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'A sutil diferença'

26 de agosto de 2011

Jürgen Klinsmann, Felix Magath, Rudi Völler, Louis van Gaal: capitão da seleção alemã acerta as contas com ex-treinadores em livro polêmico, que causou indignação no futebol do país.

Mesmo com a polêmica, Lahm segue como capitão da seleçãoFoto: AP

Grandes nomes do futebol alemão reagiram com indignação aos comentários feitos pelo capitão da seleção nacional, o lateral Philipp Lahm, em seu livro Der feine Unterschied (A sutil diferença), que chega às livrarias da Alemanha na próxima segunda-feira (29/08) e teve trechos adiantados pelo jornal Bild.

Entre os técnicos que foram alvos de comentários pouco elogiosos de Lahm estão estrelas do futebol alemão e europeu, como Jürgen Klinsmann, Felix Magath, Rudi Völler e Louis van Gaal.

Sobre os dez meses de Klinsmann à frente do Bayern de Munique, em 2008, Lahm afirma que o técnico fracassou desde o início. "Depois de seis ou oito semanas, todos os jogadores sabiam que não funcionaria com Klinsmann", escreve Lahm.

"Com Klinsmann treinávamos praticamente só o condicionamento físico. Questões táticas, era só um pouco", diz Lahm, e acrescenta: "Nós jogadores tínhamos que nos reunir por conta própria antes do jogo, para decidir com iríamos jogar."

Louis van Gaal

O lateral do Bayern de Munique também acerta contas com Van Gaal, técnico da equipe na temporada passada. "A época dos treinadores que apenas falam com seus jogadores para passar ordens já se foi. É claro que um treinador moderno deve comandar sua equipe, mas não deve se comprometer, contra a vontade dos jogadores, com um estilo de jogo que não é adequado para a equipe."

Para Lahm, Van Gaal dá muito valor à disciplina, e também "dá muito valor a si mesmo". O holandês, que na primeira temporada no Bayern ganhou a Bundesliga e a Copa da Alemanha, além de levar o clube à final da Liga dos Campeões, recusou-se a ver os erros de sua filosofia de trabalho na segunda temporada, critica Lahm.

Divertido e sem método

Magath também não foi poupado por Lahm. Os métodos do técnico garantem sucesso apenas por algum tempo, diz o lateral. "Felix Magath trabalha com pressão", descreve Lahm, e em algum momento os jogadores não estão mais do lado dele. Magath deixou o Bayern de Munique em 2007, depois de duas temporadas bem-sucedidas, com a conquista da Bundesliga e da Copa da Alemanha.

Sobre Völler, que foi técnico de Lahm na seleção alemã, o jogador escreve que os jogadores não treinavam "nada de especial". O estilo de trabalho do técnico era "divertido, mas totalmente sem método", diz o lateral.

Reações e desculpas

Völler reagiu com indignação aos comentários. "Considero isso uma impertinência sem igual, por exemplo o que ele escreveu sobre o seu ex-técnico Jürgen Klinsmann", declarou o diretor-esportivo do Bayer Leverkusen à agência de notícias DPA. Para ele, Lahm não tem caráter.

Magaht reagiu irritado. "Tenho só uma coisa para dizer: não é assim que alguém se torna uma personalidade! Qualquer pessoa que escreve um livro quer vender esse livro, ou seja, fazer dinheiro. E, para isso, ele deve conter algo que interesse às pessoas", declarou o técnico do Wolfsburg ao jornal Die Welt.

Diante das inúmeras críticas e do risco de perder a braçadeira de capitão da seleção, Lahm divulgou uma nota de desculpas. "É claro que eu não queria agredir pessoalmente nem mesmo ofender Rudi Völler, Jürgen Klinsmann e outras pessoas. Sinto muito por isso", disse Lahm. A Federação Alemã de Futebol (DFB) confirmou que Lahm segue sendo o capitão da equipe alemã.

AS/dpa/sid
Revisão: Carlos Albuquerque

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