Paris e Amsterdã receberão autoridades bancária e de medicamentos, que deixarão capital britânica após saída do Reino Unido da UE. Espanha culpa separatismo catalão por Barcelona ter sido preterida.
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O Conselho de Assuntos Gerais da União Europeia (UE) escolheu nesta segunda-feira (20/11) Paris para sediar a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) e Amsterdã como futura sede da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
A EBA e a EMA, atualmente localizadas em Londres, terão que deixar o Reino Unido quando este país tiver saído da UE, o que está previsto para março de 2019. As sedes são muito cobiçadas por causa dos empregados que geram e por movimentarem a economia local com encontros e conferências. A EMA, por exemplo, atrai cerca de 35 mil pessoas à sua sede todos os anos.
Barcelona era tida como uma das favoritas para receber a EMA, mas foi eliminada já na primeira rodada de votação. O governo espanhol atribuiu a eliminação às incertezas criadas pelo movimento separatista catalão.
Paris e Amsterdã foram escolhidas por sorteio na terceira rodada da votação, após empates na segunda rodada. A capital francesa empatou com Dublin por 13 votos, um a menos que o necessário para vencer a disputa. Já Amsterdã estava empatada com Milão.
Frankfurt, sede do Banco Central Europeu, era uma das favoritas para sediar a EBA, mas caiu fora na segunda rodada, ao receber apenas quatro votos.
Também saíram perdendo os países do Leste Europeu, que se queixam que poucas das cerca de 40 instituições europeias são sediadas na região e exigiam para si ao menos uma das duas.
Com 159 funcionários, a EBA é responsável pela regulamentação e supervisão dos bancos europeus, além de manter a estabilidade e garantir a integridade, eficiência e o bom funcionamento das instituições bancárias. Com cerca de 900 funcionários, a EMA exerce papel fundamental perante a indústria farmacêutica, autorizando o comércio de medicamentos no bloco.
A França já sedia quatro agências da UE. A Autoridade Europeia de Valores e Mercados e o Instituto de Estudos de Segurança da UE também têm sede em Paris.
A Comissão Europeia se encarregará das propostas legislativas para as mudanças. A decisão ainda precisa da aprovação final dos países e do Parlamento Europeu.
RC/efe/rtr/dpa
Com Brexit, vila alemã vira centro da União Europeia
Quando se concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia, Gadheim, de 89 habitantes, será o centro geográfico do bloco. A vila é tão pequena, que nem prefeito tem.
Bem-vindo a Gadheim, o futuro centro da UE
As poucas casas de Gadheim estão localizadas nas colinas de uma região vitivinícola da Baviera, agrupadas ao longo de uma estrada que serpenteia campos dominados por turbinas eólicas.
Típica vila bávara
Os habitantes de Gadheim estão orgulhosos de que suas casas, vinhas, campos infinitos e o sinuoso rio Meno estejam no foco das atenções.
Foto: Getty Images/AFP/D. Roland
Gadheim, centro da Europa?
"A maioria aqui ouviu a notícia no rádio", disse Jürgen Götz, prefeito de Veitshöchheim, que fica nas proximidades. A vila de Gadheim é muito pequena e por isso não tem prefeito. "Inicialmente pensamos tratar-se de uma piada", disse Götz. Na foto, Götz com a bandeira da União Europeia e com a agricultora Karin Kessler, que custa a acreditar que sua localidade ficou famosa da noite para o dia.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Um campo é o centro geográfico da UE
Inicialmente ela pensou que a localização exata atingiria o terreno do vizinho, mas o filho dela enviou-lhe uma mensagem com o mapa e as coordenadas exatas: o novo centro geográfico da UE será no meio de um campo de colza dela. "O fato de que isso só esteja acontecendo por causa desse Brexit eu considero uma vergonha", disse ela.
Foto: picture alliance/dpa/D. Karmann
Outra localidade lamenta
Já Westerngrund, a cerca de 60 quilômetros a noroeste de Gadheim, perderá o título de centro da UE, adquirido em 2013 quando a Croácia ingressou no bloco. Escolares da vila verificaram que cerca de 6 mil pessoas de 93 países assinaram o livro de visitantes guardado no local exato onde é o centro geográfico até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Turistas não tão entusiasmados
Várias bandeiras alemãs e da União Europeia marcam o local que ainda é o centro da UE. "Nós contávamos com ônibus chineses nos visitando todas as semanas. Na realidade, isso não aconteceu", disse Christoph Biebrich, o padeiro de Westerngrund, que criou pães em forma de anel com um buraco, que representa o umbigo da UE, cercado de estrelas.
Foto: picture-alliance/ dpa/R. Hettler
Até a próxima mudança na União Europeia
Fica o conselho do padeiro Biebrich para o povo de Gadheim: "Não se apeguem ao seu lugar ao sol. Isso logo vai mudar". Tanto os moradores de Westerngrund quanto os de Gadheim esperam que a próxima vez que o centro da UE se mover seja por causa de um novo membro, e não por causa de uma saída.