Ao deixar o poder em janeiro de 2011, ex-presidente foi saudado como "o político mais popular da Terra". Sete anos depois, sua nova tentativa de voltar ao poder caminha para o desastre.
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Em janeiro de 2011, Luiz Inácio Lula da Silva deixou a Presidência do Brasil como um dos políticos mais bem-sucedidos da história do país. O ex-líder sindical de esquerda, que ascendeu ao cargo máximo do país em 2003, entregava uma economia a todo vapor. Políticas sociais do seu governo haviam tirado milhões da miséria, e ele havia eleito sua sucessora, Dilma Rousseff.
Em 2009, Barack Obama chamou-o de "o político mais popular da Terra". Os números não mentiam. Ao final do seu governo, Lula ostentava 87% de aprovação. Reportagens afirmavam que o ex-presidente poderia usar esse prestígio até mesmo para se candidatar ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Mesmo fora da Presidência, Lula parecia ter anos brilhantes pela frente.
Em março de 2018, Lula, agora com 72 anos, enfrenta o ocaso da sua carreira. A pós-Presidência acabou não sendo marcada pelo reconhecimento ou aplausos em fóruns internacionais. Em vez disso, o ex-presidente viu seu capital político se esfarelar, foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e parece fadado a ir para a prisão.
Trajetória
Filho de um casal de lavradores do Nordeste, Lula começou a ganhar projeção nacional como líder sindicalista nos anos derradeiros do regime militar (1964-1985). Ao comandar greves, rompeu o silêncio imposto pelo militares aos trabalhadores por mais de uma década e chegou a ser preso. Em 1980, uniu-se a outros sindicalistas, intelectuais marxistas, ex-presos pelo regime e grupos católicos para formar o Partido dos Trabalhadores (PT).
A ascensão do PT foi lenta. O próprio Lula acumularia três derrotas em eleições presidências antes de chegar ao poder. Seria necessário romper com a desconfiança de setores do empresariado e da imprensa, que o enxergavam como um aventureiro esquerdista.
Lula entendeu isso como ninguém. A partir dos anos 1990, passou a explicitar uma filosofia definida por ele próprio como "um pouco pragmática e muito realista" – uma forma de negociar não necessariamente presa a amarras ideológicas.
"Não sou esquerdista, sou de esquerda", chegou a afirmar. De acordo com essa visão, seria preciso fazer alianças com setores totalmente opostos para obter resultados e vitórias.
Na campanha de 2002, com a ajuda de vários empresários, Lula publicou a Carta ao Povo Brasileiro, em que assumia o compromisso de dar continuidade às políticas econômicas do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Nascia o "Lulinha Paz e Amor". A receita funcionou, e Lula finalmente chegou à Presidência.
Os anos dourados
No poder, Lula formou coalizões com antigos inimigos do PT: políticos fisiológicos do PMDB, antigos membros da ditadura militar, oligarcas e grupos evangélicos. Para eles, Lula garantiu cargos, verbas e favores. Apesar de tal comportamento ter arranhado a imagem do PT entre seus apoiadores mais puristas, essa ampla orquestração permitiu o apaziguamento do cenário político e social.
Ao garantir as alianças, Lula teve mão livre para promover amplos programas sociais, como o Bolsa Família, que foi elogiado internacionalmente. Segundo o Banco Mundial, o número de pessoas vivendo na miséria no país caiu 64% entre 2001 e 2013. Lula também expandiu a educação superior, abrindo dezenas de novas universidades e facilitando o ingresso para pessoas pobres.
Essas medidas ajudaram a melhorar a imagem do Brasil ao mesmo tempo que solidificaram a influência eleitoral do PT entre as camadas mais pobres. Os mais ricos também ganharam. Lula expandiu o crédito e lançou o país num frenesi de grandes obras, não visto desde o fim do regime militar e que abarrotou os cofres das empreiteiras. Um boom de commodities também beneficiou o Brasil de Lula, que entre 2003 e 2015 passou de 13ª economia do mundo para o 9° lugar.
Mas, algumas vezes, o lado obscuro desse "realismo" era exposto. Em 2005, membros do seu partido foram acusados de montar um esquema de compra de votos de congressistas. O escândalo do mensalão, no entanto, não afetou a imagem pessoal de Lula. Ele foi reeleito em 2006.
Mas, ao mesmo tempo que membros do seu governo e aliados eram acusados, Lula também acabaria por fortalecer mecanismos de combate à corrupção. No poder, o petista garantiu autonomia para a Polícia Federal e passou a nomear procuradores-gerais independentes. Também apoiou legislações como a Lei da Ficha Limpa, que impede políticos condenados de se candidatar – e que agora, ironicamente, afeta o próprio ex-presidente.
Por outro lado, Lula fez poucos esforços para realizar uma reforma política ampla, capaz de resolver as contradições da política brasileira e acabar com o emaranhado de pequenos partidos e a necessidade de coalizões formadas na base da troca de favores e de subornos.
Nas eleições de 2010, Lula escolheu Dilma, uma tecnocrata sem experiência eleitoral, como sucessora. Para garantir apoio, promoveu um casamento definitivo do PT com o fisiológico PMDB. Dilma seria a cabeça da chapa. O vice, o deputado Michel Temer.
A fórmula acabaria se revelando um desastre. Ao contrário de Lula, Dilma não tinha paciência para ouvir e negociar, mas enquanto a economia ia bem, sua inabilidade não ficou tão clara.
O início da derrocada
Fora do poder e com Dilma instalada no Planalto, Lula se aproximou ainda mais de grandes empresários que prosperaram no seu governo. A construtora Odebrecht, por exemplo, financiou viagens do ex-presidente e o contratou como palestrante regular por altas somas. Outras empreiteiras fizeram o mesmo. Entre 2011 e 2015, o instituto criado pelo ex-presidente recebeu 27 milhões de reais pelo pagamento de palestras, o que levantaria suspeitas de que Lula estava atuando como lobista.
A partir de 2014, um grupo de promotores e agentes federais deu início às investigações da Operação Lava Jato, que viria a sacudir o universo político brasileiro, ao revelar uma imensa rede de corrupção que saqueou a principal estatal do país, a petrolífera Petrobras.
Inicialmente, a operação atingiu o PMDB, mas não tardaria a chegar ao PT, que foi acusado de embolsar milhões de reais em propina para financiar campanhas. Quando Lula entrou na mira, vieram à tona as relações suspeitas. Mais grave, os investigadores acusaram o ex-presidente de enriquecimento pessoal.
Segundo os inquéritos, o ex-presidente recebeu um apartamento tríplex no litoral paulista, outro apartamento em São Paulo e um sítio no interior do Estado de construtoras com contratos governamentais. Lula nega todas as acusações e atribui tudo a uma ampla campanha movida pela mídia e pelas elites para impedi-lo de voltar à Presidência.
Lava Jato
A Lava Jato também ajudou a deteriorar o governo Dilma. Acuada, parte da classe política começou a romper a coalizão orquestrada por Lula e a considerar sacrificar a presidente para saciar a opinião pública e, mais tarde, promover uma renovação de fachada que abriria uma oportunidade de sufocar a Lava Jato.
O mau desempenho da economia, que se acentuou em 2015, acabou por provocar o esfarelamento completo do apoio a presidente. Em 2016, Dilma foi afastada num processo de impeachment.
Lula passou então a planejar sua volta à Presidência nas eleições de 2018. Segundo ele, para salvar seu legado. Para os críticos, seria apenas uma forma de escapar da Justiça.
Em discursos, Lula passou a dizer que Dilma foi vítima de um "golpe" e a apostar em um discurso de luta de classes, atacando as mesmas elites que prosperaram sob seu governo. Por outro lado, ainda exerce sua versão de pragmatismo. Disse que "perdoava" os "golpistas" que apoiaram o impeachment de Dilma e vem evitando atacar Temer demasiadamente.
Radical ou pragmática, sua campanha parecia estar rendendo frutos, com o petista como favorito em todas as pesquisas graças ao apoio ainda fiel das classes mais pobres.
Mas em janeiro de 2018, Lula acabou tendo sua condenação por corrupção confirmada em segunda instância. A pena: 12 anos e um mês de prisão, sinalizando que o ex-presidente deve ficar de fora daquela que seria sua quinta candidatura à Presidência.
Um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente foi rejeitado tanto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) como pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após uma longa sessão e pelo placar apertado de 6 votos a 5 nesta quinta-feira (05/04).
Com a decisão do STF, a prisão de Lula pode ser decretada a qualquer momento, e uma nova candidatura do ex-presidente, sujeito à Lei da Ficha Limpa, ficará agora nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um epílogo melancólico para aquele que foi o "político mais popular da Terra".
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A trajetória política de Lula
Das greves no ABC à Presidência. Da condenação pela Lava Jato ao terceiro mandato. Os principais momentos políticos na vida de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foto: Getty Images/AFP/C. Petroli
Lula e as greves do ABC
Em 1975, Lula foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e ganhou projeção nacional ao liderar uma série de greves no final da década. Em 1980, foi preso e processado com base na Lei de Segurança Nacional após comandar uma paralisação que durou 41 dias. Lula ficou 31 dias no cárcere do Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social).
Foto: Instituto Lula
Fundação do PT
Em 10 de fevereiro de 1980, pouco antes de ser preso, Lula ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) com apoio de intelectuais e sindicalistas. Em maio do mesmo ano, ao sair do cárcere, foi eleito o primeiro presidente do partido. O pernambucano, então, ingressaria de vez na política: em 1982, concorreu ao governo de São Paulo e, em 1986, foi eleito deputado constituinte.
Foto: Getty Images/AFP/C. Petroli
A campanha de 1989
O PT lançou a candidatura de Lula nas primeiras eleições presidenciais diretas após o fim do regime militar. Com uma imagem de operário e um discurso de esquerda, Lula provocou temor em vários setores da economia, que se alinharam ao candidato Fernando Collor. O petista foi derrotado no segundo turno, depois de uma campanha que envolveu acusações de manipulação da imprensa a favor de Collor.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Gostoli
A campanha de 1994
No embalo das primeiras denúncias de irregularidades no governo Collor, Lula lançou, em 1992, o movimento "Fora Collor" em apoio ao impeachment. Em 1994, concorreu novamente à Presidência, com Aloizio Mercadante como vice, mas foi derrotado no primeiro turno por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), lançado como "pai do Plano Real". O PT, por outro lado, elegia seus primeiros governadores (DF e ES).
Foto: Getty Images/AFP/A. Scorza
A campanha de 1998
Em 1998, Lula sofreu uma de suas piores derrotas eleitorais. À época, o petista teve como candidato a vice o ex-governador Leonel Brizola (PDT), um dos seus rivais na eleição de 1989 e com quem disputava a hegemonia na esquerda brasileira. A fórmula não deu certo. Lula obteve só 31% dos votos, e o então presidente Fernando Henrique Cardoso foi reeleito com 53% no primeiro turno.
Foto: picture alliance/AP Photo/R. Gostoli
A posse de Lula
O eterno candidato do PT finalmente assumiu a Presidência em janeiro de 2003, após oito anos de governo do PSDB. Lula foi eleito com 61% dos votos válidos no segundo turno. A vitória foi alcançada após uma campanha que vendeu uma imagem mais moderada do petista – simbolizada no slogan "Lulinha paz e amor" – com o objetivo de acalmar os mercados e ampliar o eleitorado do partido.
Foto: O. Kissner/AFP/Getty Images
Economia em alta
Após as turbulências no final do governo Fernando Henrique Cardoso, a economia brasileira voltou a crescer com Lula, embalada sobretudo pelo boom das commodities. Foi o período da descoberta do pré-sal e investimentos em grandes obras de infraestrutura. O crescimento médio do PIB no segundo mandato chegou a 4,6%. O bom momento catapultou a popularidade de Lula, que chegou a 87% no final de 2010.
Foto: AP
Queda na desigualdade
Os programas sociais lançados por Lula, como Minha Casa, Minha Vida e ProUni, também contribuíram para a popularidade do presidente. O Bolsa Família, criado em 2004 a partir da unificação de outros programas de transferência de renda, se tornaria o carro-chefe. Quase 28 milhões de brasileiros saíram da zona de pobreza nos oito anos do governo Lula, afirmou um balanço em 2010.
Foto: Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images
O escândalo do mensalão
Em 2005, o governo Lula foi atingido em cheio pelo escândalo de compra de votos de deputados, o mensalão. Apesar do desgaste, Lula sobreviveu à crise. Outros, como o ministro José Dirceu, uma das figuras fortes do governo, caíram em desgraça. No início, Lula afirmou que assessores o haviam "apunhalado", mas depois mudou o discurso e disse que o caso era uma invenção da oposição e da imprensa.
Foto: picture alliance / dpa / picture-alliance
A eleição de Dilma
Em 2007, logo após ser reeleito com mais de 60% dos votos, Lula começou a preparar o terreno para a sua sucessão. Como sucessora, ele escolheu a sua então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma tecnocrata sem experiência nas urnas. Nos três anos seguintes, Lula promoveu a imagem de Dilma junto aos brasileiros. A estratégia funcionou, e ela foi eleita em 2010.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC
Prestígio mundial
Durante a Presidência, Lula gozou de prestígio mundial e se reuniu com os mais importantes chefes de Estado do planeta. Em abril de 2009, em um encontro do G20, o presidente dos EUA na época, Barack Obama, cumprimentou o colega e disse: "Adoro esse cara! O político mais popular da Terra". No mesmo ano, Lula apareceu em 33º lugar na lista das pessoas mais poderosas do mundo da revista Forbes.
Foto: AP
Luta contra o câncer
Em outubro de 2011, Lula foi diagnosticado com câncer na laringe, sendo submetido a um agressivo tratamento – pela primeira vez desde 1979, ele aparecia sem a barba. Exames apontaram a remissão completa do tumor cerca de cinco meses depois, e Lula voltou a se engajar nas campanhas do PT. Uma das grandes vitórias eleitorais de 2012 foi a de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.
Foto: AFP/Getty Images
Lula e a Lava Jato
Em março de 2016, Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva na Operação Lava Jato, que investigou escândalos de corrupção na Petrobras. O ex-presidente foi levado para depor sobre um sítio em Atibaia, um triplex no Guarujá e sua relação com empreiteiras investigadas na Lava Jato. No mesmo dia, a PF cumpriu mandados em residências do petista e de sua família, além do Instituto Lula.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Réu em diferentes processos
Nos meses seguintes, Lula foi denunciado por uma série de crimes, como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça e tráfico de influência, tornando-se réu em cinco processos diferentes. O petista sempre desmentiu as acusações, negou a prática de crimes e disse ser vítima de perseguição política. Ele também negou ser proprietário dos imóveis investigados.
Foto: picture-alliance/abaca
Morre Marisa Letícia
Em fevereiro de 2017, morreu a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Lula e Marisa se conheceram em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo. Ela esteve ao lado do marido durante a sua ascensão política, desde os tempos do sindicato, quando liderou passeata em apoio a sindicalistas presos, passando pela fundação do PT, costurando a primeira bandeira do partido, até a Presidência.
Foto: Reuters/N. Doce
Caravana pelo país
Visando uma nova candidatura à Presidência no ano seguinte, Lula começou em 2017 uma caravana pelo Brasil que reuniu milhares de pessoas. Em junho de 2018, o PT confirmou sua pré-candidatura, mesmo com ele já preso. Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral impediu que ele concorresse. Como sucessor, Lula escolheu Fernando Haddad, que chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Jair Bolsonaro.
Foto: Ricardo Stukert /Instituto Lula
Lula é condenado
Lula foi condenado pela primeira vez em 12 de julho de 2017. A sentença do juiz Sergio Moro determinou 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, ligados ao triplex no Guarujá. O TRF-4 confirmou a condenação em segunda instância, além de aumentar a pena para 12 anos e um mês de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente por corrupção no Brasil.
Foto: Abr
Derrota no STF
Por 6 votos a 5, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram, em 4 de abril de 2018, um pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula para evitar uma eventual prisão após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. Manifestantes contrários e a favor de Lula foram às ruas por ocasião do julgamento.
Foto: picture alliance/AP Photo/S. Izquierdo
Lula se entrega à PF
Em 7 de abril de 2018, Lula se entregou à Polícia Federal, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, após ordem de prisão expedida por Sergio Moro. Antes de se entregar, Lula fez um discurso acalorado aos apoiadores. De Congonhas, Lula partiu de avião para Curitiba, onde começou a cumprir sua pena.
Foto: Paulo Pinto/Instituto Lula
Vigília em frente à PF em Curitiba
Depois da prisão de Lula, apoiadores do ex-presidente revezaram-se em um acampamento em frente à Polícia Federal de Curitiba, onde ele permaneceu preso. O local recebeu constantes visitas de políticos e de artistas, do Brasil e do exterior. Apoiadores também realizaram caravanas pelo país, com o slogan "Lula Livre". Em fevereiro de 2019, Lula também foi condenado no caso do sítio em Atibaia.
Foto: Ricardo Stuckert
Solto após 19 meses na prisão
Lula deixou a prisão em 8 de novembro de 2019, depois de passar um ano e sete meses na sede da Polícia Federal em Curitiba. A soltura ocorreu após o STF derrubar uma decisão que autorizava a prisão em segunda instância, beneficiando diretamente o petista, que passou a recorrer em liberdade. Após deixar a prisão, Lula fez um discurso para apoiadores repleto de críticas à Lava Jato.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa
Supremo anula condenações
Após o fim da prisão, a campanha "Lula Livre" focou na anulação de suas condenações. Os advogados do petista recorreram até o Supremo, alegando que ele era vítima de perseguição judicial. Em abril de 2021, o plenário do Supremo concluiu que Moro não era o juiz competente para atuar nos processos do petista, e dois meses depois decidiu que Moro era parcial. As condenações de Lula foram anuladas.
Foto: Alexandre Schneider/Getty Images
Uma aliança inesperada
A preparação da sexta campanha presidencial de Lula envolveu uma costura política inusitada. O petista e aliados articularam para ter como vice o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que foi filiado ao PSDB por 33 anos e era seu antigo adversário. A aproximação teve o objetivo de atrair o voto conservador e vingou: em abril de 2022, o PSB, novo partido de Alckmin, confirmou sua indicação.
Foto: Ricardo Stuckert/AFP
Em busca do voto anti-Bolsonaro
Lula lançou sua pré-candidatura em maio de 2022, defendendo a união de pessoas de orientações políticas variadas contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. No evento, Alckmin prometeu lealdade, disse que o futuro do Brasil "está em jogo" e foi aplaudido pelos petistas.
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP
Triunfo na busca por terceiro mandato
Após uma das campanhas mais tensas da história brasileira, Lula conquistou novamente a Presidência. Com apoio de uma frente ampla que reuniu forças de centro e antigos adversários, o petista impôs uma derrota inconteste sobre o extremista de direita Jair Bolsonaro. Aos 77 anos, Lula se tornou o político mais velho a conquistar o Planalto.