1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Máscaras serão novo padrão social, dizem especialistas

11 de abril de 2020

Em relatório que guiará governo alemão, cientistas da academia nacional de ciências do país afirmam que retorno à normalidade dependerá da disponibilidade de máscaras faciais para a população. "Terá que ser a nova moda."

Jovem com celular na mão e máscara no rosto
"Somente com proteção sanitária suficiente será possível voltar à vida normal", diz cientistaFoto: picture-alliance/dpa/K. NIetfeld

Cientistas que assessoram o governo federal da Alemanha em meio à pandemia de coronavírus afirmam que medidas de isolamento social e de fechamento de estabelecimentos só poderão ser relaxadas se houver máscaras respiratórias suficientes para a população.

Em entrevista à revista Der Spiegel, um especialista membro da Leopoldina, academia nacional de ciências da Alemanha, instituição de referência no país, disse que a universalização do uso de máscaras faciais, que cubram boca e nariz, é um requisito para o retorno à normalidade.

"A máscara deve se tornar um novo padrão social", disse o cientista. "Somente com proteção sanitária suficiente será possível voltar à vida normal. [A máscara] tem que ser a nova moda."

Portanto, a reabertura de lojas e, gradualmente, de instituições de ensino depende em grande parte de quantas máscaras estarão disponíveis para a população, algo que é difícil prever em meio a problemas na importação desses produtos.

Tais recomendações estão presentes num relatório da Leopoldina, antecipado pela Spiegel, mas que será apresentado oficialmente na próxima segunda-feira.

O governo da chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse que o relatório da academia terá um papel importante no debate sobre quando e como o país poderá voltar à normalidade, após controlada a pandemia do coronavírus Sars-Cov-2.

Merkel e os governadores estaduais se reunirão por videoconferência na próxima quarta-feira para discutir os próximos passos e a possibilidade de um relaxamento nas medidas restritivas no país, que é um dos mais atingidos da Europa em número de infecções.

De acordo com a Spiegel, os cientistas da Leopoldina também devem recomendar a extensão da realização de testes na Alemanha, bem como a reabertura gradual de escolas.

Segundo os especialistas, os primeiros estudantes poderiam retornar às salas de aula já nas próximas semanas – mas a medida deveria ser limitada aos alunos mais velhos, que pela idade são mais confiáveis de que usarão máscaras e manterão a distância mínima necessária. "Crianças de jardim de infância não podem fazer isso", disse o cientista entrevistado pela revista.

Ao contrário de outros países europeus, como a Itália e a França, a Alemanha não decretou um confinamento rigoroso em nível nacional, mas impôs uma série de medidas que acabaram por reduzir a circulação de pessoas.

As escolas permanecem fechadas, bem como a maioria das lojas. Restaurantes só podem vender refeições para viagem. Aglomerações com mais de duas pessoas estão proibidas, e os infratores podem sofrer sanções. Alguns estados mais atingidos, como a Baviera, impuseram medidas mais severas, como toque de recolher.

Na última quinta-feira, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, admitiu que as grandes aglomerações de pessoas podem continuar proibidas "por meses".

Uma pesquisa divulgada na semana passada apontou que 72% dos alemães estão satisfeitos com a forma que o governo vem administrando a crise. Entre os eleitores do partido de Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), o percentual chegou a 88%. O levantamento ainda apontou que 93% dos alemães julgam que as medidas de distanciamento social são apropriadas.

Segundo contagem da Universidade Johns Hopkins, a Alemanha soma mais de 122 mil casos confirmados de covid-19 e 2,7 mil mortes, uma mortalidade muito abaixo da de outros países europeus. O Reino Unido, por exemplo, tem 74 mil infecções e quase 9 mil mortos.

EK/efe/rtr/ots

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube 
App | Instagram | Newsletter

Pular a seção Mais sobre este assunto