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Maias criavam e comercializavam cães há 2,5 mil anos

20 de março de 2018

Estudo analisou restos de cachorros e outras espécies encontrados em Seibal, na Guatemala. Arqueólogos acreditam que animas eram usados em cerimônias.

Sítio arqueológico maia Seibal
Restos de cães e outros animais foram encontrados em SeibalFoto: cc-by/Sébastian Homberger

Os maias começaram a criar e comercializar cachorros há aproximadamente 2,5 mil anos, revelou um estudo divulgado nesta segunda-feira (19/03). Arqueólogos acreditam que os animais eram usados em cerimônias.

Publicado na revista especializada PNAS, o estudo de pesquisadores do Instituto Smithsonian analisou restos de cães e outros animais encontrados no sítio arqueológico maia Seibal, localizado na Guatemala, e descobriram que a civilização já criava cachorros no período entre 700 e 350 antes de Cristo.

Leia também: Arqueólogos descobrem metrópole maia na Guatemala 

"Estudos como este começam a mostrar que os animais tiveram um papel chave em cerimônias e demonstrações de poder, o que talvez tenha impulsionado a criação e o comércio de animais", afirmou a principal autora da pesquisa, Ashley Sharpe.

Segundo o estudo, a criação de animais na Ásia, na África e na Europa acompanhou o desenvolvimento das cidades, mas na América essa criação teria fins cerimoniais e foi intensificada durante o Período Clássico, entre 250 e 900 depois de Cristo.

Ao analisar os isótopos de carbono, nitrogênio, oxigênio e estrôncio de restos de animais, os pesquisadores descobriram o tipo de alimentação que as espécies consumiam e, desta forma, puderam identificar se os ossos encontrados no sítio arqueológico eram de animais selvagens ou domesticados.

"Os restos mortais se dividem em duas categorias: os que têm isótopos de carbono mais baixos, que indicam que estes animais comiam plantas silvestres, e aqueles com isótopos maiores, presentes nas espécies alimentadas com milho", resumiu Sharpe.

Os restos de todos os cachorros, de dois perus e dois felinos, encontrados no local, indicam que esses animais eram alimentados com milho ou com outras espécies alimentadas com milho, como um tipo de porco da região.

O estudo revelou ainda que os ossos maxilares de dois cachorros, localizados num complexo cerimonial, possuíam isótopos de estrôncio semelhantes aos animais de regiões mais secas e montanhosas próximas à atual Cidade da Guatemala. "Essa é a primeira evidência de que os cães foram transportados pela América nesta época", acrescentou a pesquisadora.

CN/efe/ots

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