Depois de duas fugas espetaculares de penitenciárias mexicanas, líder do cartel de Sinaloa é entregue a autoridades americanas. Narcotraficante deve ser levado para Nova York, onde provavelmente será julgado.
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O governo mexicano entregou nesta quinta-feira (19/01) às autoridades dos Estados Unidos o narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán. O Departamento americano de Justiça confirmou a extradição.
Segundo o Ministério mexicano do Exterior, o líder do cartel de Sinaloa foi entregue às autoridades americanas depois de o Tribunal Superior do México ter recusado os recursos interpostos pelo seu advogado, nos quais o narcotraficante se opunha à extradição.
Em comunicado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos confirmou que El Chapo estava a caminho dos EUA e agradeceu ao México pela cooperação.
Uma fonte da agência americana antidrogas (DEA) disse que El Chapo foi entregue às autoridades americanas em Ciudad Juarez, que fica na fronteira mexicana com El Paso, no Texas. De lá, ele será levado para Nova York, onde, provavelmente, deverá ser julgado.
O traficante enfrenta acusações em seis jurisdições no país. Ele responderá num tribunal do Texas a acusações de associação delitiva, contra a saúde, delinquência organizada, posse de armas, homicídio e lavagem de dinheiro. Em outra corte da Califórnia, Guzmán é acusado de associação para importar cocaína com a intenção de distribuir.
Detido em janeiro de 2016, El Chapo escapou de duas prisões de segurança máxima mexicanas, em 2001 e 2015. Na última ocasião fugiu através de um túnel cavado dentro de sua cela no presídio de Altiplano, ao qual retornou após a captura e permaneceu até maio, quando foi transferido para uma prisão em Ciudad Juárez.
O governo mexicano decidiu extraditar Guzmán para os Estados Unidos em maio a pedido de um tribunal do Texas, mas a defesa do narcotraficante apresentou vários recursos para tentar impedir o processo.
CN/efe/ap/lusa
Drogas com passado alemão
Muitos entorpecentes produzidos hoje em laboratórios clandestinos espalhados pelo mundo são criações de cientistas, militares e empresas da Alemanha.
Na Segunda Guerra
Nas campanhas na Polônia, em 1939, e na França, em 1940, Hitler enviou soldados drogados para o front. Na ocupação da França, teriam sido dados às tropas 35 milhões de comprimidos de Pervitin, que tinha o apelido de "chocolate de tanque" ou "pílula de Hermann Göring". A substância ativa, metanfetamina, é um estimulante do sistema nervoso central. Mas também os Aliados dopavam seus soldados.
Foto: picture-alliance/dpa-Bildarchiv
Alerta, destemido e sem fome
A droga foi produzida por um japonês, inicialmente em forma líquida. Químicos da fábrica berlinense Temmler aperfeiçoaram o produto e o patentearam em 1937. Um ano mais tarde o medicamento era lançado no mercado. Ele era usado contra cansaço, sensação de fome e sede e medo. Hoje em dia, o Pervitin é comercializado ilegalmente sob novo nome: Crystal Meth.
High Hitler?
Historiadores divergem se Adolf Hitler era dependente de Pervitin. Nas anotações de seu médico pessoal, Theodor Morell, aparece um "X" com frequência. Nunca foi esclarecido o que ele significa. Sabe-se, no entanto, que Hitler recebia medicamentos fortes, a maioria provavelmente muito aquém das atuais leis de combate às drogas.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Milagrosa" heroína
A criatividade dos produtores de drogas na Alemanha já havia começado muito mais cedo. "Fim à tosse graças à heroína", era o slogan da fabricante alemã Bayer no final do século 19 para o seu sucesso de vendas. Em pouco tempo, a heroína passou a ser prescrita contra epilepsia, asma, esquizofrenia e doenças cardíacas, mesmo em crianças. Como efeito colateral, a Bayer apontava prisão de ventre.
Pai da aspirina e da heroína
O químico e farmacêutico Felix Hoffmann é celebrado especialmente como o inventor da aspirina. Sua segunda grande descoberta aconteceu quase por acaso, enquanto experimentava com ácido acético. Ele resolveu combinar este ácido com morfina, obtido do suco da papoula usada para produzir ópio, criando assim a heroína. O produto só se tornaria ilegal na Alemanha em 1971.
Cocaína para oftalmologistas
Já desde 1862, a alemã Merck fabricava cocaína, usada na época pelos oftalmologistas como anestésico local. Ao pesquisar folhas de coca da América do Sul, o químico Albert Niemann havia isolado um alcaloide, que chamou de cocaína. Niemann morreu pouco depois de sua descoberta, vítima de um problema pulmonar.
Foto: Merck Corporate History
Freud e cocaína
Sigmund Freud consumia cocaína para fins científicos. Em seus "Escritos sobre a cocaína", o pai da psicanálise escreveu que ela não traz inconvenientes. Segundo ele, a substância transmite euforia, energia para viver, e motiva a trabalhar. Seu entusiasmo, no entanto, acabou com a morte de um amigo por causa da droga. Naquele tempo, a cocaína era prescrita contra dor de cabeça e dor no estômago.
Foto: Hans Casparius/Hulton Archive/Getty Images
O barato do Ecstasy
Embora o americano Alexander Shulgin seja considerado o inventor da pílula Ecstasy, a receita para sua produção estava em mãos da fabricante alemã Merck. Em 1912, foi dada entrada para a patente de uma substância oleosa sem cor chamada metilenodioximetanfetamina (MDMA ). Na época, os químicos consideraram que ela não teria valor comercial.
Foto: picture-alliance/epa/Barbara Walton
Efeitos de longo prazo
Os efeitos destas descobertas são implacáveis. As Nações Unidas calculam que em 2013 morreram 190 mil pessoas no mundo devido ao consumo de drogas ilegais. Em relação a bebidas alcoólicas, que não são proibidas, os números são mais impressionantes: a Organização Mundial da Saúde estima que em 2012 5,9% de todos os casos de morte no mundo (3,3 milhões) foram uma consequência do consumo de álcool.