Em primeira pesquisa Ibope após oficialização de candidaturas, ex-presidente tem 37% dos votos, seguido por Bolsonaro, com 18%, e Marina Silva, com 6%. Em cenário sem Lula, candidato do PSL aparece em primeiro lugar.
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, lidera as intenções de voto para o primeiro turno da eleição presidencial, aponta a primeira pesquisa Ibope realizada após a oficialização das candidaturas e divulgada nesta segunda-feira (20/08). O petista tem o apoio de 37% dos eleitores.
O segundo lugar ficou com Jair Bolsonaro, do PSL, que tem 18% das intenções de voto. Ele é seguido por Marina Silva (Rede), com 6%. Os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) aparecem empatados com 5%. Álvaro Dias (Podemos) teria 3% dos votos. Já Guilherme Boulos, Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo) e Eymael (DC) receberiam 1% dos votos cada um.
Os demais candidatos, Cabo Daciolo (Avante), Vera (PSTU), João Goulart Filho (PPL), não conseguiram alcançar 1% das intenções de voto. Nesse cenário, 16% dos eleitores entrevistados pretendem votar branco ou nulo e 6% ainda não sabem ou não responderam.
Condenado em segunda instância na Operação Lava Jato a 12 anos e um mês de prisão em janeiro deste ano, Lula está preso em Curitiba desde 7 de abril e pelas regras da Lei da Ficha Limpa seria inelegível. O ex-presidente sempre negou as acusações. A decisão sobre a candidatura do petista, que já foi contestada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, está nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Diante de uma possível inelegibilidade da candidatura do ex-presidente, a pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Globo e pelo jornal O Estado de São Paulo, também sondou um cenário sem a participação de Lula e com o atual vice da chapa do PT, Fernando Haddad, como candidato.
Sem Lula, Bolsonaro lidera a corrida presidencial, com 20% das intenções de voto, seguido de Marina, com 12%, e Ciro Gomes, com 9%. Em seguida aparece Alckmin, com 7%. Já Haddad receberia 4% dos votos e Álvaro Dias permanece com 3%. Todos os demais candidatos teriam 1% cada.
Com essa constelação de candidatos, o número de eleitores que pretende votar branco ou nulo salta para 29%. Já 9% dos entrevistados afirmaram ainda não saber ou não quiseram responder em quem pretendem votar.
O Ibope também questionou os entrevistados sobre o candidato em que não votariam de jeito nenhum. Bolsonaro é o líder em rejeição, com 37%, seguido de Lula, com 30%, Alckmin, com 25%, e Marina, como 23%. Já Ciro Gomes tem um índice de rejeição de 21%, Haddad de 16%, Meirelles de 13% e Cabo Daciolo de 12%. Boulos, Eymael, Álvaro Dias são rejeitados por 11% dos eleitores e os demais candidatos, por 10%.
A sondagem foi realizada entre 17 e 19 de agosto e ouviu 2 mil eleitores em 142 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. É a primeira pesquisa de intenção de voto realizada pelo grupo depois da oficialização das candidaturas no TSE e também a primeira que considerou a participação dos 13 candidatos à Presidência.
CN/ots
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Treze nomes se lançaram na disputa pelo Planalto, entre eles vários veteranos de disputas presidenciais.
Foto: picture-alliance/Ap Photo/N. Antoine
Jair Bolsonaro (PSL)
Militar reformado e deputado no sétimo mandato, Bolsonaro, de 63 anos, encarna uma candidatura de cunho ultraconservador. Ele fala abertamente contra homossexuais, defende a posse de armas e elogia o regime militar – a ponto de fazer apologia à tortura. Tem sido um fenômeno nas pesquisas e aposta nas redes sociais para reverter a falta de estrutura de sua sigla nanica e a escassez de alianças.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Fernando Haddad (PT)
Por um tempo encarado como plano B do PT, o ex-prefeito de São Paulo, de 55 anos, foi oficializado candidato à Presidência a menos de um mês do primeiro turno, após se esgotarem as chances de Lula concorrer. Preso e virtualmente inelegível pela Ficha Limpa, o ex-presidente era líder nas pesquisas. Agora o desafio será transferir votos para Haddad, que foi ministro nos governos petistas.
Foto: picture-alliance/AP/A. Penner
Ciro Gomes (PDT)
Ex-governador e ex-ministro, Ciro, de 60 anos, disputa sua terceira eleição presidencial. Em 2018, diante das dificuldades de Lula, se colocou como alternativa no campo da esquerda. Conhecido pelo estilo explosivo, tem se concentrado em abordar temas econômicos. Apesar dos acenos ao PT, acabou isolado na formação de alianças e teve que se contentar com uma vice do próprio partido.
Foto: Imago/Fotoarena
Marina Silva (Rede)
A ex-ministra disputa sua terceira eleição presidencial, desta vez por um partido próprio. Em 2010 e 2014, terminou em terceiro lugar. Com um discurso que prega a ética na política, ela tenta contornar o pouco tempo de TV e a falta de recursos da sua legenda. Também teve dificuldades em fechar alianças com siglas relevantes e só vai contar com o apoio do pequeno PV.
Foto: Agência Brasil/F.Rodrigues Pozzebom
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador de SP é outro veterano de disputas presidenciais. Nesta campanha, Alckmin, de 65 anos, conseguiu articular a maior frente de alianças ao atrair várias siglas do "centrão" - partidos conhecidos pelo fisiologismo. Ao longo da pré-campanha, penou nas pesquisas. Seu histórico não é promissor: ao fim do 2° turno presidencial de 2006 terminou com menos votos do que na rodada anterior.
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Alvaro Dias (Podemos)
O senador paranaense vem promovendo um discurso moralizador contra a corrupção repleto de elogios à Operação Lava Jato. Aos 73 anos, já foi filiado a oito partidos, inclusive ao PSDB. Sua candidatura tem se mostrado competitiva no Sul do Brasil, o que é visto como um desafio para os tucanos de Alckmin, que sempre tiveram bom desempenho na região.
Foto: Agência Brasil/A. Cruz
Henrique Meirelles (MDB)
Ex-ministro da Fazenda, Meirelles, de 72 anos, é o candidato do presidente Michel Temer. Em sua campanha, tem defendido a política econômica do governo. Sua associação com o impopular Temer tem representando um desafio para sua candidatura. Sem conseguir formar alianças, se contentou em disputar com uma chapa pura. Esta é a primeira candidatura do MDB à Presidência em 24 anos.
Foto: Reuters/A. Machado
Guilherme Boulos (Psol)
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos, de 36 anos, foi escolhido candidato do Psol em uma disputa que rachou o partido. Adversários apontaram que sua proximidade com Lula transformaria a sigla em um "puxadinho do PT". Tem focado sua campanha na distribuição de renda e em críticas a Temer. Por enquanto tem penado nas pesquisas. Sua vice é uma líder indígena.
Foto: Agência Brasil/R. Riosa
Os nanicos
Seis candidatos disputam a Presidência por siglas nanicas. Entre eles o ex-banqueiro liberal João Amoêdo (Novo) e a ativista sindical Vera Lúcia (PSTU). O folclórico José Maria Eymael (DC), conhecido pelo seu jingle “Ey, Ey, Eymael”, disputa sua quarta eleição. O evangélico Cabo Daciolo é o candidato do Patriota (antigo PEN). Já filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente, disputa pelo PPL.