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Maduro anuncia troca de ministros para "blindar" país

18 de março de 2019

Na esteira do apagão de vários dias, que gerou caos no país assolado por uma grave crise econômica e política, governo de Nicolás Maduro anuncia reestruturação para "blindar a pátria de qualquer ameaça".

Visando "restruturação profunda", presidente venezuelano Nicolás Marudo pede que ministros coloquem cargos à disposição
Visando "restruturação profunda", presidente venezuelano Nicolás Marudo pede que ministros coloquem cargos à disposiçãoFoto: Reuters/Miraflores Palace

O governo do presidente Nicolás Maduro anunciou neste domingo (18/03) que realizará uma troca em seu ministério para "blindar" a nação de possíveis ameaças, pouco depois do fim do apagão no sistema de energia elétrica que afetou a maior parte da Venezuela.

"O presidente solicitou a todo o gabinete executivo que coloque seus cargos à disposição para efeito de uma restruturação profunda dos métodos de funcionamento do governo bolivariano para blindar a pátria de qualquer ameaça", afirmou a vice-presidente Delcy Rodríguez.

A decisão ocorre num momento em que o país atravessa uma grave crise política e em meio à hiperinflação, escassez de medicamentos e alimentos e de um colapso nos serviços públicos, e na esteira do apagão de quase uma semana de duração que paralisou grande parte do país e afetou as comunicações, transportes, comércio e abastecimento de água.

Maduro atribuiu a interrupção no fornecimento de energia elétrica a um ataque cibernético perpetrado pelos Estados Unidos e a sabotagens levadas a cabo pela oposição.

Segundo o governo, o ataque cibernético teve como alvo a sala de controle da principal hidrelétrica do país, a usina de Guri, no estado de Bolívar, e se estendeu para a toda a rede elétrica. Por sua vez, a oposição aponta a incompetência e a má administração de recursos públicos como as causas do apagão.

Alguns engenheiros locais dizem que anos de baixos investimentos e de falta de manutenção nas usinas geradoras de energia e na rede elétrica do país foram as causas do apagão. A Universidade Central da Venezuela, a principal do país, apresentou na semana passada uma avaliação que desmente a tese do governo e afirma que um incêndio sobrecarregou as linhas de transmissão e desativou as salas e máquinas da hidrelétrica de Guri.

No último sábado, Maduro realizou uma inspeção no complexo hidrelétrico em Bolívar e prometeu uma transformação da estatal Corpoelec, encarregada do fornecimento nacional de energia. "Hoje me comprometo junto a vocês com um processo de transformação profundo da Corpoelec", afirmou o presidente aos trabalhadores da empresa, lembrando que o Ministério Público realiza uma investigação sobre a crise elétrica.

O líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, voltou a responsabilizar Maduro pelo apagão durante o giro que realiza pelo país, na chamada "operação liberdade", que visa mobilizar a população a reclamar a posse do palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.

"Já começamos a organização de toda a Venezuela para a operação liberdade", disse Guaidó. "Vamos nos organizar para continuar apelando aos funcionários públicos, às Forças Armadas e a todos os venezuelanos que querem mudar definitivamente esta situação."

Guaidó, que é presidente da Assembleia Nacional, elevou o embate entre a oposição e Maduro ao se autoproclamar presidente interino, no dia 23 de janeiro. Desde então, ele recebeu o apoio de mais de 50 governos em todo o mundo.

RC/rtr/efe/ap

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