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Macri pedirá suspensão da Venezuela do Mercosul

23 de novembro de 2015

Presidente eleito argentino afirma ser favorável à aplicação da cláusula democrática por causa da "perseguição" a políticos opositores pelo governo de Maduro. Regra exige apoio de todos os países-membros para valer.

Foto: Reuters/M. Brindicci

Em sua primeira entrevista para imprensa após ser eleito presidente da Argentina, Mauricio Macri disse nesta segunda-feira (23/11) que pedirá a suspensão da Venezuela do Mercosul, bloco que inclui ainda Brasil, Uruguai e Paraguai.

Ele defendeu que a cláusula democrática seja aplicada por causa da "perseguição" a políticos opositores e à liberdade de expressão por parte do governo do presidente Nicolás Maduro. Macri assegurou que a iniciativa será apresentada já na próxima Cúpula do Mercosul, agendada para 21 de dezembro no Paraguai.

"É evidente que [a situação atual] corresponde à aplicação dessa cláusula porque as acusações são claras, são contundentes, não são uma invenção", afirmou o presidente eleito. A cláusula democrática prevê a suspensão de um dos membros por causa da ruptura da ordem democrática e só pode ser aplicada por consenso.

Nas últimas semanas, Macri se referiu em diversas ocasiões à situação da oposição venezuelana e especialmente ao ex-prefeito de Caracas Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão, poucas semanas antes de eleições no país, por incitação à violência.

Ainda em declarações aos jornalistas, Macri afirmou que é necessário dar vitalidade ao Mercosul e defendeu uma convergência com a organização econômica latino-americana Aliança do Pacífico (composta por Colômbia, Chile, México e Peru) e o avanço de acordos comerciais com a União Europeia (UE).

O líder da coligação conservadora Cambiemos assegurou que construirá "boas relações, previsíveis" com os países "irmãos da América Latina", mas também com as demais nações do mundo. Para Macri, quanto mais ligações existirem entre os países latino-americanos, "mais oportunidades de progresso existirão".

Macri venceu no domingo o segundo turno da eleição presidencial na Argentina com 51,4% dos votos, contra 48,6% de Daniel Scioli, o candidato da coligação Frente para la Vitoria que era apoiado pela chefe de Estado cessante, Cristina Kirchner.

PV/lusa/efe

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