México constrói barreira para controlar invasão de sargaço
9 de agosto de 2018A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do estado mexicano de Quintana Roo anunciou nesta quinta-feira (09/08) que está construindo barreiras no mar ao longo da região conhecida com Riviera Maya para conter a invasão de sargaço nas praias.
As estruturas de contenção devem ficar prontas na próxima semana. Em comunicado, a secretaria disse que as barreiras não representam nenhum risco para a fauna marinha e para navios. As autoridades planejam ainda tentar desviar a alga em alto mar para que ela seja levada por correntes marinhas para outra direção.
O sargaço é um tipo de alga marrom que em condições favoráveis pode duplicar de tamanho a cada 18 dias. Além de mudar para marrom o azul-turquesa das águas, as algas, ao chegarem na praias, entram em decomposição devido ao calor e ao sol, emitindo mau cheiro.
A presença desta alga tem se tornado comum na região. Neste ano, porém, a quantidade de sargaço é muito maior que a registrada nos últimos três anos. Associada ao aquecimento dos oceanos e às mudanças climáticas, a invasão desta espécie obrigou os governos locais a investir na sua remoção de praias.
O fenômeno não afeta somente o México, mas praticamente todo o Caribe. Desde 19 de junho, caminhões já retiraram toneladas de sargaço das praias ao longo da Riviera Maya, que inclui famosos destinos turísticos, como Cancun.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a proliferação desenfreada do sargaço é um fenômeno novo. Quando acumulada em águas costeiras, a alga apodrece, consumindo o oxigênio da água e soltando substâncias tóxicas que causam a morte de peixes.
O excesso de sargaço que chega às praias do Caribe é original do Mar dos Sargaços, situado no Oceano Atlântico perto das Bahamas, e no Golfo do México. No entanto, as novas ondas de algas, intensificadas em 2014 e 2015, procedem mais provavelmente de uma região localizada entre África e Brasil.
Sem ser nociva para humanos, os efeitos desta maré estão afetando o turismo, com as praias paradisíacas de areia branca e fina transformadas em "lixeiras malcheirosas", e a pesca de todos esses países da região ao bloquear as saídas para o mar.
CN/efe/ap/dpa
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