Livro de memórias de Angela Merkel será lançado em novembro
13 de maio de 2024
Ex-chanceler federal alemã faz retrospectiva de sua vida em obra com cerca de 700 páginas, sob o título "Liberdade". Ela vem mantendo um perfil relativamente discreto desde que deixou o cargo.
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As memórias da ex-chanceler federal alemã Angela Merkel serão publicadas em 26 de novembro, anunciou a editora Kiepenheuer & Witsch nesta segunda-feira (13/05).
O livro, intitulado Liberdade. Memórias 1954 – 2021, será lançado em mais de 30 países, informou a editora. O lançamento ocorre quase três anos após o fim do mandato de 16 anos de Merkel.
Em suas memórias, ela faz uma retrospectiva "de sua vida em dois Estados alemães – 35 anos na Alemanha Oriental, 35 anos na Alemanha reunificada", informou a editora.
Merkel nasceu em Hamburgo, no noroeste da Alemanha, em 1954, mas se mudou com sua família para a antiga RDA pouco tempo depois.
Ela escreveu o livro a quatro mãos com Beate Baumann, sua chefe de gabinete e assessora política de longa data.
"O que é liberdade para mim? Essa pergunta me ocupou durante toda a minha vida", disse Merkel em um comunicado após o anúncio.
"Sem democracia não há liberdade, não há Estado constitucional, não há proteção dos direitos humanos", afirmou.
Em um nível pessoal, acrescentou, liberdade significa "não parar de aprender, não ter que ficar parada, mas poder ir além, mesmo depois de deixar a política."
Longe dos holofotes, mas legado sobre Rússia sob críticas
Merkel vem mantendo um perfil relativamente discreto desde que deixou o cargo. Ela se manteve fora de disputas políticas e de eventos de seu partido de centro-direita, a União Democrata Cristã (CDU).
Eleita a mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes por dez anos consecutivos, Merkel esteve à frente da maior economia da Europa entre 2005 e 2021. Ela foi a primeira e, até o momento, a única mulher a ocupar o cargo de chanceler federal da Alemanha.
A longeva chefia de governo de Angela Merkel deixou o cargo em 2021. Reveja alguns momentos que marcaram os quatro mandatos da chanceler federal.
Foto: Georg Wendt/dpa/picture alliance
O primeiro juramento
Em 22 de novembro de 2005, Angela Merkel prestou juramento perante o então presidente do Bundestag, Nortbert Lammert, como a primeira mulher e a primeira representante do leste alemão a se tornar chanceler federal. Àquela altura, ninguém podia prever que ela permaneceria na chefia de governo por 16 anos.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Bergmann
O cachorro de Putin
Esta imagem ficará na memória: Merkel se mostrou inabalável durante uma visita ao presidente russo, Vladimir Putin, em 2007 - até mesmo quando o cachorro dele apareceu. Houve quem interpretasse a presença do animal como uma provocação: é fato conhecido que Merkel tem medo de cães desde que foi mordida certa vez.
Foto: Imago/ITAR-TASS
Selfie com a chanceler federal
A selfie de Merkel com o jovem refugiado Anas Modamani, da Síria, rodou o mundo. Quando a chanceler federal visitou o abrigo em que Modamani se encontrava, em Berlim, ele inicialmente não sabia quem ela era. A foto acabou se tornando um símbolo da famosa frase de Merkel "Nós vamos conseguir", proferida no contexto da crise migratória de 2015.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Registro diplomático
O governo Merkel é marcado sobretudo por uma série de difíceis encontros políticos - como este da foto, durante a cúpula do G7 de 2018, no Canadá. A imagem ocupou manchetes em todo o mundo. Será que Merkel estava explicando ao então presidente dos EUA, Donald Trump, como as coisas devem ser feitas?
Foto: Reuters/Bundesregierung/J. Denzel
Experiência com personalidades difíceis
Durante uma visita aos EUA em 2017, Merkel ficou visivelmente irritada com o recém-empossado presidente Trump. O encontro gerou especulações: será que o líder americano realmente se recusou a apertar a mão da chanceler federal alemã diante das câmeras? Posteriormente, apesar de todo o o burburinho, Merkel falou numa "troca boa e aberta" com o republicano.
Foto: Reuters/J. Ernst
Uma questão de estilo
Não apenas a política de Merkel, mas também suas roupas foram objeto de discussão: durante uma visita à ópera em Oslo, ela usou um vestido decotado - e assim provocou discussões que chegaram até o nível da coletiva de imprensa do governo federal. Mas, no geral, Merkel optou principalmente por vestir blazers e calças.
Foto: picture-alliance/ dpa
Caminhadas nas horas vagas
Pouco se sabe sobre a vida privada de Merkel - exceto, por exemplo, sobre seu gosto por caminhadas, muitas vezes ao lado do marido, Joachim Sauer, na ilha italiana de Ischia. Uma vez ela revelou que as caminhadas a permitiam se desconectar do trabalho.
Foto: picture-alliance/ANSA/R. Olimpio
Viva o futebol!
Normalmente transmitindo uma imagem bastante tranquila, Merkel mostrou diversas vezes um lado diferente quando se tratava de futebol, como neste momento registrado durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, em que ela comemora um gol da seleção nacional. Uma confidente próxima revelou há alguns anos que particularmente o Bayern de Munique agradava à chanceler federal.
Foto: imago/ActionPictures
Um gesto simbólico
O típico gesto de Merkel - um losango feito com as mãos diante da barriga - tornou-se marca registrada da líder alemã. O losango não foi apenas usado na campanha eleitoral de 2013, mas também transformado em emoji. Quem sentir falta do gesto talvez possa matar as saudades com Olaf Scholz: na campanha eleitoral de 2021, o candidato social-democrata a chanceler federal também adotou o losango.
Foto: REUTERS
Olha o passarinho
Merkel como nunca se viu: às vésperas das eleições federais de 26 de setembro de 2021, quando eleitores foram às urnas para selar o fim da era Merkel, a chanceler federal visitou o Parque de Aves Marlow, no estado alemão de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Fotos divertidas da chefe de governo na companhia de passarinhos logo viralizaram, transmitindo uma imagem descontraída da líder alemã.
Foto: Georg Wendt/dpa/picture alliance
Lembrança inusitada
Com blazer vermelho, colar e o típico gesto de losango, este ursinho de pelúcia fabricado pela empresa familiar Hermann homenageia Merkel. Os 500 exemplares do bichinho logo se esgotaram, mas um deles ainda deverá ser presenteado a chanceler federal que em breve deixará o cargo.