"Lufthansa agiu corretamente ao conceder licença a copiloto"
9 de abril de 2015
Companhia e Departamento Federal de Aviação afirmam que procedimentos corretos foram observados, apesar de Lubitz ter informado sobre depressão. Copiloto é apontado como responsável por queda de avião da Germanwings.
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A companhia aérea Lufthansa e o Departamento Federal de Aviação (LBA) da Alemanha afirmaram nesta quinta-feira (09/04) que procedimentos corretos foram observados na ocasião em que o copiloto Andreas Lubitz recebeu a licença para exercer a profissão.
Carsten Spohr, presidente da Lufthansa, se reuniu com o presidente da LBA, Jörg Mendel, nesta terça-feira para discutir o caso de Lubitz. Ambas as partes afirmaram que a conversa foi "construtiva".
"Chegamos juntos à conclusão de que os procedimentos corretos para a concessão da licença ao piloto foram observados", afirmou o órgão regulador da aviação na Alemanha.
A Lufthansa afirma que o copiloto informou a escola de aviação da empresa, em 2009, de que havia passado por um "grave episódio depressivo". O incidente levantou dúvidas sobre o processo de seleção dos pilotos pelas empresas aéreas e se eles deveriam ser submetidos a mais avaliações psiquiátricas ao serem contratados.
A LBA havia dito que não tinha conhecimento sobre as condições psicológicas de Lubitz. Entretanto, a Germanwings, subsidiária da Lufthansa, afirmou que, sob regulamentações vigentes até 2013, não era obrigatório o repasse de tais informações à entidade.
RC/ap/rtr
Cronologia do desastre do voo 4U-9525
Airbus A320 da Germanwings caiu nos Alpes franceses 40 minutos após decolar de Barcelona, numa tragédia que investigadores tratam como um ato deliberado do copiloto. Uma cronologia com base nas primeiras investigações.
Foto: D. Bois/AFP/Getty Images
Decolagem com atraso
O voo 4U-9525, da companhia aérea alemã Germanwings, decola do aeroporto de Barcelona por volta das 10h00 (horário local), de 24 de março de 2015, com cerca de 20 minutos de atraso. O Airbus A320-211, com 24 anos de uso, deveria chegar às 11h55 em Düsseldorf. Havia 150 pessoas a bordo, a maioria delas alemães e espanhóis.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Vinte minutos sem problemas
Durante os 20 primeiros minutos, o voo é normal. O ambiente entre piloto, copiloto e tripulação foi descrito pelos investigadores franceses, com base no áudio de uma das caixas-pretas, como descontraído e relaxado.
Foto: picture-alliance/dpa/Ole Spata
Voo de cruzeiro
Às 10h20, o avião da Germanwings alcança a altitude de cruzeiro, de 38 mil pés (11,5 quilômetros). É a fase na qual a aeronave viaja de forma reta e nivelada, na velocidade máxima que pode atingir de modo a consumir o mínimo de combustível possível.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Vennenbernd
Último contato
Às 10h30, o avião faz o último contato com o controle aéreo. Um dos pilotos diz: "Direção IRMAR. Obrigado, 18G." A sigla é uma indicação de que a cabine recebeu dos controladores a autorização para prosseguir a rota direta até "IRMAR", próximo ponto em que o A320 deveria fazer contato. Já 18G é a abreviatura do indicador de rádio do voo.
Foto: picture-alliance/dpa/Airbus_Industrie
Piloto trancado fora da cabine
Às 10h31 o avião começa a perder altitude, quando deveria manter-se em fase de cruzeiro. Na cabine fechada, estava apenas o copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos. A caixa-preta registra chamadas de interfone, em que o piloto se identifica tentando entrar, mas sem receber qualquer resposta. Captada pelos microfones, a respiração de Lubitz é normal.
Foto: Reuters/L. Foeger
Copiloto em silêncio
Às 10h35, a agência de aviação civil francesa lança um sinal de alerta, ao perceber a perda de altitude contínua da aeronave. Um caça Mirage 2000 decola da base militar de Orange para alcançar o voo da Germanwings. Durante cerca de cinco minutos, o piloto golpeia a porta da cabine, de forma cada vez mais violenta, na tentativa de entrar. O copiloto (foto) se mantém em silêncio.
Foto: picture alliance/AP Photo
Desespero de passageiros
O transponder do A320, que envia automaticamente informações sobre sua localização, para de emitir sinais às 10h40. A caixa-preta registra a ativação do sistema de alerta sonoro do avião, que indica impacto imediato. Nos instantes finais, passageiros começam a gritar.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Christiansen
Queda nas montanhas
Cerca de 40 minutos após decolar, o A320 se choca contra o maciço de Trois Evêchés, numa zona não habitada dos Alpes franceses. Todos os 144 passageiros e seis tripulantes morrem, num dos maiores desastres aéreos da história na Europa. Entre os mortos, estão pessoas de 15 nacionalidades, incluindo 16 adolescentes da mesma escola de uma pequena cidade no oeste da Alemanha.