O novo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, e líderes de Guatemala, El Salvador e Honduras assinaram um plano de desenvolvimento para tentar reduzir o número de pessoas que fogem de seus países a procura de uma vida melhor no exterior.
O Plano de Desenvolvimento Integral para o Triângulo Norte da América Central, apoiado pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe, visa impulsionar o emprego e o bem-estar nos países afetados.
López Obrador conseguiu uma vitória esmagadora em julho, prometendo colocar os pobres do México no topo de sua agenda.
O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, tuitou imagens da assinatura do plano de desenvolvimento.
A assinatura do plano ocorre após a ameaça de Washington de cortar a ajuda a países que não conseguem impedir a imigração ilegal. A saga das caravanas de migrantes continua a dominar as manchetes dos Estados Unidos.
Diante da caravana de 6 mil migrantes acampados atualmente na fronteira entre os Estados Unidos e o México e tentando reivindicar refúgio, os EUA aumentaram a pressão sobre os países da América Central.
A jornada de milhares de quilômetros percorridos pelos migrantes, através do México, reacendeu um debate nos EUA sobre imigração e controle de fronteiras.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu não permitir que eles entrassem no país, especialmente depois que centenas tentaram invadir a fronteira no fim de semana passado.
Trump está pressionando o México a aceitar um acordo para manter os migrantes no lado mexicano da fronteira enquanto seus pedidos de refúgio são processados. Ebrard deve ir a Washington neste domingo para conversar sobre o assunto com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
Os migrantes afirmam que estão fugindo da violência e da pobreza em seus países de origem.
O chamado "triângulo norte", formado por Honduras, Guatemala e El Salvador, é uma das regiões mais perigosas do mundo, com gangues criminosas que aterrorizam as populações locais.
O comércio lucrativo de drogas – muitas das quais são contrabandeadas para os EUA – também levou a confrontos violentos entre gangues rivais. As forças policiais locais são muitas vezes impotentes para lidar com elas, e às vezes estão envolvidas com as próprias gangues.
CA/ap/afp/dpa
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Donald Trump quer um "grande e belo muro" entre os EUA e o México para frear a migração e o narcotráfico. Em outros lugares, barreiras de concreto e metal feitas para resolver problemas tiveram variados graus de êxito.
Foto: Getty Images/J. MooreAntes de Donald Trump, Bill Clinton já mandou construir cercas na fronteira. Após os atentados de setembro de 2001, George Bush acelerou a construção. Desde então, quase 1.100 quilômetros de fronteira receberam paredes de concreto, vigas de aço e outros tipos de obstruções.
Foto: Getty Images/D. McNewDesde 2002, Israel está construindo uma barreira ao longo da Cisjordânia. O projeto, oficialmente justificado como proteção contra o terrorismo, é altamente controverso e muitas vezes chamado "muro da separação". Há mais de dez anos, a Corte Internacional de Justiça declarou que ele viola o direito internacional. Israel, no entanto, continua construindo o muro, que deverá ter 759 km de extensão.
Foto: A. Al-BazzUm muro de controle militar de mais de 700 km na região da Caxemira divide a Índia e o Paquistão desde 1971. Em muitos lugares, esta "linha de controle" é reforçada por minas e arame farpado. A barreira de arame, que em alguns locais tem 3 metros de altura, também pode ser eletrificada.
Foto: Getty Images/AFPParedes divisórias também separam classes econômicas. Como em Lima, onde uma parede de concreto de 3 m de altura separa os moradores pobres de um bairro de ricos. Aliás, "condomínios fechados" são frequentes na América Latina. Os moradores da capital do Peru chamam a parede de "muro da vergonha".
Foto: picture-alliance/Anadolu Agency/S. CastanedaNa capital do Iraque, um muro de 4 metros de altura e 5 km de extensão corta a cidade. Ele foi construído pelos militares dos EUA na região dominada pelos xiitas em 2007. Hoje, o muro separa quase 2 milhões de pessoas. Também em outros bairros de Bagdá, paredes de concreto separam enclaves sunitas de bairros xiitas.
Foto: Getty Images/W. KuzaieO governo britânico construiu os chamados "muros da paz" na Irlanda do Norte em 1969 para separar católicos e protestantes. Portões permitiam a passagem para o outro lado. Em caso de conflitos, eles eram fechados. Alguns moradores dizem, no entanto, que as paredes acentuaram ainda mais a divisão na mente das pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa/M. SmiejekDesde o final da Guerra da Coreia, nos anos 1950, uma zona desmilitarizada separa a Coreia do Norte, comunista, e a Coreia do Sul, capitalista. A faixa de cerca de 4 km de largura e 250 km de comprimento é uma das áreas restritas mais vigiadas do mundo. Em alguns pontos, muros marcam a fronteira entre as duas Coreias.
Foto: Getty Images/AFP/E. JonesTambém a Europa está se isolando. Desde outubro de 2015, a Hungria está fechando sistematicamente sua fronteira para evitar refugiados. No início, a cerca ainda não era hermética. Hoje, no entanto, quase ninguém consegue mais passar para o outro lado. A Hungria também quer construir uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/S. UjvariNos enclaves espanhóis de Ceuta e Mellila, no Marrocos, há fortificações especialmente altas. Para superá-las, é preciso passar por até três cercas. Para complicar, há detectores de movimento, câmeras infravermelhas e um arame farpado que penetra fundo na pele. Mesmo assim, muitos se arriscam e acabam se ferindo.
Foto: picture-alliance/dpa/A. SempereNa fronteira com a Síria, de onde muitos estão fugindo da guerra civil, a Turquia está construído um muro de 511 km de extensão. No final de fevereiro, o governo de Ancara anunciou que metade já está pronta. O muro de 3 metros de altura tem arame farpado e torres de vigilância. Várias vezes, a União Europeia criticou a Turquia por fazer controles muito brandos em suas fronteiras.
Foto: picture alliance/AA/R. Maltas