Maioria dos alemães quer que Merkel vá até o fim do mandato
16 de novembro de 2018
Sondagem diz que 56% dos alemães desejam que chanceler federal governe a Alemanha até 2021, e 50% estão satisfeitos com o trabalho dela. Partido Verde conquista segundo lugar na preferência do eleitorado.
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A maioria dos alemães é a favor de que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, permaneça no cargo até completar seu mandato, aponta uma sondagem divulgada nesta quinta-feira (16/11) pela cadeia de TV pública ARD.
Segundo a pesquisa, 56% dos entrevistados desejam que Merkel permaneça como chefe de governo até o fim de seu mandato, em 2021. Em janeiro, esta cifra era sete pontos percentuais menor. Ao mesmo tempo, 41% querem que ela deixe seu cargo antes do fim do mandato (em janeiro, eram 45%). Metade dos alemães estão satisfeitos com o trabalho dela como chefe de governo (contra 44% em janeiro).
A líder alemã já disse que não concorrerá à reeleição como chanceler federal e afirmou no mês passado que em dezembro também não vai disputar a reeleição como líder de seu partido, a União Democrata Crista (CDU). A decisão foi anunciada logo após o resultado decepcionante da CDU na eleição regional no estado de Hessen, em que a legenda perdeu mais de 11 pontos percentuais em relação ao pleito anterior.
Impopularidade de Seehofer
Uma clara maioria do eleitorado é a favor da renúncia do ministro do Interior alemão, Horst Seehofer. Dos entrevistados, 73% acreditam que o chefe da União Democrata Cristã (CSU) deve abdicar de seu ministério. Apenas 20% se dizem "satisfeitos" ou "muito satisfeitos" com o trabalho dele.
Nesta segunda-feira, o ministro do Interior alemão anunciou que não pretende renunciar a seu cargo no governo Merkel e confirmou notícias de que no próximo ano deixará a presidência da CSU – legenda-irmã da União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal alemã.
Desde o início da atual legislatura – iniciada em março após longas negociações de coalizão entre conservadores e social-democratas –, Seehofer se transformou numa pedra no sapato de Merkel.
Sua posição firme, contrária à política migratória da chanceler federal, desencadeou seguidas crises internas, que ameaçaram o fim da coalizão de governo.
Em julho passado, Seehofer havia anunciado sua intenção de "colocar à disposição" seus cargos como presidente da CSU e ministro do Interior, durante uma disputa com Merkel, voltando atrás logo depois.
Sucessão na CDU
A pesquisa também revela que a aliada de Merkel e secretária-geral da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, é a preferida para ocupar a presidência do partido, com apoio de 46% dos eleitores da legenda.
Ela é seguida por Friedrich Merz, que já foi líder da bancada da CDU no Parlamento, mas passou os últimos nove anos fora da política, com 31%. Jens Spahn, ministro da Saúde e crítico de Merkel, obteve apenas 12%.
No panorama partidário, o Partido Verde continua sua rota de ascensão, tendo obtido 23% das intenções de voto, um ganho de seis pontos percentuais em relação ao mês passado e apenas três pontos percentuais atrás do bloco conservador CDU/CSU, que obtém 26%.
O Partido Social-Democrata (SPD) continua em queda, tendo perdido um ponto percentual em relação a outubro, chegando a 14%. A sondagem contratada pela ARD mostrou também diminuição do apoio ao partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que foi a 14%, dois pontos percentuais a menos do que há um mês.
MD/rtr/dpa
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Chanceler federal dá sinais de que pode não chegar ao fim de seu quarto mandato devido às constantes brigas internas na sua coalizão de governo. Especulações sobre sua sucessão já estão a todo vapor.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Kirchner
A afilhada: Annegret Kramp-Karrenbauer
Se Merkel pudesse escolher seu sucessor, a escolha recairia sobre Annegret Kramp-Karrenbauer. A secretária-geral da CDU tem alta popularidade e já venceu as eleições para o governo do estado do Sarre. Assim como Merkel, ela defende uma solução europeia para a migração e, como defensora da União Europeia, classifica o unilateralismo nacional como uma ameaça à unidade europeia.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Schreiber
O nome de transição: Wolfgang Schäuble
O presidente do Bundestag é o membro com mais tempo de casa da história do Parlamento alemão e tem uma autoridade para além das frentes partidárias. Embora critique a política de migração de Merkel, ele a apoiou na disputa com a CSU. Schäuble participou das negociações dos tratados da UE, mas, devido à sua posição dura em relação à Grécia, foi tachado de "disciplinador da Europa".
Foto: Reuters/H. Hanschke
A impopular: Ursula von der Leyen
Por muito tempo, Ursula von der Leyen era tida como a candidata mais promissora para a sucessão de Merkel. No entanto, a ministra da Defesa é impopular e tem pouco apoio dentro da CDU. Von der Leyen defende um exército europeu, que "possa colocar mais peso na balança", e foi favorável à cursos de formação para refugiados pelas Forças Armadas da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
O compromisso: Julia Klöckner
A ministra da Agricultura e da Defesa do Consumidor, Julia Klöckner, tem sabido se posicionar entre os grupos de apoiadores e de críticos de Merkel. A estratégia pode levar a ex-rainha do vinho à chancelaria federal. Na eleição para o governo da Renânia-Palatinado, no entanto, essa estratégia não funcionou: Klöckner alternou entre elogios e críticas na questão dos refugiados e perdeu nas urnas.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O conservador: Jens Spahn
O ministro da Saúde, Jens Spahn, tem se mostrado mais comedido nas críticas à chanceler federal. No entanto, ele é considerado um dos adversários internos mais ferrenhos de Merkel e representa a renovação conservadora da CDU. Spahn quer limitar o número de refugiados, apoia a proibição da burca e rejeita a dupla cidadania, assim como um ministro europeu das Finanças.
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A esperança futura: Daniel Günther
O governador de Schleswig-Holstein lidera no norte da Alemanha uma coalizão que não se concretizou em Berlim, mas é vista como o futuro dos conservadores: com os liberais e os verdes. No entrevero entre CDU e CSU, Günther foi o mais ávido defensor de Merkel e quer, por meio de uma lei de imigração, abrir o mercado de trabalho também para requerentes de refúgio que tiveram seus pedidos rejeitados.
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A eminência parda: Peter Altmaier
O ministro da Economia, Peter Altmaier, é considerado o braço direito de Merkel. Por exemplo, no auge da crise dos refugiados, Merkel desmoralizou o então ministro do Interior Thomas de Maizière ao nomear Altmaier coordenador da política de refugiados. Na disputa comercial com os EUA, Altmaier quer mais Europa e menos Trump: "A comunidade de valores é mais forte que políticos isolados".
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O subestimado: Armin Laschet
O governador do estado mais populoso da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália, é sempre um candidato à chancelaria federal, embora pouco se especule sobre o nome do atual ocupante do cargo, Armin Laschet. Mas isso não diminui suas chances, afinal, há um ano, Laschet venceu as eleições estaduais de forma surpreendente e, na política para refugiados, defende o curso adotado por Merkel.