Lua tem muito mais água do que se pensava, sugerem estudos
26 de outubro de 2020
Pesquisas confirmam presença de moléculas de H2O na superfície lunar e apontam que água estaria espalhada em abundância pelo satélite, inclusive em forma de gelo.
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A Lua pode ser muito mais rica em água do que se pensava anteriormente, segundo apontaram dois estudos publicados na revista científica Nature Astronomy nesta segunda-feira (26/10).
Até a metade dos anos 1990, a ciência acreditava que o satélite da Terra era completamente seco. Foi quando surgiu uma série de descobertas sugerindo que a Lua poderia ter vestígios de água em sua superfície.
Agora, os novos estudos não só comprovaram a existência de moléculas de H2O no astro, como apontaram que elas estariam presentes em grandes quantidades, inclusive em forma de gelo.
A água é um recurso precioso, e uma presença relativamente abundante da substância na superfície lunar é considerada importante para futuras missões de astronautas e robôs no espaço, que poderiam extraí-la para beber, se refrescar ou até mesmo usá-la como combustível.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, a Nasa saudou o que chamou de "nova descoberta emocionante". A agência espacial americana planeja enviar astronautas de volta à Lua em 2024.
Uma equipe de cientistas liderada por Casey Honiball, do Centro de Voos Espaciais Goddard, da Nasa, detectou moléculas de água na superfície da Lua, presas dentro de vidros naturais ou entre grãos de detritos.
Pesquisas anteriores que encontraram indícios da presença de água no satélite não haviam sido capazes de distinguir se se tratava mesmo de água (H2O) ou de hidroxila, uma molécula composta de um átomo de hidrogênio e um de oxigênio. O novo estudo, por sua vez, usou um método de detecção que produziu resultados inequívocos.
O segundo estudo se concentrou nas chamadas "armadilhas geladas" na Lua, regiões em sua superfície que estão em estado constante de escuridão e onde as temperaturas não passam de 163 °C negativos. O frio é suficiente para que água congelada permaneça estável por bilhões de anos.
Liderada pelo cientista Paul Hayne, da Universidade de Colorado, a pesquisa sugere que a Lua possui cerca de 40 mil quilômetros quadrados de áreas permanentemente sombreadas, não iluminadas pelo Sol, que potencialmente podem abrigar bolsões ocultos de água congelada. A maioria está localizada nas regiões polares.
"Nossa pesquisa mostra que uma infinidade de regiões previamente desconhecidas da Lua podem abrigar gelo", conta Hayne. "Nossos resultados sugerem que água pode estar muito mais difundida nas regiões polares da Lua do que se pensava anteriormente, tornando mais fácil acessá-la, extraí-la e analisá-la."
Mas um mistério que ainda permanece sem solução é a fonte da água lunar. "A origem da água na Lua é uma das grandes perguntas que estamos tentando responder por meio desta e de outras pesquisas", afirma o cientista. "Atualmente, as principais hipóteses são cometas, asteroides ou pequenas partículas de poeira interplanetária, vento solar e a própria Lua, através da liberação de gases de erupções vulcânicas."
Segundo Hayne, compreender a origem da água na Lua também pode lançar luz sobre as origens da água na Terra – "ainda uma questão em aberto na ciência planetária".
EK/afp/ap/rtr/dpa
Apollo 11: Fotos da chegada do homem à Lua
Em 1969, Neil Armstrong se tornava o primeiro homem a pisar na Lua. Um passo incrível. Ainda hoje, o satélite terrestre nos fascina – especialmente quando vemos fotos tiradas na época da histórica missão espacial.
Foto: NASA
"Um pequeno passo para um homem"
Primeiros passos na Lua. Ao pisar na superfície lunar, em 20 de julho de 1969, o americano Neil Armstrong disse uma das frases mais famosas de todos os tempos: "Este é um pequeno passo para [um] homem, mas um grande salto para a humanidade." Ainda hoje se discute como e quando o astronauta chegou a essa frase, e se ao dizê-la ele esqueceu o artigo "um". Existem até mesmo estudos sobre isso.
Foto: NASA
A partida
Da sala de controle do Centro Espacial Kennedy (KSC), o diretor do programa Apollo, Samuel C. Phillips, supervisiona as atividades antes da partida, em 16 de julho de 1969. Apollo 11, a primeira missão de pouso lunar, foi lançada com o foguete Saturno 5. A bordo da espaçonave estavam Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.
Foto: NASA
TV espacial
Estas três pessoas estavam entre os milhares de curiosos que acamparam em praias e estradas próximas ao Centro Espacial Kennedy, a estação de lançamento da Nasa, no Cabo Canaveral, na Flórida, para acompanhar de perto a partida da Apollo 11. Cerca de um milhão de pessoas foram ao local ver de perto o voo espacial histórico.
Foto: NASA/Kennedy Space Center
Luzes, câmera, ação, decolar!
Mas não apenas milhares de entusiastas estavam presentes, também milhares de repórteres cobriram a partida da missão Apollo 11. Um total de 3.497 jornalistas foi oficialmente credenciado para o acontecimento, e todos se amontoaram na área de imprensa do Centro Espacial Kennedy. Em 16 de julho de 1969, o Saturno 5 decolou.
Foto: NASA
Trabalho em equipe
Um dos tripulantes não pôde pisar na Lua e teve que ficar em órbita. Michael Collins (centro) disse em 2009: "Eu me senti parte do que aconteceu na Lua. Sei que eu seria um mentiroso ou um idiota se dissesse que ocupei o melhor dos três assentos [da Apollo 11], mas posso dizer honestamente que estou satisfeito com o que fiz."
Foto: NASA/Kennedy Space Center
"A águia pousou!", mas...
Às 20h17min58s (UTC) de 20 de julho de 1969, Neil Armstrong fez uma transmissão concisa: "A águia aterrissou!" Mas demorou um pouco até os dois astronautas realmente pisarem na Lua. Primeiro, o voo de retorno tinha que ser preparado. Finalmente, no dia 21 de julho, às 2h56min20s (UTC), chegou o grande momento: Neil Armstrong pisou na superfície lunar.
Esta foto foi tirada por Michael Collins em 21 de julho. O módulo lunar Eagle pode ser visto em seu retorno da Lua; atrás dele, vê-se a superfície lunar e, em seu horizonte, a Terra. Enquanto Armstrong e Aldrin foram os primeiros humanos a pisar na Lua, Collins manteve seu posto no módulo de comando Columbia e ficou à espera em órbita lunar.
Foto: NASA
Amostra n° 10.003
Durante o passeio exploratório de mais de duas horas fora do Eagle, Armstrong e Aldrin coletaram 21,5 quilos de material lunar. Esta pequena rocha é parte dele. A foto foi tirada em 27 de julho, após o retorno à Terra. Durante os seis desembarques lunares, os astronautas coletaram 2.415 amostras, totalizando quase 400 quilos. Elas estão todas listadas no "Catálogo de amostras e fotos lunares".
Foto: NASA/AccuSoft Inc.
Curiosidades astrais
Mas os astronautas deixaram para trás todo tipo de coisa. Este broche de Neil Armstrong ainda é um dos itens mais emblemáticos. O ramo de oliveira de 15 centímetros de comprimento representa a paz. Futuros visitantes também poderão se deparar com bolas de golfe, uma foto de família junto a uma câmera, obras de Andy Warhol ou uma pena de falcão. E cuidado com os excrementos dos astronautas.
Foto: NASA/Johnson Space Center
De volta à Terra
Às 16h50 (UTC) de 24 de julho, a tripulação desembarcou no Pacífico, a 21 quilômetros do porta-aviões USS Hornet e a 1.480 quilômetros a sudoeste do Havaí. Na chegada, os astronautas tiveram que preencher um formulário da alfândega, declarando as rochas lunares. Indagados se eles poderiam ter trazido agentes patógenos, eles responderam: "A ser determinado." E assim foram primeiro para quarentena.
Foto: NASA/Johnson Space Center
Estrelas não apenas em trajes espaciais
Nesta foto, os astronautas da missão Apollo 11 não usam trajes espaciais, mas sombreiros e ponchos. Uma turnê os levou para 24 países e 27 cidades em 45 dias. Os Estados Unidos queriam enfatizar sua disposição de compartilhar seu conhecimento espacial. Os astronautas foram celebrados como estrelas, como aqui, na Cidade do México, em 23 de setembro de 1969.