Macron quer impulsionar idioma francês na União Europeia
20 de março de 2018
Presidente da França afirma que inglês é dominante em Bruxelas e anuncia plano para ampliar uso da língua francesa nas instituições do bloco após o Brexit. Líder também quer promover idioma além das fronteiras da Europa.
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O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (20/03) planos para impulsionar o idioma francês e aumentar seu destaque na União Europeia (UE), diante da saída do Reino Unido do bloco.
Em discurso para comemorar o Dia Internacional da Francofonia, Macron disse que o inglês é muito dominante em Bruxelas e prometeu promover o uso do francês nas instituições do bloco e fora dele.
"Essa situação é paradoxal. O inglês nunca esteve tão presente em Bruxelas, justo no momento em que estamos negociando o Brexit", destacou. O presidente disse, porém, que não quer agir contra o inglês, mas sim promover o multilinguismo.
Macron afirmou ainda ser a favor de que todos na Europa aprendam duas línguas estrangeiras e ressaltou que a França vai ampliar os esforços para ensinar francês a funcionários europeus. O presidente anunciou ainda medidas para promover o ensino do idioma no exterior, por meio da rede de liceus franceses.
Com 274 milhões de falantes, o francês é o quinto idioma mais falado do mundo, depois do mandarim, inglês, espanhol e árabe. Na internet, trata-se da quarta língua mais usada.
Durante muitos anos, o francês dominou a sede da UE em Bruxelas, mas acabou perdendo espaço para o inglês principalmente a partir de 2004, com a entrada de países do Leste Europeu no bloco.
CN/rtr/afp
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Alemão e as palavras compostas: da filosofia à mesquinharia
Afirmar que "só se pode filosofar em alemão" é comprar polêmica certa. Contudo, é inegável: o idioma permite sintetizar conceitos complexos de forma extremamente específica e concisa. E também ser genialmente maldoso.
Foto: Reuters/F. Bensch
Weltschmerz
O sofrimento pode ser mesquinho ou altruísta, mas nenhuma de suas formas é tão filosoficamente abrangente quanto a "Weltschmerz" ("dor do mundo"). Cunhado pelo escritor Jean Paul, o conceito diagnostica o pessimismo típico do movimento romântico, uma insatisfação crônica e insolúvel com a condição humana. Um sentimento que parece estar novamente em alta, nos últimos anos.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Schönherr
Luftschloss
Há quem reaja ao pessimismo construindo castelos nas nuvens: "Luftschloss" ("castelo de ar") significa devaneio, fantasia. Na Alemanha do século 16, "construir um castelo no ar" equivalia a ficar sentado no telhado e sonhar. Para o autor americano Jerome Lawrence, aliás, "neurótico é quem constrói um castelo no ar; psicótico é quem mora dentro; psiquiatra é quem recebe o aluguel".
Foto: Fotolia/crimson
Verschlimmbessern
Na política, urbanismo, artes, medidas sociais ou cirurgia plástica, por vezes a emenda é pior do que o soneto. Ativismo cego, associado a ignorância e incompetência, pode acarretar resultados tragicamente agravantes. Em alemão, o paradoxal termo composto "Verschlimmbessern" ("melhorar piorando") resume esse tipo de boas intenções – das quais, dizem, o inferno está tão cheio.
Foto: MEHR
Futterneid
"Inveja da comida" é observada entre cães: mesmo satisfeito, o animal avança sobre a ração alheia assim que vê um companheiro se alimentar. Contudo, só descobrir que se quer algo quando outro mostra interesse pelo mesmo objeto do desejo também é um defeito demasiado humano. Basta pensar na "Futterneid" de consumidores se digladiando durante uma liquidação. Ou em certas disputas amorosas.
Foto: imago/MITO
Kummerspeck
Você fica deprimido. Para compensar, passa a comer sem controle. Engorda. Todo mundo nota. Os alemães são capazes de exprimir essa cadeia de ocorrências – a materialização da tristeza em tecido adiposo – numa única palavra: "Kummerspeck" ("banha de aflição"). Um diagnóstico que já vem acompanhado do possível antídoto: uma dose de bom humor e autoironia.
Foto: Colourbox/S. Jarry
Backpfeifengesicht
É injusto, até irracional, mas quem não conhece a sensação? Certas pessoas simplesmente despertam um inexplicável impulso de agressão. Uma petulância, um excesso de autossuficiência... Ou talvez elas tenham mesmo "cara de levar tapa". Entre a intenção e o ato, porém, é bom lembrar que a questão é subjetiva, e o simpático rosto de uns pode ser a "Backpfeifengesicht" perfeita para outros.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Vucci
Schadenfreude
Certos termos da língua alemã são considerados intraduzíveis também por revelar realidades que o resto do mundo prefere negar. "Schadenfreude" (literalmente "alegria pelo dano") indica o prazer malicioso com a desgraça alheia. "Quem, eu? Jamais!" Um sentimento quase inconfessável, até por se originar, tantas vezes, em inveja, mesquinharia e egoísmo.
Foto: Reuters/F. Bensch
Fremdschämen
No extremo oposto das emoções complexas, o neologismo "Fremdschämen" ("vergonha alheia") denota uma forma especial de empatia. Incluído nos dicionários em 2009 e eleito palavra do ano na Áustria no ano seguinte, indica aquele constrangimento por tabela, ao se presenciar outra pessoa numa situação embaraçosa. Mas: já que vergonha é um artigo tão escasso, não seria melhor gastá-la consigo mesmo?
Apanhado/a com a mão na cumbuca: usando o sapato preferido da irmã; recebendo suborno da multinacional! "Mas não é nada do que vocês estão pensando..." Esse tipo de aperto tem um nome específico em alemão: "Erklärungsnot" – "necessidade de explicação" ou "apuros explicativos". Ou seja: agora a batata quente está na mão do infrator.
Foto: DW
Treppenwitz
Nada como uma boa anedota para animar uma festa e conquistar simpatias, e você acaba de ter a genial inspiração para uma... só que uns minutos tarde demais, sua oportunidade passou. É uma típica "Treppenwitz" ("piada de escadaria"), expressão originada diretamente do francês "esprit d'escalier", aquele comentário espirituoso que só ocorre ao convidado quando ele já vai descendo as escadas.