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México intensifica busca de estudantes desaparecidos

17 de outubro de 2014

Segue em investigação o caso da presumida matança de 43 jovens, após enfrentamento com a polícia durante um protesto, Presidente Peña Nieto promete não medir esforços nas buscas.

Foto: Reuters/Jorge Dan Lopez

O México anunciou nesta quinta-feira (16/10) que oferecerá recompensa a quem fornecer informações que ajudem a esclarecer o desaparecimento de 43 estudantes, presumivelmente vítimas de um massacre. Em meio ao caso que colocou em xeque a estratégia de segurança do governo para combater o crime organizado, o presidente Enrique Peña Nieto se reuniu com seu gabinete de segurança para discutir os avanços das investigações.

O procurador geral da República, Jesús Murillo Karam, afirmou que serão oferecidas como recompensa "quantias bastante sérias, para realmente promover a denúncia", mas não mencionou cifras. Em 26 de setembro, 43 alunos de uma mesma escola em Iguala, terceira maior cidade do estado de Guerrero. Eles não foram mais vistos depois de receberem disparos de policiais, durante um protesto. Um dos jovens foi morto, e os agentes levaram embora os restantes.

Segundo as atuais investigações, os policiais de Iguala e do município vizinho de Cocula entregaram os estudantes a assassinos da organização criminosa Guerreros Unidos. Mais de dez valas foram encontradas nos arredores de Iguala. De acordo com as autoridades, não são dos estudantes os 28 corpos carbonizados, descobertos em várias delas dias depois do desaparecimento.

"Minha solidariedade está com seus pais, com a dor que estão sentindo e a indignação que compartilhamos com todos os mexicanos", escreveu Peña Nieto no Twitter nesta quinta-feira, depois de se reunir com o gabinete de segurança. "Que seus familiares, amigos e o povo do México saibam: seguiremos trabalhando sem descanso nesta busca."

Terra, água e ar

A Comissão Nacional de Segurança anunciou que uma equipe oficial de mergulhadores e policiais da Gendarmaria do México se juntou às buscas pelos estudantes. Além disso, mais de 1.200 funcionários das diferentes divisões da Polícia Federal estão participando das investigações.

Os mergulhadores percorrem de lancha, acompanhados de familiares dos estudantes, as extensões aquáticas das áreas inspecionadas, enquanto os policiais a cavalo da Gendarmaria têm como missão chegar a locais de difícil acesso.

Segundo Monte Alejandro Rubido, encarregado nacional de Segurança, a busca pelos jovens – que provêm de comunidades indígenas e de baixos recursos – se faz "de maneira decidida e sem poupar esforços". "Estamos trabalhando por terra, água e ar", assegurou.

Vala clandestina encontrada nos arredores de IgualaFoto: Y. Cortez/AFP/Getty Images

Além das valas clandestinas que foram encontradas a partir de informações fornecidas por criminosos capturados nas últimas semanas, policiais comunitários de Guerrero acharam nos últimos dias mais valas em Iguala e seus arredores. As autoridades estão investigando se os restos ósseos descobertos nesses locais são dos estudantes desaparecidos.

Cerca de 50 pessoas já foram capturadas no contexto do caso, em sua maioria policiais de Iguala e Cocula. A presumível matança dos estudantes provocou críticas à estratégia de segurança de Peña Nieto, que havia prometido aplacar a onda de violência herdada de seu sucessor, Felipe Calderón.

Protestos reuniram milhares de estudantes na capital de Guerrero, Chilpancingo, e na Cidade do México, exigindo a aparição com vida dos jovens e a renúncia do governador do estado, Angel Aguirre. Para esta sexta-feira, está prevista uma manifestação em Acapulco.

LPF/rtr/dpa

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