"Mãe de todas as bombas" matou 94 jihadistas no Afeganistão
15 de abril de 2017
Autoridades da província afegã de Nangarhar afirmam que número de combatentes do "Estado Islâmico" mortos por dispositivo americano é bem maior do que inicialmente divulgado e reiteram que não há civis entre as vítimas.
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Pentágono divulga explosão da "mãe de todas as bombas" no Afeganistão
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O governo da província afegã de Nangarhar afirmou neste sábado (15/04) que a bomba americana GBU-43, chamada de "mãe de todas as bombas" e lançada nesta quinta-feira sobre uma base do "Estado Islâmico" (EI), matou 94 membros do grupo jihadista, entre eles quatro líderes.
As autoridades de Nangarhar afirmaram ainda que, na operação, também foram destruídos "três túneis e um depósito de munição", assegurando que não houve baixas civis. O Ministério afegão da Defesa deverá divulgar ainda neste sábado um novo balanço, já que o número oficial de mortos ainda é de 36, todos combatentes do EI.
Na quinta-feira, os Estados Unidos lançaram a bomba GBU-43 na província de Nangarhar, no leste do Afeganistão. A bomba pesa 9,5 toneladas, das quais 8,4 são explosivos, e tem um raio de ação de 1,4 quilômetro. O bombardeio foi executado às 19h32 locais.
O general John W. Nicholson, comandante das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, disse que a bomba GBU-43 era a arma adequada. Segundo ele, a base atingida era um grande obstáculo na luta contra o grupo terrorista e este "era o momento correto para usá-la".
Os Estados Unidos calculam que há entre 600 e 800 combatentes do EI no Afeganistão, a maioria em Nangarhar. Há mais de 8 mil soldados americanos no país, atuando em operações antiterrorismo e no treinamento de forças locais.
AS/efe/lusa/ap
O Afeganistão moderno está no passado
O regime do Talibã reprime os direitos humanos, sobretudo das mulheres, na sociedade afegã, dominada pelos homens. Mas houve um tempo em que as mulheres circulavam livremente - e se vestiam como bem entendiam.
Foto: picture-alliance/dpa
Médicas aspirantes
Esta foto, tirada em 1962, mostra duas estudantes de medicina da Universidade de Cabul, ouvindo a professora enquanto examinam uma peça de gesso que representa uma parte do corpo humano. Naquele tempo, mulheres tinham um papel ativo na sociedade. Tinham acesso à educação e podiam trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Estilo nas ruas de Cabul
As fotos mostram duas jovens vestidas ao estilo ocidental, em 1962, do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, na capital do país. Hoje em dia, com os fundamentalistas talibãs no poder, as mulheres são obrigadas a usar a burca, cobrindo o corpo totalmente quando estivessem em público.
Foto: picture-alliance/dpa
Direitos nem sempre iguais
Em meados de 1970, era comum ver estudantes do sexo feminino nas instituições de ensino afegãs - como a Universidade Politécnica de Cabul. Mas 20 anos depois, o acesso das mulheres à educação no país foi completamente bloqueado. Isso mudou apenas no fim do primeiro regime talibã, em 2001. Por duas décadas, as mulheres puderam estudar - até os fundamentalistas voltarem ao poder, em 2021.
Foto: Getty Images/Hulton Archive/Zh. Angelov
Informática na juventude
Nesta foto, uma instrutora soviética dá aula de informática para estudantes do Instituto Politécnico de Cabul. Durante os anos de ocupação soviética no Afeganistão, de 1979 a 1989, a cena era comum em diversas universidades do país.
Foto: Getty Images/AFP
Encontro de estudantes
Esta foto de 1981 mostra um encontro informal de estudantes em Cabul. Em 1979, a invasão soviética levou o Afeganistão a dez anos de guerra. Quando os soviéticos se retiraram, a guerra civil tomou conta do país e terminou com a ascensão do Talibã ao poder, em 1996.
Foto: Getty Images/AFP
Escola para todos
A foto mostra moças afegãs do ensino médio em Cabul no tempo da ocupação soviética. Durante o regime talibã, instaurado poucos anos depois, meninas foram barradas das escolas e tiveram acesso à educação negado. Elas também foram proibidas de trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Sociedade de duas classes
Nesta foto tirada em 1981, uma mulher com o rosto à mostra, sem lenço, pode ser vista com suas crianças. Cenas como essas se tornaram raras. Mesmo após 15 anos da queda do regime talibã, mulheres continuam lutando por igualdade em uma sociedade dominada pelos homens. Por exemplo, existe apenas uma motorista de taxi em todo o país.