Os Estados Unidos e o México selaram um programa de cooperação bilateral que contempla um investimento bilionário no sul mexicano e nos países da América Central. O plano visa impulsionar o progresso e frear a migração, anunciou o ministro do Exterior mexicano, Marcelo Ebrard, na terça-feira (18/12).
Washington planeja investir cerca de 5,8 bilhões de dólares em crescimento econômico e reformas em Guatemala, Honduras e El Salvador. Outros 4,8 bilhões de dólares estão destinados a investimentos no sul do México, segundo explicações dadas por Ebrard.
Os dois Estados buscam combater a migração de centro-americanos e moradores do sul mexicano. Além disso, está programada para o fim de janeiro uma reunião bilateral sobre migração, de acordo com os ministérios de Relações Exteriores de ambos os países.
"O México e os Estados Unidos vão liderar o trabalho com parceiros regionais e internacionais para construir uma América Central mais próspera e segura, e assim abordar as causas subjacentes da migração", afirmou Ebrard. Além disso, os dois países continuarão a colaborar com os setores privados de seus países e com os bancos multilaterais de desenvolvimento para promover investimentos.
"Estamos empenhados em promover um forte crescimento econômico regional, melhores empregos remunerados e maiores oportunidades para todos os cidadãos", disse Ebrard, que considerou que essa aproximação demonstra a importância que os dois países atribuem ao relacionamento bilateral e atesta um "espírito forte de cooperação".
Os EUA respaldam o plano do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que busca promover o desenvolvimento na América Central para gerar condições que façam com que as pessoas desistam de emigrar. Os 4,8 bilhões de dólares de Washington se somam aos 25 bilhões de dólares que o governo mexicano quer injetar na região sul nos próximos cinco anos.
Um grupo de trabalho recém-criado monitorará os investimentos e os progressos. Trata-se também de uma luta contra as organizações criminosas de atuação internacional e contra o tráfico organizado de drogas. A ajuda para o México deve fortalecer toda a região.
Centenas de milhares de pessoas de Guatemala, Honduras e El Salvador buscam entrar nos EUA todos os anos. Elas fogem da pobreza e da violência em seus países de origem e buscam refúgio.
PV/efe/ap/dpa/ap
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Donald Trump quer um "grande e belo muro" entre os EUA e o México para frear a migração e o narcotráfico. Em outros lugares, barreiras de concreto e metal feitas para resolver problemas tiveram variados graus de êxito.
Foto: Getty Images/J. MooreAntes de Donald Trump, Bill Clinton já mandou construir cercas na fronteira. Após os atentados de setembro de 2001, George Bush acelerou a construção. Desde então, quase 1.100 quilômetros de fronteira receberam paredes de concreto, vigas de aço e outros tipos de obstruções.
Foto: Getty Images/D. McNewDesde 2002, Israel está construindo uma barreira ao longo da Cisjordânia. O projeto, oficialmente justificado como proteção contra o terrorismo, é altamente controverso e muitas vezes chamado "muro da separação". Há mais de dez anos, a Corte Internacional de Justiça declarou que ele viola o direito internacional. Israel, no entanto, continua construindo o muro, que deverá ter 759 km de extensão.
Foto: A. Al-BazzUm muro de controle militar de mais de 700 km na região da Caxemira divide a Índia e o Paquistão desde 1971. Em muitos lugares, esta "linha de controle" é reforçada por minas e arame farpado. A barreira de arame, que em alguns locais tem 3 metros de altura, também pode ser eletrificada.
Foto: Getty Images/AFPParedes divisórias também separam classes econômicas. Como em Lima, onde uma parede de concreto de 3 m de altura separa os moradores pobres de um bairro de ricos. Aliás, "condomínios fechados" são frequentes na América Latina. Os moradores da capital do Peru chamam a parede de "muro da vergonha".
Foto: picture-alliance/Anadolu Agency/S. CastanedaNa capital do Iraque, um muro de 4 metros de altura e 5 km de extensão corta a cidade. Ele foi construído pelos militares dos EUA na região dominada pelos xiitas em 2007. Hoje, o muro separa quase 2 milhões de pessoas. Também em outros bairros de Bagdá, paredes de concreto separam enclaves sunitas de bairros xiitas.
Foto: Getty Images/W. KuzaieO governo britânico construiu os chamados "muros da paz" na Irlanda do Norte em 1969 para separar católicos e protestantes. Portões permitiam a passagem para o outro lado. Em caso de conflitos, eles eram fechados. Alguns moradores dizem, no entanto, que as paredes acentuaram ainda mais a divisão na mente das pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa/M. SmiejekDesde o final da Guerra da Coreia, nos anos 1950, uma zona desmilitarizada separa a Coreia do Norte, comunista, e a Coreia do Sul, capitalista. A faixa de cerca de 4 km de largura e 250 km de comprimento é uma das áreas restritas mais vigiadas do mundo. Em alguns pontos, muros marcam a fronteira entre as duas Coreias.
Foto: Getty Images/AFP/E. JonesTambém a Europa está se isolando. Desde outubro de 2015, a Hungria está fechando sistematicamente sua fronteira para evitar refugiados. No início, a cerca ainda não era hermética. Hoje, no entanto, quase ninguém consegue mais passar para o outro lado. A Hungria também quer construir uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/S. UjvariNos enclaves espanhóis de Ceuta e Mellila, no Marrocos, há fortificações especialmente altas. Para superá-las, é preciso passar por até três cercas. Para complicar, há detectores de movimento, câmeras infravermelhas e um arame farpado que penetra fundo na pele. Mesmo assim, muitos se arriscam e acabam se ferindo.
Foto: picture-alliance/dpa/A. SempereNa fronteira com a Síria, de onde muitos estão fugindo da guerra civil, a Turquia está construído um muro de 511 km de extensão. No final de fevereiro, o governo de Ancara anunciou que metade já está pronta. O muro de 3 metros de altura tem arame farpado e torres de vigilância. Várias vezes, a União Europeia criticou a Turquia por fazer controles muito brandos em suas fronteiras.
Foto: picture alliance/AA/R. Maltas