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Lula mira Trump e regulamenta Lei de Reciprocidade Econômica

15 de julho de 2025

Texto abre caminho para que Brasil adote medidas proporcionais às impostas por países ou blocos econômicos, como o tarifaço anunciado pelo presidente americano.

Presidente Lula em entrevista
Lei de Reciprocidade foi sancionada em abril pelo presidente Lula, mas faltava ser regulamentada para vigorar Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda-feira (14/07) o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, assegurando o direito do Brasil de retaliar na mesma proporção países ou blocos econômicos que impuserem medidas unilaterais e injustificadas que prejudiquem a competitividade brasileira.

A lei foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada em abril, mas sua aplicação dependia da regulamentação, processo que ganhou urgência com o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas comerciais de 50% a produtos brasileiros.

O texto estabelece critérios proporcionais também para outras questões econômicas e diplomáticas, como investimentos e emissão de vistos. O Brasil deve oferecer a governos e cidadãos o mesmo tratamento recebido.

Ao ser informado sobre o tarifaço de Trump contra o Brasil, Lula havia anunciado que não aceitaria ameaças unilaterais e que exigiria respeito mútuo nas relações comerciais.

Ele afirmou na ocasião que medidas protecionistas, como as anunciadas por Trump, vão de encontro a acordos internacionais. "Não é assim que se constrói uma relação justa no comércio global", afirmou.

O decreto deve ser publicado nesta terça-feira (15/07) no Diário Oficial da União.

Novas ameaças

Entre as motivações declaradas do tarifaço de Trump está o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, processo classificado como "perseguição" pelo líder americano. Outro fator determinante para a decisão foi o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu pela ampliação da responsabilidade das empresas de redes sociais sobre os conteúdos publicados, o que desagradou as big techs, grandes aliadas de Trump – ele próprio dono de uma rede social, a Truth Social.

Nesta segunda, o governo americano voltou a fazer ameaças ao presidente Lula e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, por meio de postagens nas redes sociais.

O gabinete do subsecretário de Estado para Diplomacia Pública disse, no X, que "o presidente Trump enviou uma carta impondo consequências há muito necessárias ao Supremo Tribunal de Alexandre de Moraes e ao governo Lula, em resposta aos ataques contra Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os Estados Unidos".

sf/as (Agência Brasil, ots)

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