Uma semana após o ataque a um mercado de Natal em Berlim, pesquisa aponta que 73% querem um aumento das forças policiais e 60% são a favor da ampliação da vigilância por câmeras de vídeo em espaços públicos.
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Uma semana após o ataque a um mercado de Natal em Berlim, pesquisa aponta que a maioria dos alemães é a favor da implementação de medidas de segurança adicionais.
Segundo levantamento realizado pelo instituto de pesquisas YouGov para a agência de notícias alemã DPA, 73% dos alemães querem um aumento das forças policiais e 61% são a favor de melhorias no aparelhamento da polícia. Uma maioria de 60% é a favor de uma ampliação da vigilância por câmeras de vídeo em espaços públicos.
Um caminhão invadiu na segunda-feira passada um mercado de Natal em Berlim, matando 12 pessoas e ferindo mais de 50. A feira não era vigiada por câmeras de segurança.
A pesquisa é divulgada depois que o governo alemão aprovou um projeto de lei que permitirá uma ampliação do monitoramento em vídeo de espaços públicos, apesar da oposição da administração da cidade de Berlim, que argumenta que a medida é prematura.
Em resposta, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, pediu para que o governo regional de Berlim "repense" sua postura em relação a câmeras de vídeo "urgentemente".
Segundo a sondagem do YouGov, um a cada dois entrevistados pede uma ampliação das competências das Forças Armadas alemãs em casos de ataques terroristas. Atualmente, soldados podem ser empregados em casos de grandes atentados, caso sejam solicitados pela polícia. Entretanto, não está esclarecido quais forças são mais adequadas para quais tarefas. Estão agendados para março os primeiros exercícios conjuntos entre militares e policiais na Alemanha, para situação de terrorismo.
Enquanto isso, começaram nesta segunda-feira os preparativos para a festa de Ano Novo no Portão de Brandemburgo em Berlim, que deverá ocorrer com medidas de segurança reforçadas, incluindo policiamento reforçado e vigilância em vídeo.
MD/dpa/efe
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.