1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosFrança

Macron defende suspensão de entregas de armas para Israel

5 de outubro de 2024

Presidente francês defendeu uma paralisação no envios de armas usadas no conflito em Gaza e alertou ainda que "Líbano não pode se tornar outra Gaza". Netanyahu responde que Israel vencerá “com ou sem" o apoio da França

Emmanuel Macron
"Penso que o povo libanês não deve ser sacrificado e que o Líbano não se deve tornar numa nova Gaza", disse Macron.Foto: Djordje Kojadinovic/REUTERS

O presidente francês Emmanuel Macron defendeu neste sábado (05/10) o fim do fornecimento de armas a Israel para uso no conflito na Faixa de Gaza. A fala provocou uma reação crítica do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

"Penso que, agora, a prioridade é voltarmos a uma solução política, deixar de fornecer armas para serem utilizadas nos combates em Gaza.  A França não está fornecendo armas. E agora a nossa prioridade é também evitar uma escalada [do conflito]", disse Macron.

A França não consta entre os grandes fornecedores de armas para Israel. Em 2023, o país o valor em equipamentos militares exportados para o país somou apenas US$ 33 milhões no ano passado, de acordo com o relatório anual de exportações de armas do Ministério da Defesa.

A vizinha Alemanha, em contraste, exportou US$ 359 milhões no mesmo período. Já os EUA respondem por cerca de US$ 3 bilhões anuais em armas para Israel.

Nos últimos meses, países como Espanha, Bélgica e Itália suspenderam exportações para Israel, enquanto o Canadá e o Reino Unido limitaram a venda de certas armas.

Segundo Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo Hamas, mais de 40 mmil palestinos já morreram em Gaza desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, que foi desencadeado por uma ofensiva terrorista do grupo radical islâmico, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel.

Apelo por solução diplomática

As declarações de Macron foram feitas durante um programa na rádio France Inter. A entrevista foi gravada em 1° de outubro e transmitida neste sábado.

Na mesma entrevista, o presidente Macron ainda lamentou que a situação em Gaza não tenha mudado, apesar de todos os esforços diplomáticos feitos para negociar um cessar-fogo."Acho que não estamos sendo ouvidos. Já o disse ao primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu e penso que é um erro, inclusive para a segurança de Israel no futuro", disse.

Macron ainda expressou reprovação em relação àofensiva terrestre lançada por Israel nesta semana contra o grupo Hezbollah no Líbano, que já deixou centenas de mortos no país vizinho e que tem resultado em intensos bombardeios israelenses a Beirute.

"Penso que o povo libanês não deve ser sacrificado e que o Líbano não se deve tornar numa nova Gaza", disse Macron.

Ainda neste sábado, milhares de manifestantes saíram às ruas em Paris para exigir um boicote a Israel por parte do governo francês e um cessar-fogo imediato em Gaza.

Com o mote "Acabar com o genocídio em Gaza", milhares de pessoas se reuniram partir das 14h (9h em Brasília) na Place de la République entoando frases como: "Palestina livre"" e "Israel assassino, Macron cúmplice". 

Netanyahu critica Macron

Após a divulgação da entrevista de Macron, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu criticou neste sábado o presidente da França, Emmanuel Macron e disse Israel vencerá “com ou sem o seu apoio". 

“Que vergonha”, respondeu o premiê israelense em uma aparição em vídeo hoje, na qual também criticou os restantes países ocidentais que apoiam as opiniões de Macron. 

O premiê argumentou que o Irã não pede embargos de armas aos seus aliados, como a milícia xiita Hezbollah, ou as milícias pró-Irã no Iraque ou os houthis no Iêmen, porque "o eixo do terror" - como se refere a isso aliança - permanece unido. 

“Enquanto Israel luta contra as barbáries lideradas pelo Irã, os países civilizados deveriam posicionar-se ao lado dele”, reprovou. 

No discurso, o líder israelense disse que seus militares lutam “pela paz e segurança no mundo”. 
 

jps (AFP, EFE, RFI, ots)