Ministro da Defesa e premiê britânicos afirmam que não há necessidade de segunda consulta sobre separação da Escócia do Reino Unido. Em 2014, 55,3% dos escoceses votaram contra a independência.
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O ministro da Defesa britânico, Michael Fallon, disse nesta quinta-feira (02/02) que Londres não vai apoiar a realização de um segundo referendo sobre a separação da Escócia do Reino Unido até o fim da atual legislatura parlamentar, em 2020.
"Não, pode esquecer", disse em entrevista ao jornal Herald ao ser perguntado se apoiaria a independência da Escócia. "Deixamos claro que não há nenhuma necessidade de um segundo referendo", afirmou à rede britânica BBC.
Segundo Fallon, a primeira-ministra Nicola Sturgeon, do Partido Nacional Escocês, deveria respeitar o resultado do referendo de 2014, em que 55% dos escoceses votaram por permanecer no Reino Unido.
Desde o resultado a favor do Brexit nas urnas britânicas, em junho do ano passado, nacionalistas discutem como a votação que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) pode impulsionar o movimento pró-independência escocesa.
No Twitter, Sturgeon disse que impedir um segundo referendo na Escócia seria uma "manobra desastrosa".
A primeira-ministra britânica, Theresa May, responsável pelas negociações do Brexit, também não vê a necessidade de uma segunda votação.
"Acreditamos que esse assunto foi resolvido em 2014. Sondagens atuais não sugerem que está havendo uma grande mudança nas visões sobre um novo referendo", afirmou.
Na votação sobre o Brexit, 62% dos escoceses votaram pela permanência do Reino Unido no bloco europeu. Na votação sobre a separação da Escócia do Reino Unido, em 2014, 55,3% dos escoceses optaram pelo "não", e 44,7%, pelo "sim".
KG/rtr/afp
Eurocéticos comemoram Brexit
Da França à Hungria, da Holanda à Sérvia. políticos populistas de direita de todo o continente se apressaram em declarar sua aprovação à decisão dos eleitores do Reino Unido a favor da saída da UE.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Sulejmanovic
Marine Le Pen - França
"Vitória para a liberdade! Como tenho reivindicado há anos, deve agora haver o mesmo referendo na França e em todos os países da UE", disse Marine Le Pen, líder do partido francês de extrema direita Frente Nacional.
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Frauke Petry - Alemanha
"Chegou o momento para uma nova Europa!", comentou Frauke Petry, uma das presidentes do partido Alternativa para a Alemanha (AfD).
Foto: Reuters/W. Rattay
Geert Wilders - Holanda
"Viva os britânicos! Agora é a nossa vez. Hora de um referendo holandês!", comemorou o líder do Partido para a Liberdade (PVV), Geert Wilders,
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Norbert Hofer - Austria
"A União Europeia tem que andar numa nova direção agora, se quiser sobreviver", alertou Norbert Hofer, da legenda populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ).
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Vladimir Jirinovski - Rússia
"Vamos enviar um telegrama parabenizando o primeiro-ministro Cameron: 'Caro David, meu amigo, estamos felizes que o povo britânico tenha feito a escolha certa, independente da sua propaganda. Claro que você precisa renunciar imediatamente'", disse Vladimir Jirinovski , chefe do Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR).
Foto: dapd
Viktor Orbán - Hungria
"Bruxelas deve ouvir a voz do povo, esta é a maior lição dessa decisão. A Europa é forte somente se pode dar respostas às principais questões, como a imigração. A UE deixou de dar essas respostas", afirmou o premiê húngaro, Viktor Orbán.
Foto: Reuters
Vojislav Seselj - Sérvia
O líder ultranacionalista Vojislav Seselj, da Sérvia, disse que o resultado do referendo "trouxe alegria para os sérvios em todos os lugares". "Os Ingleses enfiaram uma estaca de madeira no coração do cadáver da UE", acrescentou, com conotações vampirescas.