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Macron e Le Pen centralizam debate na França

21 de março de 2017

Ex-ministro e líder populista de direita trocam farpas durante o primeiro enfrentamento entre candidatos à presidência francesa. Cinco maiores nomes na disputa debatem questões como economia, imigração e segurança.

Fillon, Macron, Mélenchon, Le Pen e Hamon (da esquerda para a direita) debateram ao vivo na TV francesa
Fillon, Macron, Mélenchon, Le Pen e Hamon (da esquerda para a direita) debateram ao vivo na TV francesaFoto: Reuters/P. Kovarik

Os cinco principais candidatos à presidência da França se enfrentaram pela primeira vez em um debate televisivo nesta segunda-feira (20/03), a cerca de um mês das eleições presidenciais.

A candidata populista de direita Marine Le Pen e o ex-ministro da Economia e dissidente do Partido Socialista Emmanuel Macron centralizaram as discussões. Eles foram acompanhados pelo socialista Benoît Hamon, o conservador François Fillon e o líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon.

O debate foi marcado por troca de farpas, envolvendo temas como imigração e religião. "Quero acabar com a imigração, isso está claro", clamou Le Pen, antes de mencionar um crescimento do fundamentalismo islâmico na França e dizer que a situação da segurança no país está "explosiva".  

Le Pen, que é a favor de restringir vestimentas religiosas nos espaços públicos, ainda afirmou que o burquíni – traje de banho de mulheres muçulmanas e que gerou controvérsias na França no último verão – é um sinal da "ascensão do islamismo radical em nosso país" e acusou Macron de apoiá-lo.

O candidato independente logo rebateu as acusações, afirmando não precisar de um "ventríloquo", ou seja, alguém que fale por ele. "O burquíni é uma questão de ordem pública. Não use [a religião] para dividir a França", retrucou Macron. "Você mente [aos eleitores] quando distorce a verdade."

Le Pen, que vem defendendo em sua campanha a saída da França da zona do euro, bem como a realização de um referendo sobre a adesão do país à União Europeia (UE), também reiterou sua oposição ao bloco, frisando que não quer ver a França se tornar uma "vaga região" da UE. "Eu não quero ser vice de Angela Merkel", disse a candidata, referindo-se à chanceler federal alemã.

Segurança e educação também foram temas que causaram enfrentamento entre os candidatos. Macron, enfatizando sua experiência em cargos públicos, tachou de irrealista a promessa de Le Pen de criar vagas para mais 40 mil detentos. "Isso nunca foi feito em cinco anos", disse ele, referindo-se ao mandato presidencial na França. "Eu proponho 16 mil vagas em prisões. Já está bom", rebateu.

A candidata populista de direita também foi alvo de críticas do socialista Hamon quando defendeu uma maior segurança nas escolas públicas, que, segundo ela, foram assoladas pela violência. "Sem paz nas escolas é impossível aprender", disse Le Pen. Hamon classificou as observações da rival como "repugnantes" e retrucou: "Para haver paz nas escolas, elas não precisam se tornar reféns".

Eleitores indecisos

O debate desta segunda-feira é tido como importante para orientar os eleitores franceses ainda indecisos – segundo sondagens recentes, quase 40% deles não estão certos sobre seu voto.

Onze candidatos disputarão as eleições de 23 de abril na França, que ainda contarão com um segundo turno marcado para 7 de maio. Macron e Le Pen vêm liderando as pesquisas eleitorais.

Fillon, antes favorito, perdeu apoio em meio a denúncias de corrupção. Ex-primeiro-ministro da França, ele é acusado de ter criado empregos falsos para a esposa Penelope e dois de seus filhos. O escândalo, porém, que vem dominando a campanha há semanas, teve pouco espaço no debate.

EK/rtr/ap/dpa/lusa/afp

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