Segundo Datafolha, petista tem votos suficientes para vencer no primeiro turno. Num eventual segundo turno, Lula teria 58% dos votos, contra 31% de Bolsonaro. Presidente também seria derrotado por Doria e Ciro.
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou sua vantagem sobre Jair Bolsonaro, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (09/07).
O petista aparece com 58% das intenções de voto nas simulações de segundo turno para a eleição presidencial de 2022. O presidente Bolsonaro tem 31%. Na pesquisa anterior, divulgada em maio, Lula tinha 55%, e Bolsonaro, 32%.
Lula também ampliou a vantagem sobre Bolsonaro na pesquisa espontânea para o primeiro turno – em que os nomes dos candidatos não são apresentados ao entrevistado – passando de 21% para 26%. Já Bolsonaro foi de 17% para 19% – dentro da margem de erro.
Na pesquisa estimulada, o petista aparece com 46% no primeiro turno em dois cenários pesquisados – percentual maior do que a soma de todos os outros candidatos, incluindo Bolsonaro, que aparece com 25% em dois cenários. Dessa forma, Lula poderia vencer a eleição já no primeiro turno. Os 46% do petista seriam equivalentes a 52% dos votos válidos.
Na pesquisa anterior, em maio, Lula alcançava 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro.
O presidente também perde para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) em simulações de segundo turno.
Mais cedo, o Datafolha divulgou que 59% dos eleitores brasileiros não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum em 2022. É a maior rejeição entre todos os nomes incluídos na pesquisa. Lula e Doria, por exemplo, aparecem com 37% cada. Ciro Gomes, 31%.
Na quinta-feira, o Datafolha apontou ainda que a reprovação ao governo Jair Bolsonaro atingiu a marca de 51%, o índice mais alto entre todos os levantamentos realizados pelo instituto desde a posse, em janeiro de 2019. No momento, o presidente enfrenta uma tripla crise: econômica, sanitária e política. Além das acusações de má gestão da pandemia, seu governo se tornou recentemente alvo de suspeitas de corrupção na compra de vacinas.
O Datafolha ouviu presencialmente 2.074 eleitores em 146 cidades, entre esta quarta e quinta-feira. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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Pesquisa espontânea de intenções de voto no 1º turno:
Lula (PT): 26%
Jair Bolsonaro (sem partido): 19%
Ciro Gomes (PDT): 2%
Outros: 2%
Em branco/nulo/nenhum: 7%
Não sabe: 42%
Pesquisa estimulada de intenção de voto no 1º turno:
Cenário A
Lula (PT): 46%
Jair Bolsonaro (sem partido): 25%
Ciro Gomes (PDT): 8%
João Doria (PSDB): 5%
Luiz Henrique Mandetta (DEM): 4%
Em branco/nulo/nenhum: 10%
Não sabe: 2%
Cenário B
Lula (PT): 46%
Jair Bolsonaro (sem partido): 25%
Ciro Gomes (PDT): 9%
Luiz Henrique Mandetta (DEM): 5%
Eduardo Leite (PSDB): 3%
Em branco/nulo/nenhum: 10%
Não sabe: 2%
Pesquisa estimulada de 2º turno entre Lula e Bolsonaro
Lula (PT): 58%
Bolsonaro (sem partido): 31%
Em branco/nulo/nenhum: 10%
Não sabe: 1%
Pesquisa estimulada de 2º turno entre Ciro Gomes e Bolsonaro
Ciro (PDT): 50%
Bolsonaro (sem partido): 34%
Em branco/nulo/nenhum: 15%
Não sabe: 1%
Pesquisa estimulada de 2º turno entre João Doria e Bolsonaro
Doria (PSDB): 46%
Bolsonaro (sem partido): 35%
Em branco/nulo/nenhum: 18%
Não sabe: 1%
jps/ek (ots)
A história das eleições presidenciais no Brasil
A história das eleições presidenciais no Brasil
Foto: Adriano Machado/REUTERS/Nelson Almeida/AFP
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.