à livre circulação após o Brexit levaria ainda algum tempo, gerando especulações de que o livre trânsito continuaria válido durante um período transitório de três anos.
Os impactos do Brexit para os cientistas na Inglaterra
04:41
No domingo, o ministro britânico do Comércio Exterior, Liam Fox, rechaçou a possibilidade de um acordo que permitisse a livre circulação de trabalhadores durante um período transitório.
Ao jornal britânico Sunday Times, Fox disse que um acordo desse tipo não seria fiel ao resultado do referendo de junho de 2016, quando a maioria dos eleitores britânicos optou pela saída do país da UE. O ministro disse que o governo não chegou a um consenso sobre manter a política de migração de cidadãos europeus durante um período de transição.
Slack disse que os membros do gabinete de May concordam amplamente sobre a necessidade de que o Brexit ocorra da maneira mais suave possível. Ele, porém, ressaltou que a posição do governo é a mesma expressada pela primeira-ministra num discurso em janeiro.
Na ocasião, ela afirmou que não seria do interesse de nenhuma das partes envolvidas que houvesse uma saída abrupta do bloco europeu em termos de comércio, mas que isso não significaria a busca por um "status ilimitado de transição".
RC/rtr/efe/ap
Com Brexit, vila alemã vira centro da União Europeia
Quando se concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia, Gadheim, de 89 habitantes, será o centro geográfico do bloco. A vila é tão pequena, que nem prefeito tem.
Bem-vindo a Gadheim, o futuro centro da UE
As poucas casas de Gadheim estão localizadas nas colinas de uma região vitivinícola da Baviera, agrupadas ao longo de uma estrada que serpenteia campos dominados por turbinas eólicas.
Típica vila bávara
Os habitantes de Gadheim estão orgulhosos de que suas casas, vinhas, campos infinitos e o sinuoso rio Meno estejam no foco das atenções.
Foto: Getty Images/AFP/D. Roland
Gadheim, centro da Europa?
"A maioria aqui ouviu a notícia no rádio", disse Jürgen Götz, prefeito de Veitshöchheim, que fica nas proximidades. A vila de Gadheim é muito pequena e por isso não tem prefeito. "Inicialmente pensamos tratar-se de uma piada", disse Götz. Na foto, Götz com a bandeira da União Europeia e com a agricultora Karin Kessler, que custa a acreditar que sua localidade ficou famosa da noite para o dia.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Um campo é o centro geográfico da UE
Inicialmente ela pensou que a localização exata atingiria o terreno do vizinho, mas o filho dela enviou-lhe uma mensagem com o mapa e as coordenadas exatas: o novo centro geográfico da UE será no meio de um campo de colza dela. "O fato de que isso só esteja acontecendo por causa desse Brexit eu considero uma vergonha", disse ela.
Foto: picture alliance/dpa/D. Karmann
Outra localidade lamenta
Já Westerngrund, a cerca de 60 quilômetros a noroeste de Gadheim, perderá o título de centro da UE, adquirido em 2013 quando a Croácia ingressou no bloco. Escolares da vila verificaram que cerca de 6 mil pessoas de 93 países assinaram o livro de visitantes guardado no local exato onde é o centro geográfico até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Turistas não tão entusiasmados
Várias bandeiras alemãs e da União Europeia marcam o local que ainda é o centro da UE. "Nós contávamos com ônibus chineses nos visitando todas as semanas. Na realidade, isso não aconteceu", disse Christoph Biebrich, o padeiro de Westerngrund, que criou pães em forma de anel com um buraco, que representa o umbigo da UE, cercado de estrelas.
Foto: picture-alliance/ dpa/R. Hettler
Até a próxima mudança na União Europeia
Fica o conselho do padeiro Biebrich para o povo de Gadheim: "Não se apeguem ao seu lugar ao sol. Isso logo vai mudar". Tanto os moradores de Westerngrund quanto os de Gadheim esperam que a próxima vez que o centro da UE se mover seja por causa de um novo membro, e não por causa de uma saída.