Coalizão do presidente francês não elegeu bancada suficiente para aprovar projetos. Nova coalizão de esquerda será a maior força de oposição, e extrema direita teve o melhor resultado da sua história.
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A coalizão do presidente francês, Emmanuel Macron, perdeu a maioria governamental na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento da França, de acordo com os resultado oficiais do segundo turno das eleições legislativas, realizadas neste domingo (19/06) em todo o país.
A coalizão de Macron, Juntos, seguirá sendo a maior bancada da Assembleia Nacional, mas não terá os 289 assentos necessários para uma maioria governamental. Segundo os resultados finais oficiais, a coalizão do presidente francês terá de 245 cadeiras.
O resultado afeta a governabilidade de Macron e a sua capacidade de implementar as reformas prometidas na eleição presidencial, realizadas em abril, que deu a ele um segundo mandato.
A Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), uma coalizão de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon, do partido A França Insubmissa, que abrange também o Partido Socialista, os comunistas e os verdes, deverá ser a principal força de oposição, com 131 assentos.
A extrema direita, representada pelo partido Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, ganhou 89 assentos – contra oito assentos conquistados nas eleições anteriores – e se tornará a terceira maior força do Parlamento.
A direita tradicional, representada pelo Os Republicanos/União dos Democratas e Independentes, terá 61 assentos.
Ministro fala em "choque democrático", e Mélenchon ressalta derrota de Macron
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, afirmou à emissora France 2 que os resultados eram um "choque democrático", mas disse que a coalizão de Macron ainda teria a maior bancada no Parlamento e que seria vital para o país alcançar acordos com outras legendas. "A cultura do compromisso é uma que teremos que adotar, mas precisamos fazer isso em torno de valores, ideias e projetos políticos claros para a França", afirmou.
Mélenchon disse que o resultado da eleição mostrava, sobretudo, a derrota da coalizão de Macron. "[É uma] situação totalmente inesperada. A derrota do partido presidencial é completa e não há uma maioria clara à vista", disse. "A França se expressou e, precisa ser dito, com uma voz insuficiente, pois o nível de abstenção ainda está muito alto, o que significa que uma grande parte da França não sabe em que direção seguir."
Jordan Bardella, presidente do partido da extrema direita, disse que o resultado de sua legenda havia sido um "tsunami". Le Pen afirmou que os eleitores "haviam se manifestado e enviado um forte grupo do Reagrupamento Nacional para a Assembleia Nacional".
Coabitação exigirá negociações
O forte desempenho da coalizão de esquerda tonará muito mais complexa para Macron a tarefa de implementar seu programa de governo, que inclui cortes de impostos e o aumento da idade mínima de aposentadoria de 62 para 65 anos.
Se as projeções se confirmarem, Macron precisará negociar caso a caso com os parlamentares da centro-esquerda ou da direita tradicional para tentar aprovar os projetos de interesse do seu governo.
O governo francês também poderia usar ocasionalmente uma medida especial prevista pela Constituição do país que permite a edição de uma lei sem uma votação no Parlamento.
A coabitação – como é chamado um governo de minoria na França – ocorreu pela última vez em 2002, entre o presidente conservador Jaques Chirac e seu primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin, e geralmente leva a impasse político.
A coalizão de esquerda fez campanha defendendo o congelamento de preços de bens essenciais, a redução da idade mínima de aposentadoria para 60 anos, a limitação de heranças e a proibição de que companhias que paguem dividendos a acionistas demitam trabalhadores. Os aliados de Macron afirmam que Mélenchon seria um "agitador sinistro" que destruiria o país.
As eleições parlamentares deste ano foram marcadas em grande parte pela apatia do eleitorado – mais da metade dos eleitores aptos a votar não compareceram às urnas.
Audrey Paillet, 19 anos, que votou em Boussy-Saint-Antoine, no sudeste de Paris, estava triste por tão poucas pessoas terem comparecido. "Algumas pessoas lutaram para votar. É uma pena que a maioria dos jovens não faça isso", disse.
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Agenda doméstica pedirá mais de Macron
Macron havia feito um apelo aos eleitores no início desta semana, antes de uma viagem à Romênia e à Ucrânia, advertindo que uma eleição inconclusiva, ou um Parlamento paralisado, colocaria a nação em perigo.
"Nestes tempos conturbados, a escolha que vocês farão neste domingo é mais crucial do que nunca", disse ele na terça-feira, antes de decolar para visitar militares franceses mobilizados perto da Ucrânia. "Nada seria pior do que acrescentar uma desordem francesa à desordem mundial."
Alguns eleitores concordaram, e se posicionaram contra a escolha de candidatos dos extremos políticos que vinham ganhando popularidade. Outros argumentaram que o sistema francês, que concede amplo poder ao presidente, deveria dar mais voz a um Parlamento multifacetado e funcionar com mais controles sobre o Executivo.
"Não tenho medo de ter uma Assembleia Nacional mais dividida entre os diferentes partidos. Espero um regime que seja mais parlamentar e menos presidencial, como você pode ter em outros países", disse Simon Nouis, um engenheiro que votou no sul de Paris.
O fracasso da Macron em obter uma maioria pode ter também ramificações pela Europa. Alguns analistas prevêem que o líder francês terá que gastar o resto de seu mandato concentrando-se mais em sua agenda doméstica em vez de sua política externa, reduzindo o espaço para a atuação de Macron como um "estadista do continente".
bl (AP, Reuters)
O mês de junho em imagens
O mês de junho em imagens
Foto: Johanna Geron/REUTERS
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Rússia garante que se retirou da ilha no Mar Negro para facilitar exportação de cereais da Ucrânia. Já os ucranianos dizem que os invasores fugiram após uma série de ataques. Local se tornou emblemático quando um membro da pequena guarnição ucraniana que o defendia respondeu com um palavrão ao navio russo que exigia sua rendição. O episódio se tornou símbolo da resistência ucraniana. (30/06)
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Europa tenta lidar com "caos" nos aeroportos
Cenas caóticas nos aeroportos frustraram as expectativas dos turistas no verão europeu. Greves e falta de funcionários agravaram a situação e resultaram em milhares de cancelamentos. Companhias aéreas reduziram seus quadros durante a pandemia e não conseguiram lidar com aumento da demanda, após o fim das restrições. Em poucos dias, a Lufthansa teve de suspender quase 3 mil voos. (29/06)
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A Turquia removeu sua oposição à adesão da Suécia e da Finlândia à aliança militar, o que encerra um impasse criado em meio à mais grave crise de segurança das últimas décadas na Europa, gerada pela invasão russa da Ucrânia. Ancara acusava países nórdicos de apoiarem grupos curdos rebeldes considerados como organizações terroristas pela Turquia. (28/06)
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Míssil atinge shopping lotado na Ucrânia
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Celebrando sob guarda-chuvas
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Os dias da temida Securitate acabaram na Romênia, mas os serviços secretos continuam de olho nos cidadãos. E eles devem poder contar com o apoio deles no futuro. Isso está previsto em uma controversa reforma das leis de segurança do país, contra a qual estão ocorrendo protestos. Os opositores da reforma certamente chamaram a atenção com esta intervenção. (23/06)
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Os cisnes mudos defendem o seu território de forma implacável, especialmente durante a época de reprodução. Lutas territoriais como esta no Jardim Inglês de Munique podem, às vezes, ser fatais. Não chegou a esse ponto com estes dois rivais, mas infelizmente não sabemos como eles desamarraram seus pescoços. (22/06)
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Foto: Ishara S. Kodikara/AFP/Getty Images
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A imagem de San Martin de Unx, no norte da Espanha, parece uma pintura, com nuvens envolvendo a silhueta da cidade. O motivo, porém, não é nada feliz: vários incêndios florestais atingem há dias a Espanha, consumindo milhares de hectares. Segundo as autoridades, a situação na região de Navarra é "muito crítica", com cinco incêndios ativos e muitos moradores retirados de suas casas. (20/06)
Foto: Miguel Oses/AP Photo/picture alliance
Boxeadores mexicanos no Guinness
Quinze boxeadores mexicanos deram a maior aula de boxe do mundo para 14.299 participantes na Praça Zócalo, na capital do país, e entraram para o Guinness – o livro dos recordes. Eles quebraram o recorde de maior aula de boxe do mundo que havia sido batido pela Rússia em 2019, num evento na Praça Vermelha que teve 3.250 participantes. (19/06)
Foto: Quetzalli Nicte-Ha/REUTERS
Chuvas de monção deixam mortos na Ásia
Tempestades de monção deixaram ao menos 41 mortos e milhões isolados em Bangladesh e na Índia. Em Bangladesh, os raios que acompanharam as chuvas mataram 21 pessoas e outras quatro morreram em deslizamentos. São as piores inundações de monções que o país experimentou nas últimas duas décadas, que afetaram pelo menos quatro milhões de pessoas em dois distritos na fronteira com a Índia. (18/06).
Foto: Abdul Goni/REUTERS
Um pouco de refresco
O verão ainda nem chegou no hemisfério norte, mas as temperaturas já estão altas no sudoeste da Europa. Em Paris, os termômetros ultrapassaram a marca de 30 °C, levando algumas pessoas a se refrescarem nas muitas fontes da capital francesa. E mais vem por aí: a temperatura pode chegar a 42 °C nos próximos dias. (17/06)
Foto: Michel Euler/AP Photo/picture alliance
Scholz, Macron e Draghi fazem visita inédita à Ucrânia
O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, que representam as três maiores economias da UE, fizeram uma visita à Ucrânia. Segundo Macron, o trio viajou ao país para transmitir "uma mensagem de unidade europeia aos ucranianos" em meio à guerra de agressão da Rússia contra o país do leste europeu. (16/06)
Foto: Filippo Attili/ANSA/picture alliance
PF encontra "remanescentes humanos" em local de buscas no AM
A Polícia Federal encontrou "remanescentes humanos" na região amazônica onde desapareceram o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira. O material será submetido à perícia em Brasília. Os "remanescentes humanos" foram encontrados no local indicado por um dos suspeitos presos pelos desaparecimentos. O pescador Amarildo da Costa Oliveira confessou o crime.
Foto: Bruno Kelly/REUTERS
Café nas alturas
Após quase três anos de obras, uma ponte de vidro de 240 metros de extensão sobre o cânion Dashbashi foi inaugurada na cidade de Tsalka, no sul da Geórgia. Com um investimento de 120 milhões de euros e uma cafeteria instalada em uma estrutura em forma de diamante a 200 metros de altitude, o local espera atrair milhares de turistas. (14/06)
Foto: Irakli Gedenidze/REUTERS
"Suécia está mais segura", diz chefe da Otan
Ao visitar a residência de verão da primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que os países aliados, especialmente os Estados Unidos e o Reino Unido, forneceram garantias de proteção à Suécia até o país se tornar um membro efetivo da Otan. Ambos aproveitaram a ocasião para um passeio de barco. (13/06)
Foto: Henrik Montgomery/TT/AFP via Getty Images
Ato no Rio cobra resposta a desaparecimentos na Amazônia
Dezenas de pessoas reuniram-se em um protesto na Praia de Copacabana para cobrar respostas ao desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Uma das pessoas mais emocionadas era Maria Lúcia Sampaio, de 78 anos, sogra de Phillips. Visivelmente abatida, ela disse não ter mais esperanças de que seu genro e Pereira sejam encontrados com vida. (12/06)
Foto: João Pedro Soares/DW
Von der Leyen reúne-se com Zelenski em Kiev
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reuniu-se com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev, e disse que dará um sinal claro na próxima semana sobre o pedido do país para ser aceito como candidato a integrar o bloco. Zelenski tem feito pressão pela rápida admissão da Ucrânia à União Europeia, mas o processo de adesão pode levar anos ou décadas. (11/06)
Foto: Natacha Pisarenko/AP Photo/picture alliance
Inflação nos EUA atinge maior patamar em 40 anos
A taxa de inflação nos Estados Unidos aumentou em 8,6% no mês de maio, atingindo o maior patamar em quatro décadas no país. A alta foi impulsionada pelos preços do setor de energia e alimentação. Os novos números aprofundam a crise no governo do presidente americano, Joe Biden, enquanto a população sofre para cobrir os gastos essenciais, com alimentos, moradia e combustíveis. (10/06)
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Bolsonaro e Biden se encontram pela primeira vez
Líderes do Brasil e dos Estados Unidos adotam tom amigável no primeiro encontro entre ambos, na Cúpula das Américas. Biden disse que o Brasil é uma "democracia vibrante", com "instituições eleitorais sólidas". O brasileiro ressaltou a importância da parceria entre os dois países e assegurou que sempre vai optar pelas vias democráticas, mesmo se for derrotado nas próximas eleições. (09/06)
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
Primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil
O primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil foi confirmado em São Paulo. O paciente era um homem de 41 anos que havia retornado da Espanha à capital paulista.
OMS afirma que a doença traz risco moderado para a saúde pública mundial, mas esses riscos podem aumentar se o vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos como crianças e pessoas imunossuprimidas. (08/06)
Foto: Brian W.J. Mahy/CDC/REUTERS
Merkel concede primeira entrevista após deixar o governo
A ex-chanceler federal alemã Angela Merkel lançou fortes críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, e o acusou de desprezar as leis internacionais, no âmbito da invasão russa à Ucrânia. Ela disse que o líder do Kremlin rejeita o modelo ocidental de democracia e tem a intenção de dividir a Europa. A ex-chefe de governo declarou “confiança total” em seu sucessor, Olaf Scholz. (07/06)
Foto: Fabian Sommer/dpa/picture alliance
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A secretária de Estado da Cultura da Alemanha, Claudia Roth, visitou a cidade portuária de Odessa, na Ucrânia. Ela viajou a convite de seu colega de pasta ucraniano, Olexander Tkatchenko. "Queremos mostrar que estamos lá. Queremos mostrar que a cultura está sendo atacada", disse Roth antes de embarcar. (06/06)
Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
Três astronautas para a estação espacial chinesa
Pequim se dedica com afinco a completar sua estação espacial em órbita permanente Tiangong. Astronautas Cai Xuzhe e Liu Yang ladeiam o comandante Chen Dong, antes da partida da missão Shenzhou-14 do Centro de Lançamentos de Satélites Jiuquan, no deserto de Gobi, noroeste da China. Sete horas mais tarde, a tripulação já chegava ao módulo nuclear da estação, onde vai morar e trabalhar. (05/06)
Foto: Li Gang/Xinhua via AP/picture alliance
Invasão gótica em Leipzig
Quem está em Leipzig durante os feriados de Pentecostes não tem como ignorar o festival Wave Gotik Treffen (WGT). Depois de dois anos de pausa forçada, os participantes da "cena negra" desfilam pela cidade no Leste alemão em opulentos trajes vitorianos e fantasias bem mais macabras. Do programa constam desde piqueniques no Parque Clara Zetkin a concertos e passeios pelo cemitério. (04/06)
Foto: Jens Schluete/Getty Images
Acidente de trem mata ao menos quatro na Alemanha
Pelo menos quatro pessoas morreram e 30 ficaram feridas quando um trem regional de passageiros descarrilou no estado da Baviera, no sul da Alemanha. O veículo partiu de Garmisch-Partenkirchen, localidade turística de montanha famosa internacionalmente, e seguia em direção a Munique, capital da Baviera. Vários vagões viraram e alguns chegaram a cair do leito dos trilhos. (03/06)
Foto: Sven Hoppe/dpa/picture alliance
Elizabeth 2ª celebra 70 anos de reinado
A rainha Elizabeth 2ª, de 96 anos, apareceu na varanda do Palácio de Buckingham, em Londres, no primeiro dia das celebrações dos seus 70 anos de reinado, sendo longamente aplaudida por dezenas de milhares de pessoas. Ela assistiu a um espetáculo da Royal Air Force, com a participação de mais de 70 aeronaves, acompanhada por membros da família real. (02/06)
Foto: Daniel Leal/AFP
Bilhete único mensal de 9 euros entra em vigor na Alemanha
Entrou em vigor na Alemanha o bilhete único mensal que permite o uso do transporte público em todo o país por apenas 9 euros (R$ 47) mensais. O plano faz parte de um pacote de medidas de alívio financeiro devido ao aumento dos preços de energia causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia. O desconto é válido para os meses de junho, julho e agosto. (01/06)