Maioria dos alemães é a favor de medidas mais rígidas
1 de abril de 2021
De acordo com pesquisa, 67% dos alemães apontam que os apelos dos médicos por mais restrições na vida social para conter alta de casos devem ser atendidos.
Profissionais da saúde pedem lockdown na Alemanha para evitar superlotação de hospitaisFoto: Ina Fassbender/AFP/Getty Images
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A maioria dos alemães apoia que medidas mais rígidas para combater a pandemia de covid-19 sejam adotadas nas próximas semanas. É o que mostra pesquisa do Instituto Infratest Dimap divulgada nesta quinta-feira (01/04), encomendada pela rede de televisão ARD.
De acordo com a pesquisa, mais de dois terços da população (67%) concordam que os apelos dos médicos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por mais restrições devem ser atendidos. Os profissionais pedem que a vida social na Alemanha seja restrita por duas a três semanas para evitar que os hospitais fiquem sobrecarregados. Os médicos alertam que, se nada for feito, em quatro semanas as UTIs estarão lotadas.
Quase metade da população (48%) acha que as medidas atuais para conter a pandemia não são suficientes – um aumento de 16 pontos percentuais em relação a meados de março. Cerca de 24% acreditam que as regras em vigor são suficientes e outros 24% consideram-nas muito rígidas.
Quando se trata de adoção de medidas a nível nacional, os alemães estão divididos: 49% querem uma regulamentação acordada entre governos federal e estaduais e 48% acham melhor regras específicas por região.
A grande maioria dos alemães está insatisfeita com a gestão da crise: 79% criticam as ações dos governos federal e estaduais. Em fevereiro, esse índice era de 56%.
Parte desse descontentamento se deve à lentidão da campanha de vacinação: 83% estão pouco ou nada satisfeitos com o ritmo de imunização. Até terça-feira, a Alemanha havia aplicado ao menos uma dose de vacinas em 9,44 milhões de pessoas, o equivalente a cerca de 11,37% da população
O Infratest Dimap ouviu 1.348 pessoas na segunda e terça-feira. A margem de erro é de dois a três pontos percentuais.
A Alemanha vive desde meados de março um afrouxamento do lockdown em vigor desde 16 de dezembro.
O país registrou nesta quinta-feira 24.300 novas infecções e 201 mortes, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças. No total, o país contabiliza mais de 2,83 milhões de casos e mais de 76 mil mortes.
le (afp,dpa, ots)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.