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Lula tem vitória esmagadora na Alemanha no 2º turno

Renate Krieger | Rayanne Azevedo | Guilherme Becker | Laianna Janu | José Gabriel Navarro | Melanie Landgraf | Fernando Caulyt
30 de outubro de 2022

Petista foi o mais votado nos cinco locais de votação do país, obtendo quase 77%% dos votos válidos, contra 23% de Bolsonaro. Em Berlim, Lula recebeu 88% dos votos válidos, contra 12% de Bolsonaro.

Fila diante da Embaixada Brasileira em Berlim
Fila diante da Embaixada Brasileira em BerlimFoto: Clarissa Neher/DW

Entre os eleitores brasileiros que votaram na Alemanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o grande vencedor do segundo turno neste domingo (30/10). O petista recebeu 76,9% dos votos válidos (13.387), contra 23,1% (4.023 votos) do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Na capital alemã, Berlim, Lula recebeu 4.866 votos, o equivalente a 88,3% do total de votos válidos, a diferença mais expressiva em relação ao adversário e a maior marca em toda a Alemanha. Já o atual mandatário brasileiro, Bolsonaro, ficou com 11,7%, totalizando 643 votos.

Lula também ficou em primeiro lugar nos outros quatro locais de votação espalhados pela Alemanha: Frankfurt, Munique, Colônia e Hamburgo.

Hamburgo, no norte do país, foi a segunda cidade onde o petista obteve a porcentagem mais significativa dos votos na Alemanha: 78,5% (1.137 votos), contra 21,5% (368) de Bolsonaro.

Já em Frankfurt, foi registrada a menor diferença entre os dois concorrentes ao Planalto: o petista obteve 67,5% (2.096 votos). Bolsonaro ficou em segundo, com 32,5% (1.008 votos).

Em Munique, Lula obteve 69,4% (3.534 votos), contra 30,6% (1.559) do atual presidente.

Em Colônia, localizada no estado mais populoso do país, a Renânia do Norte-Vestfália, Lula recebeu 77,7% (1.551 votos), contra 22,3% (445) de Bolsonaro.

Lula suuperou o bom desempenho obtido no primeiro turno na Alemanha, quando havia recebido 69,2% dos votos válidos, contra 18,7% de Bolsonaro.

Em 2018, foi Bolsonaro, então no PSL, quem obteve a maior votação na Alemanha no primeiro turno, mas no segundo turno, o PT saiu vencedor, com 56% dos votos para Fernando Haddad, contra 44% para Bolsonaro.

Mais agilidade

A votação na capital alemã  também foi muito mais veloz neste segundo turno. Segundo a reportagem da DW apurou junto à embaixada, a agilidade se deveu a vários fatores, como melhorias na organização, experiência adquirida pelos mesários e eleitores no primeiro turno – muitos já sabiam a seção e estavam com a documentação em mãos – e o fato de que os eleitores compareceram mais cedo para votar.

No final da tarde, pouco antes do fechamento das urnas, poucas pessoas reunidas em Berlim: votação foi bem mais ágil do que no primeiro turnoFoto: Rayanne Azevedo/DW

No primeiro turno, a eleição na Alemanha foi marcada por longas filas para votar no frio do outono europeu, com relatos de três horas de espera. Houve distribuição de senhas a partir das 17h locais em cidades como a capital Berlim e Colônia, no oeste do país, devido à grande afluência de eleitores.

Natural de Botucatu (SP), o estudante de economia Marcelo, de 30 anos, descreve que votou muito rapidamente neste domingo em Berlim. "Não levamos nem dois minutos para votar. Não tinha ninguém na fila. Entramos, mostramos nossos documentos e votamos. No primeiro turno, pegamos uma fila de uma hora e meia", compara.

Lanche para os eleitores

A poeta Adelaide Ivánova, 40, organizou com conhecidos uma banquinha para distribuir lanches para os eleitores, baseada na experiência exaustiva do primeiro turno. "Fizemos para todos os eleitores e nos organizamos em turnos, e durante o dia as pessoas [da nossa organização] vão trazendo mais lanches", disse.

A ideia, segundo ela, era diminuir a abstenção, pois muitas pessoas ou não conseguiram ou desistiram de votar por causa da longa espera no primeiro turno.

"Antes eu era muito bem recebido por ser brasileiro"

O estudante Marcelo percebeu a campanha do segundo turno como bastante violenta. "Minha impressão é que um lado é que as pessoas não incorporam essa violência no dia a dia. Um lado é muito mais pacífico que o outro, e as pessoas que seguem esse lado reverberam essa violência, reproduzem essa violência", descreve.

"Antes eu era muito bem recebido por ser brasileiro. Agora, as pessoas ainda acolhem, mas perguntam o que vai acontecer com a Amazônia, e a imagem do Brasil no exterior ficou muito ruim", avalia.

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