Macron entra na corrida presidencial francesa
16 de novembro de 2016O ex-ministro da Economia Emmanuel Macron anunciou nesta quarta-feira (16/11) sua entrada oficial na corrida presidencial da França, a cerca de cinco meses das eleições. A candidatura do político de centro-esquerda promete acirrar ainda mais a disputa, até então liderada pelo conservador Alain Juppé.
Macron lançou sua candidatura pelo "Em Marcha", movimento independente criado por ele mesmo que, em suas próprias palavras, "não é nem de esquerda, nem de direita".
"Estou pronto. É por isso que me candidato para a presidência da França", anunciou em uma coletiva de imprensa realizada em um subúrbio parisiense, prometendo uma "revolução democrática" que vai restaurar o otimismo e a autoconfiança dos franceses.
A candidatura de Macron representa uma alternativa para a campanha eleitoral, atualmente dominada por figuras já tradicionais da política francesa. Caso seja eleito, o político de 38 anos será o presidente mais jovem da história da França.
Sondagens de intenções de voto sugerem uma vitória do Partido Republicano, de Juppé, mas alguns analistas começaram a questionar a previsão após o resultado surpreendente das eleições americanas.
Marine Le Pen, do partido populista de direita Frente Nacional, era até então o nome mais cotado para disputar um segundo turno com Juppé. Uma pesquisa divulgada na terça-feira, no entanto, colocou o então possível candidato Macron logo atrás do favorito.
Macron, um ex-banqueiro de investimentos, faz jus ao seu passado profissional com um posicionamento pró-mercado. Ele ficou conhecido durante o governo do atual presidente François Hollande pela desregulamentação de serviços como o de transporte de ônibus, mas jamais ocupou cargos eleitos.
Durante a coletiva desta quarta, Macron sugeriu que justamente sua juventude e inexperiência poderão ajudar a livrar o país de anos de alto desemprego e baixo crescimento.
"Entramos numa nova era", disse ele, referindo-se aos perigos do aquecimento global, terrorismo, crescimento das desigualdades sociais e crises nas democracias ocidentais. "Não podemos responder com os mesmos nomes e as mesmas ideias", acrescentou.
Macron deixou o governo Hollande em agosto, argumentando ter "observado de perto os limites do sistema político" da França e a vontade de ser livre para conduzir sua própria agenda.
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