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Lufthansa encerra operações da Germanwings

Fernando Caulyt
7 de abril de 2020

Medida é resposta à crise causada pela pandemia de covid-19. Operações da subsidiária serão agrupadas às da Eurowings. Empresa alemã reduzirá também capacidade e aeronaves em serviço de todo o grupo.

Aviões da Germanwings e Lufthansa
Reestruturação planejada acabou sendo adiantada devido à pandemiaFoto: picture-alliance/dpa

A Lufthansa afirmou nesta terça-feira (07/04) que vai encerrar as operações de sua subsidiária de baixo custo Germanwings, como parte de uma revisão mais ampla dos negócios, que inclui a redução da capacidade em todo o grupo formado ainda por Swiss, Brussels Airlines, Eurowings e Austrian Airlines. A medida é uma resposta aos impactos da pandemia de covid-19 no setor da aviação.

A empresa alemã afirmou também que reduzirá a quantidade de operações em seus hubs (centros de distribuição de voos) de Frankfurt e Munique e também o número de aeronaves em serviço na Lufthansa e Eurowings. 

"As operações aéreas da Germanwings serão descontinuadas. Todas as opções resultantes disso devem ser discutidas com os respectivos sindicatos", frisou a empresa em nota. "A implementação do objetivo da Eurowings de agrupar operações de voo em apenas uma unidade, definida antes da crise, será agora acelerada." 

Fundada em 1997 como subsidiária da Eurowings, a Germanwings, que já chegou a operar seus próprios voos, recentemente estava operando voos somente para a Eurowings sob "wet-lease" [contrato de arrendamento de aeronave com tripulação].

No final de 2014, a Lufthansa anunciou que iria adotar somente a marca Eurowings, unindo as atuais ofertas das duas empresas. A principal economia prevista seria nos custos de pessoal, já que os funcionários da Eurowings têm salários menores por não estarem incluídos no acordo coletivo dos funcionários da Lufthansa. 

"Anos para que viagens retornem ao período pré-crise" 

Na nota, a empresa afirmou ainda que "o conselho executivo da Lufthansa não espera que o setor de aviação retorne rapidamente ao nível anterior da crise de coronavírus". O texto diz que levará meses para que as restrições globais de viagens sejam completamente eliminadas e anos para que as viagens aéreas globais retornem aos níveis pré-crise. 

A Lufthansa informou também que desativará seis Airbus A380, sete A340-600, bem como cinco Boeings 747-400. Além disso, 11 Airbus A320 serão retirados das operações de curta distância. A Eurowings reduzirá mais ainda o número de suas aeronaves, com dez Airbus A320 retirados de serviço. 

Sindicatos e associações, como o Ufo (que representa os funcionários de cabine) e Verdi, emitiram anteriormente um apelo conjunto declarando que a Lufthansa só poderia ser estabilizada com todos os funcionários. Os sindicatos criticaram o grupo por não ter concordado em reduzir a jornada dos funcionários para manter as operações da Germanwings. 

A nota da Lufthansa afirma que "para todos os funcionários afetados pelo pacote de reestruturação, o objetivo ainda é oferecer ao maior número possível de pessoas a continuidade do emprego" no grupo. 

Os programas de restruturação já iniciados na Austrian Airlines e Brussels Airlines serão intensificados por conta da crise. Entre outras medidas, as empresas estão trabalhando para reduzir suas frotas. Já a Swiss também ajustará o tamanho de sua frota, atrasando a entrega de aeronaves e considerando a retirada antecipada de aviões antigos. 

A Austrian Airlines negocia ainda uma ajuda estatal com o governo em Viena. Um porta-voz da companhia aérea afirmou que as conversações estão no início. Atualmente, as operações de voos regulares da companhia austríaca estão suspensas até 3 de maio, e os cerca de 7 mil funcionários estão com jornada reduzida. 

Companhias aéreas alertaram nesta terça-feira que 25 milhões de empregos em todo o mundo podem estar em risco devido ao declínio de viagens aéreas por causa da pandemia do novo coronavírus. A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), representante das empresas aéreas, afirmou que as finanças são frágeis e que não vão conseguir pagar o reembolso das passagens dos clientes que decidiram cancelar as viagens. 

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