Maior caverna submersa do mundo é descoberta no México
17 de janeiro de 2018
Mergulhadores encontram comunicação entre dois grandes sistemas de cavernas subaquáticas, formando complexo de 346 quilômetros que é também o sítio arqueológico submerso mais importante do mundo.
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Um grupo de pesquisadores conseguiu encontrar comunicação entre dois grandes sistemas de cavernas subaquáticas no balneário de Tulum, no estado mexicano de Quintana Roo, no leste do país, revelando o que eles acreditam ser a maior caverna submersa do mundo.
"Esta caverna imensa representa o sítio arqueológico submerso mais importante do mundo", disse o pesquisador Guillermo de Anda, do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) e diretor do projeto Gran Acuífero Maya (GAM), dedicado ao estudo e preservação das águas subterrâneas da Península de Yucatán.
A descoberta ocorreu ao final de dez meses de trabalho nos sistemas de cavernas submersas Sac Actún e Dos Ojos, em Tulum, lugares turísticos arqueológicos situados na costa caribenha do México, na Península de Yucatán.
O grupo de exploradores subaquáticos, liderados pelo alemão Robert Schmittner, descobriu que o Sac Actún, de 263 quilômetros de extensão, se comunica com o Dos Ojos, de 83 quilômetros. Juntos, eles chegam a 346 quilômetros.
Através de comunicado, o GAM explica que, de acordo com as regras da espeleologia, se dois sistemas de cavernas se encontram, o maior absorve a menor. "Sendo assim, o Sistema Saco Actún é considerado agora o maior do mundo", frisou. O segundo maior – antes considerado o primeiro – passa a ser o Sistema Ox Bel Ha, localizado ao sul de Tulum, com 270 quilômetros.
"Este foi um esforço de mais 20 anos, percorrendo centenas de quilômetros de cavernas submersas em Quintana Roo, principalmente, dos quais me dediquei 14 anos explorando este monstruoso Sistema Sac Actún. Agora, o trabalho de todos é conservá-lo", afirmou Schmittner.
O sistema de cavernas submersas de água doce tem uma profundidade média de 20 quilômetros (embora haja trechos com dois metros de profundidade) e há lugares em que existem escadarias, muros e espaços modificados por seres humanos, incluindo evidências de civilizações antigas, como a maia.
A Península de Yucatán está repleta de relíquias monumentais do povo maia, cujas cidades utilizavam uma extensa rede de pântanos ligados a águas subterrâneas, conhecidas como cenotes.
Alguns cenotes tinham significado particular para os maias, cujos descendentes continuam a habitar a região.
MD/dpa/rtr
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Obras de arte da era do gelo
Os mais antigos artefatos feitos por humanos, de 40 mil anos atrás, foram encontrados na Suábia, no sul da Alemanha. As seis cavernas onde objetos foram localizados são candidatas a patrimônio cultural da Unesco.
Foto: LAD, Y. Mühleis
A Vênus de Hohle Fels
Descoberta em 2008, a figura de Vênus da gruta de Hohle Fels data de 35 mil anos atrás. A mais antiga representação de figura humana é o mais conhecido dos 50 artefatos encontrados nas grutas da Suábia. Esculpida em marfim de mamute, a estatueta de 6 cm tem seios volumosos. Um pequeno aro substitui a cabeça, uma indicação de que a peça tenha sido usada como pingente.
Foto: Hilde Jensen, Universität Tübingen
A caverna Hohle Fels
Os arqueólogos encontraram a figura feminina nesta caverna. A maioria dos artefatos encontrados representa animais e remonta ao período aurignaciano (início do paleolítico superior) um tempo em que o neandertal e o homo sapiens viveram, em parte, lado a lado, e procuravam abrigo em cavernas. Já naquela época havia inúmeras grutas na região de Schwäbische Alb (montanhas da Suábia).
Foto: H. Parow-Souchon
O vale do rio Ach
Durante a era do gelo havia poucas florestas nesta região, coberta de estepes e habitada por mamutes e renas. Hoje em dia, a área, que tem mais de duas mil cavernas, é coberta por bosques. Seis das grutas onde aconteceram os achados espetaculares são candidatas a patrimônio cultural da humanidade. A candidatura foi oficializada no início do ano passado pelo estado alemão de Baden-Württemberg.
Foto: LAD, Chr. Steffen
Instrumento musical pré-histórico
O ser humano já fazia música há 40 mil anos. A prova são três flautas encontradas no abrigo rochoso Geißenklösterle, no sul da Alemanha, em 2009. A mais bonita delas, feita de marfim, pode ser vista junto com a Vênus no Museu da Pré-História da cidade alemã de Blaubeuren. O abrigo rochoso Geißenklösterle está bloqueado por uma cerca, mas, como não é muito profundo, pode ser visto a partir de fora.
Foto: Claus Rudolph, Urmu
Gruta Sirgensteinhöhle
A gruta Sirgensteinhöhle, de 42 m de comprimento, é aberta a visitantes e fecha só no inverno europeu, para a proteção dos morcegos que ali vivem. Os arqueólogos descobriram que o homem pré-histórico permanecia principalmente na entrada da caverna, onde fazia fogo, trabalhava e dormia. Há 500 anos, acreditava-se que na caverna havia vivido um monstruoso ciclope (gigante imortal com um só olho).
Foto: LAD, M. Steffen
Vale do rio Lone
As três outras grutas indicadas a patrimônio da humanidade ficam no vale do rio Lone, perto de Heidenheim. Elas se chamam Vogelherd, Hohlenstein Stadel e Bockstein. Da mesma forma como no vale do Ach, os sítios são área protegida. Não podem ser feitas alterações na área sem consentimento das autoridades de defesa do patrimônio. Sem essa garantia, a candidatura à Unesco não teria chance.
Foto: LAD, O. Braasch
A gruta Hohlenstein Stadel
As escavações nas cavernas da Suábia começaram no século 19. Os arqueólogos descobriram ali restos de fogueiras, armas, ferramentas e adornos feitos de pedra, chifre, marfim e osso. Em 1861, foram encontrados na gruta Hohlenstein 10 mil ossos de ursos. Apenas uma parte da caverna é aberta a visitantes.
Foto: Museum Ulm
Figura com traços humanos e de leão
A maior peça encontrada na gruta Hohlenstein Stadel é este artefato em marfim, de 31 cm de altura. Na foto, ele é visto de diferentes perspectivas. A peça, que faz parte do acervo do museu em Ulm, foi reconstruída quase completamente a partir de mais de 300 pedaços. Os arqueólogos não conseguiram identificar se se trata de homem ou mulher, por isso o chamam "Löwenmensch", "humano leão".
Foto: LAD, Y. Mühleis
Gruta Vogelherd
A localização da gruta Vogelherd era perfeita para o homem pré-histórico porque oferece uma ótima vista para o vale. Já se podia avistar os perigos de longe. Ou localizar a caça. Ali foram encontradas dez pequenas figuras de animais feitas de marfim de mamute. Um leão e uma figura de mamute podem ser vistos no parque temático arqueológico que fica junto à caverna.
Foto: LAD, Th. Beutelspacher
Cavalo selvagem
Uma figura de cavalo selvagem de cerca de cinco centímetros é considerada a principal peça encontrada na gruta Vogelherd. Seu pescoço curvado e as formas redondas e elegantes refletem a habilidade artesanal do homem pré-histórico. Ele está exposto no castelo de Tübingen, juntamente com outros achados das cavernas.
Foto: Hilde Jensen, Universität Tübingen
Gruta Bockstein
No rochedo Bockstein, no vale do Lone, há várias cavernas que podem ser acessadas. Os artefatos encontrados apontam que ali já moraram neandertais há mais de 60 mil anos. Em julho próximo, a Unesco vai decidir se "as cavernas com a mais antiga arte da era do gelo" virarão patrimônio cultural da humanidade.