Homem, hoje com 66 anos, entrou em remissão após transplante de medula óssea em tratamento para leucemia. Especialistas buscaram um doador que, além de compatível, fosse naturalmente resistente ao vírus causador da aids.
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Médicos dos Estados Unidos divulgaram nesta quarta-feira (27/07) o quarto caso no mundo de um paciente considerado curado do HIV. Assim como nos três casos anteriores, o homem, hoje com 66 anos e que na época tinha 63, recebeu um transplante de medula óssea durante um tratamento para leucemia.
A revelação foi feita na Conferência Internacional de Aids, realizada em Montreal, no Canadá. Trata-se do paciente mais velho e o portador de HIV há mais tempo a ser curado.
Para o transplante, os médicos buscaram um doador que, além de compatível, fosse naturalmente resistente ao vírus causador da aids. O método já havia funcionado pela primeira vez com Timothy Ray Brown, em 2007, conhecido como "o paciente de Berlim".
O homem está sendo chamado de "paciente da Cidade da Esperança", em homenagem ao hospital onde foi tratado, em Duarte, na Califórnia - ele não quer ser identificado.
"Quando fui diagnosticado com HIV, em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV", afirmou o paciente em comunicado.
Antes do transplante, ele fez terapia antirretroviral (ART) para controlar sua condição por mais de 30 anos. Após o transplante, ocorrido há três anos e meio, o paciente parou de tomar ART em março de 2021. Agora, ele está em remissão do HIV e da leucemia há mais de 17 meses.
"Esperança contínua e inspiração"
Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional da Aids, disse que o caso fornece "esperança contínua e inspiração" para pessoas com HIV e a comunidade científica em geral.
No entanto, o tratamento continua sendo uma opção bastante improvável para a maioria das pessoas com HIV, devido à complexidade do procedimento e à dependência de doadores compatíveis. Dessa forma, o tratamento só é recomendado para quem precisa do procedimento devido a um quadro avançado de câncer.
Os cientistas acreditam que o processo teve êxito porque as células-tronco do indivíduo doador têm uma mutação genética específica e rara. Isso significa que elas não possuem os receptores usados pelo HIV para infectar as células.
le/lf (Reuters, ots)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.