Módulo de empresa privada pousa com sucesso na Lua
2 de março de 2025
A missão Blue Ghost da Firefly Aerospace realizou seu primeiro pouso lunar. A iniciava é parte de uma parceria da Nasa com a indústria privada para reduzir custos e levar astronautas de volta à Lua.
Módulo lunar Blue Ghost da Firefly Aerospace pousou em segurança na superfície lunarFoto: NASA/Firefly Aerospace/AP Photo/picture alliance
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Uma empresa aeroespacial americana conseguiu seu primeiro pouso lunar não tripulado neste domingo (02/03). O módulo lunar Blue Ghost da Firefly Aerospace pousou perto de uma antiga abertura vulcânica no Mare Crisium, uma grande bacia situada no nordeste do lado da Lua voltado para a Terra.
Após o pouso, o Controle da Missão, relatou que o módulo estava estável. A missão ocorre como parte de uma parceria da agência espacial americana Nasa com a indústria para cortar custos e apoiar o programa Artemis, que visa retomar o transporte de astronautas à lua.
A Blue Ghost foi lançada em meados de janeiro, levando 10 experimentos da Nasa para a superfície lunar. A agência espacial pagou 101 milhões de dólares (R$ 594 milhões) pela entrega e mais 44 milhões pelo desenvolvimento científico.
"Nossa equipe ousada e imparável provou que estamos bem equipados para fornecer acesso confiável e acessível à Lua, e não vamos parar por aí. Com missões lunares anuais, a Firefly está abrindo caminho para uma presença lunar duradoura que ajudará a desbloquear o acesso ao resto do sistema solar para nosso país, nossos parceiros e o mundo", afirmou o CEO da Firefly Aerospace, Jason Kim.
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Registros de imagens impressionantes
O módulo lunar de quatro "pernas", que tem aproximadamente o tamanho de um carro compacto, transporta um aspirador capaz de sugar a poeira lunar e coletá-la para análise. Há também uma broca a bordo que pode medir a temperatura em profundidades de até 3 metros abaixo da superfície.
As experiências devem durar cerca de duas semanas, antes que o dia lunar termine e o módulo se desligue.
A Blue Ghost capturou imagens impressionantes da Terra e da Lua ao longo de sua jornada e deverá registrar imagens de alta definição de um eclipse total em 14 de março, quando a Terra bloqueará o Sol no horizonte da Lua.
Em seguida, a nave registrará um pôr do sol lunar em 16 de março, em um tentativa de obter informações sobre como a poeira da Lua levita acima da superfície sob a influência solar.
Quem mais pousou na Lua?
A Firefly Aerospace se tornou a segunda empresa privada a conseguir um pouso suave na Lua, seguindo o sucesso do módulo de pouso Odysseus da Intuitive Machines no ano passado.
O pouso anterior, no entanto, foi menos suave; quebrando uma das "pernas" do módulo e o deixando tombando. A empresa sediada em Houston enviará outro módulo de pouso para da Lua, com previsão de pouso para esta quinta-feira.
Até hoje, cinco países conseguiram realizar pousos na Lua: a União Soviética, os EUA, a China, a Índia e o Japão.
rc (AFP; Reuters, AP)
As mais curiosas imagens do espaço em 2024
A China explorou pela primeira vez o lado oculto da Lua. Também impressionantes são as fotos de uma "galáxia sem estrelas", de um eclipse anular e de erupções solares.
Foto: HanxQiyang/Xinhua/IMAGO
Viagem chinesa ao lado oculto da Lua
Pode não parecer a imagem mais espetacular da lua, mas não se deixe enganar: este é o momento em que a espaçonave Chang'e 6, da China, foi lançada do outro lado da lua, em junho de 2024, para trazer de volta à Terra as primeiras amostras de rocha e poeira daquela região lunar pouco explorada.
Foto: Jin Liwang/IMAGO
Tortuosa missão japonesa
A ida do Japão à Lua em janeiro também foi um sucesso, apesar de seu Módulo de Aterrissagem Inteligente para Investigar a Lua (Slim, na sigla em inglês) ter aterrissado de forma errada. Um problema de motor durante o pouso fez com que os painéis solares ficassem no ângulo errado. Por isso, eles inicialmente não forneceram energia. Mas após nove dias, a energia voltou e o módulo iniciou sua missão.
Foto: Uncredited/JAXA/Takara Tomy/Sony Group Corporation/Doshisha University/AP/dpa/picture alliance
Um buraco negro que morde
Uma equipe de pesquisa europeia descobriu esse sistema composto por um buraco negro e sua estrela binária VFTS 243 – essa é uma imagem pós-processada. A descoberta fornece novas perspectivas sobre como os buracos negros se formam a partir da massa estelar. A VFTS 243 está localizada na Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 200 mil anos-luz da Terra.
Foto: Cover-Images/IMAGO
Quatro erupções simultâneas
Em abril de 2024, quatro erupções solares irromperam quase simultaneamente em diferentes locais da superfície do Sol. De acordo com a Nasa, que registrou o evento, isso quase resultou em uma tempestade solar em direção à Terra. Era a indicação de que a atividade solar atingia seu pico em um ciclo de 11 anos em 2024.
Foto: NASA/SDO/AIA/EVE/HMI science teams
Parece uma galáxia sem estrelas
Pesquisadores descobriram uma formação semelhante a uma galáxia que parece não ter quase nenhuma estrela. Os pesquisadores do US Green Bank Observatory encontraram a massa de poeira e gás por mero acaso. Ela consiste, em grande parte, de hidrogênio e matéria escura. Ela é invisível ao olho humano e só foi descoberta por sinais de rádio que a equipe captou por acaso.
Foto: STScI/NSF/GBO/P. Vosteen
Estrela em seus últimos momentos
Este é o primeiro registro próximo da estrela WOH G64, fora de nossa galáxia, em seu último estágio de vida. A WOH G64 está localizada na Grande Nuvem de Magalhães. A imagem, registrada pelo Observatório Europeu do Sul, mostra a estrela enquanto ela ejeta gás e poeira. "Esse é o último estágio antes de sua supernova", anunciou o observatório em novembro de 2024.
Foto: K. Ohnaka et al./ESO/REUTERS
Um raro eclipse anular
Outra raridade: o eclipse anular em outubro de 2024. Esses eclipses solares ocorrem quando a lua não cobre completamente o sol quando vista da Terra. A ocorrência desse "anel de fogo ao redor do sol" depende da distância da lua em relação à Terra e de onde o espetáculo é visto. Esta foto foi tirada na Ilha de Páscoa, no Chile.