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Maduro diz ter desmantelado plano golpista

13 de fevereiro de 2015

Governo venezuelano prende militares acusados de planejar ataque ao palácio do governo para tomar poder. Novas marchas pelo país marcam um ano dos protestos que deixaram 43 mortos.

Venezuela Präsident Nicolas Maduro
Foto: picture-alliance/dpa/Miraflores Press

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que cinco oficiais da Aeronáutica foram detidos por supostamente planejarem um golpe de Estado. Segundo ele, o plano para derrubá-lo contava com o apoio de opositores e dos Estados Unidos.

"Desmantelamos um atentado golpista contra a democracia, contra a estabilidade da nossa pátria. Trata-se de uma nova tentativa de usar um grupo de oficiais da aviação militar para provocar um ato violento, um atentado, um ataque", afirmou Maduro, em declarações transmitidas na quinta-feira (12/02) pelo canal estatal Venezuelana.

O presidente disse ainda que a tentativa está relacionada com os protestos do ano passado, que começaram no dia 12 de fevereiro e seguiram até maio, deixando 43 mortos e centenas de feridos. Um ano depois, nesta quinta-feira, policiais e manifestantes voltaram a se enfrentar nas ruas da Venezuela. Os choques deixaram pelo menos três estudantes, quatro policiais e um militar feridos.

Maduro afirmou que as prisões dos conspiradores foram possíveis devido ao trabalho de inteligência de organismos de segurança do país. E que os oficiais agora estão declarando "tudo o que sabem" aos investigadores.

Segundo Maduro, um dos oficiais presos estava comprometido, desde o ano passado, com "grupos de ultradireita que buscavam gerar violência no país". O oficial teria feito contato com outros companheiros para executar ordem "traçada em Washington". A conspiração, disse Maduro, incluía ataques ao palácio do governo em Caracas e as sedes do Ministério da Defesa, do Interior e Justiça, e do canal multiestatal de televisão Telesur.

"Neste ano ele foi acionado, pagaram-lhe um valor importante em dólares, deram a ele várias tarefas e um visto americano com data de 3 de fevereiro. Disseram a ele na embaixada dos Estados Unidos que 'se isso não der certo, ele teria visto para entrar em qualquer de nossas fronteiras'", afirmou

Maduro instruiu os seus simpatizantes a, caso "algo lhe aconteça", derrotarem o golpe de Estado com uma ofensiva cívico-militar. "Estão autorizados a radicalizar a revolução até nível máximo que jamais vimos", disse.

Protestos ocorreram em pelo menos quatro cidades da VenezuelaFoto: picture-alliance/dpa

Protestos contra o governo

A quinta-feira foi marcada por protestos contra Maduro em pelo menos quatro cidades da Venezuela. A situação foi mais tensa, porém, em San Cristóbal, na fronteira com a Colômbia. Soldados da Guarda Nacional e policiais lançaram gás lacrimogêneo contra manifestantes, que os atacaram com pedras, paus e coquetel molotov, segundo testemunhas.

"Vemos aqui novamente como uma marcha que começa de maneira pacífica tem planos terroristas ao passar, em frações de segundos, a uma manifestação violenta", disse a jornalistas o general de brigada José Morantes Torres.

O presidente do Centro de Estudantes da Universidade dos Andes, Reinaldo Manrique, responsabilizou "pessoas infiltradas" pela violência, e disse que quatro chegaram a ser detidas. Ele não soube confirmar, porém, se são todos estudantes.

Em Caracas, alguns estudantes mascarados bloquearam uma avenida central com queima de lixo e lançaram pedras contra policiais, que devolveram com disparos de armas de chumbo.

MSB/rtr/dpa

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