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Maduro chama Hamilton Mourão de “louco” e “covarde”

12 de dezembro de 2018

Além de insultar vice, venezuelano disse que no novo governo brasileiro "um é mais louco que o outro” e que conselheiro de Trump pediu para que Bolsonaro provoque incidentes na fronteira entre os países.

Venezuela Lokalwahlen Maduro
Maduro também acusou o conselheiro de segurança da Casa Branca, John Bolton, de preparar um plano para assassiná-loFoto: Reuters/Miraflores Palace

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, proferiu nesta quarta-feira (12/12) uma série de insultos contra o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro. O alvo principal foi o vice-presidente, Hamilton Mourão, que foi chamado de "louco” e "covarde” pelo chavista, que disse ainda que o general reformado "fala todos os dias em invadir a Venezuela”. As declarações foram feitas em discurso no palácio de Miraflores, em Caracas, e transmitidas pela televisão.

"No governo [brasileiro] que se inicia, um é mais louco do que o outro. Há um vice-presidente, um general, se chama Hamilton Mourão. Ele age como um presidente paralelo. Todos os dias fala de política internacional. Quase não se escuta a voz de Jair Bolsonaro, o presidente eleito. Esse vice-presidente fala todos os dias que quer invadir a Venezuela. Ele tem uma cara de louco", disse. "Quero ver se esse louco covarde vai vir até aqui à frente das suas tropas", disse Maduro.

"A ultradireita do mundo acredita que a Venezuela não tem como se defender. Mas vamos dar a eles uma lição que eles nunca esquecerão nem em mil anos, uma lição de dignidade e força. Uma lição aos loucos da ultradireita, seja do Brasil ou da Colômbia”, completou.

Por outro lado, Maduro afirmou que, mesmo com a posição de Mourão, "as forças militares do Brasil querem paz”. "Ninguém no Brasil quer que o futuro governo de Jair Bolsonaro se meta em uma aventura militar contra o povo da Venezuela", disse. "Um alto oficial brasileiro me mandou uma mensagem de que eles não vão ser instrumentos do império estadunidense contra a paz na América do Sul.”

No mesmo discurso, Maduro também acusou o conselheiro de segurança da Casa Branca, John Bolton, de preparar, em conjunto com a Colômbia, um plano para assassiná-lo, e de ter envolvido o Brasil em uma conspiração para desestabilizar a Venezuela.

Segundo Maduro, Bolton teria atribuído a Bolsonaro algumas missões que fariam parte deste plano durante a visita realizada pelo assessor ao presidente eleito, no Rio de Janeiro, em novembro.

A parte de Bolsonaro no complô, disse Maduro, seria realizar "provocações militares" na fronteira entre Brasil e Venezuela.

Ele também disse que John Bolton "foi designado como chefe da conspiração contra a Venezuela, para procurar uma intervenção estrangeira e impor um conselho de governo transitório".  "O Governo da Colômbia, de Iván Duque é cúmplice do plano de John Bolton para trazer violência ao nosso país", frisou.

Maduro ainda afirmou ainda que o plano de Bolton para assassiná-lo já está em desenvolvimento e, por isso, várias forças mercenárias e paramilitares estão sendo treinadas na Colômbia.

Segundo o líder chavista, um grupo paramilitar, batizado como G8, estaria treinando na província colombiana de Norte de Santander.

"Estão treinando 734 mercenários, entre colombianos e venezuelanos, para, em qualquer momento, realizarem ataques a unidades militares na fronteira e iniciar uma escalada de violência para confundir a opinião pública e justificar qualquer outra ação militar contra a Venezuela".

Maduro também disse que o governo obteve informações que as forças especiais dos Estados Unidos estão treinando na Base Aérea de Eglin para uma "missão cirúrgica" contra a Venezuela.

Maduro vai assumir em 10 de janeiro um novo mandato presidencial de seis anos, após ter sido reeleito em um pleito boicotado pela oposição e não reconhecido pelos Estados Unidos, a União Europeia e mais de uma dezena de países latino-americanos. A Venezuela vive há anos uma profunda crise econômica do seu modelo socialista, que vem gerando hiperinflação, fome e a fuga de centenas de milhares de venezuelanos do país.

JPS/ots/efe/lusa

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