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Crime organizado

(ls/ca)7 de fevereiro de 2007

A polícia alemã ainda não sabe quem matou sete pessoas em um restaurante chinês em Sittensen, no norte da Alemanha. Suspeita-se que tenha sido obra da Tríade, a máfia chinesa, pelo não pagamento de dinheiro de extorsão.

Polícia investiga o local do crime no Norte da AlemanhaFoto: AP

Seis pessoas foram encontradas mortas na madrugada de segunda-feira (05/02), em um restaurante chinês da cidade de Sittensen, no norte da Alemanha. A sétima vítima faleceu no hospital na terça-feira. Uma garota de dois anos conseguiu, no entanto, sobreviver.

Todos os mortos eram de origem asiática e trabalhavam no restaurante Lin Yue. Seus corpos foram encontrados amarrados e espalhados pelos vários compartimentos da casa, cujos dois proprietários estavam, possivelmente, entre as vítimas.

A polícia informou que o motivo dos assassinatos ainda não foi esclarecido. Não haveria evidências de atividades da máfia chinesa na Baixa Saxônia, Estado alemão onde está localizada a cidade de Sittensen. Acredita-se que, por não existirem muitos crimes deste tipo na Alemanha, a polícia ainda não estaria atenta para as atividades da máfia chinesa no país.

Tática de guerrilha

Ainda não há provas do envolvimento da Tríade nos assassinatos de SittensenFoto: AP

Os assassinatos de Sittensen provocaram, imediatamente, especulações sobre o envolvimento da Tríade no caso. Este é o nome pelo qual é conhecida a máfia chinesa, que, diferentemente da máfia italiana, é organizada de forma mais frouxa e menos hierárquica.

Seus chefes não precisam estar informados de todas as atividades dos subgrupos, que estão presentes em todas as comunidades chinesas.

Comerciantes chineses são vítimas freqüentes de crimes de extorsão por parte da Tríade. Por outro lado, a máfia chinesa utiliza, repetidamente, firmas e restaurantes chineses como fachada para suas ações. Um dos seus principais campos de atividades, também na Alemanha, é o tráfico humano.

Estima-se que o transporte ilegal de 58 chineses através da Alemanha, encontrados mortos há seis anos em um container no porto inglês de Dover, tenha sido obra da Tríade de Macau. Hong Kong ainda é, entretanto, seu principal centro de atividades. Segundo a polícia local, existem na cidade cerca de 50 Tríades, com 80 mil membros.

Alemanha ainda está pouco atenta

Klaus von LampeFoto: K. von Lampe

Em entrevista à DW-WORLD, Klaus von Lampe, especialista do Departamento de Criminologia da Universidade Livre de Berlim, comenta que há ainda poucas informações que levem a um envolvimento da Tríade no caso ocorrido na Alemanha. "A máfia já foi responsabilizada por muitas mortes, cujos reais motivos foram rivalidades pessoais", afirma Von Lampe.

O especialista acredita que, atrás dos assassinatos do restaurante Lin Yue, não estaria necessariamente uma organização, mas, provavelmente, um grupo ou uma coalizão de pessoas.

Pelo não pagamento do dinheiro de extorsão ou pelo não cumprimento das regras do jogo, não seria interesse de uma organização chamar atenção para suas atividades através de crimes como este, afirma o especialista.

De qualquer maneira, raramente viu-se algo parecido na Alemanha. Diferentemente do Reino Unido e dos Estados Unidos, não há chinatowns na Alemanha, cuja população chinesa é ainda muito pequena. Por este motivo, segundo Von Lampe, a polícia alemã ainda não investiu muitos recursos na investigação das atividades criminosas de tais grupos.

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