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América Latina

(sv)7 de março de 2008

Jornais de língua alemã não acreditam em escalada do conflito entre Colômbia, Venezuela e Equador. Acima de tudo, devido às estreitas relações comerciais entre os três países.

Tropas equatorianas na fronteira com a ColômbiaFoto: AP

Pouca integração

"Entre as recentes ameaças do presidente Hugo Chávez, está o anúncio de que a Venezuela pode vir a não participar do encontro de cúpula da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), agendado para fins de março. [...] A Unasul se reduz, porém, até agora, a uma mera construção no papel. Pois ninguém levou até agora a sério aquilo que aos olhos de Chávez e de alguns de seus colegas é uma espécie de contraponto aos Estados Unidos da América. A crise entre a Venezuela, o Equador e a Colômbia não vai, por isso, prejudicar os esforços em prol da integração [na região], mesmo porque esses esforços nem ao mesmo se deram". (Frankfurter Allgemeine Zeitung)

Abastecimento

"Uma ruptura nas relações comerciais entre os dois países iria prejudicar muito mais a Venezuela do que a Colômbia. Devido à crise de abastecimento no país, Caracas compra mais de 30% dos alimentos e bens de consumo do vizinho. O que faria com que os problemas de Chávez dentro do seu próprio país aumentassem ainda mais". (Handelsblatt)

Cautela brasileira e chilena

"Segundo boatos que correm, Chávez tenta evocar um inimigo externo, a fim de despertar efervescências nacionalistas. Daí, a afirmação de que por trás de Uribe estaria o mais poderoso país do mundo: os EUA. Chávez vê em Uribe um inimigo, mas não nas Farc, embora elas já tenham assassinado vários venezuelanos. Países mais cautelosos, como o Brasil e o Chile, tentam colocar panos quentes". (Neue Zürcher Zeitung)

Conseqüências catastróficas

"Os EUA – aliados da Colômbia no combate às forças rebeldes – declaram observar a situação com atenção, após a 'estranha reação' de Chávez. O governo alemão e a França conclamam todos os lados à moderação. Especialistas excluem a possibilidade de uma guerra, já mesmo em função da intrincada localização geográfica na fronteira, com uma floresta impenetrável. Mesmo assim, as conseqüências da situação atual são catastróficas para a América do Sul". (Der Tagesspiegel)

Desequilíbrio de armas

"Apesar da retórica ácida dos dois lados, a probabilidade de uma guerra não é grande, segundo observadores. Hugo Chávez até causou muita dor de cabeça com os gastos milionários na compra de novos aviões de guerra e outros armamentos. Mas nem a Venezuela nem o Equador têm capacidade para enfrentar o Exército colombiano, muito maior e mais modernamente equipado, graças aos EUA". (Financial Times Deutschland)

Pouco interesse

"Não, não vai haver guerra na América do Sul. Mesmo que o Exército colombiano venha sendo, há muito, sustentado pelos EUA. Mesmo que o governo da Venezuela tenha despendido milhões de dólares nos últimos anos com a compra de armas. Pois, por mais que os governos da Colômbia, do Equador e da Venezuela queiram exportar suas tensões internas e suas contradições, eles também têm pouco interesse numa escalada militar do conflito". (taz, die tageszeitung)

Guerras absurdas

"Este poderia ser o combate mais explosivo: de um lado Uribe, homem de confiança dos EUA; do outro Chávez, opositor dos EUA. Ambos armados até os dentes. O colombiano com apoio norte-americano; o venezuelano, com petrodólares. Normalmente, os diplomatas e principalmente as estreitas relações comerciais entre os dois países evitariam um dispare de armas. No entanto, já houve muitas guerras absurdas na América Latina, vide a batalha pelas Ilhas Malvinas". (Süddeutsche Zeitung)

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