Maioria dos brasileiros teme covid-19, aponta Datafolha
22 de março de 2020
Maior parte dos entrevistados apoia medidas restritivas para conter propagação da covid-19, enquanto 83% acreditam ter chances de contrair o vírus. Um terço acha que país não está preparado para enfrentar pandemia.
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A maioria dos brasileiros teme o novo coronavírus e concorda com medidas restritivas para conter a propagação da doença, apontou um levantamento do instituto Datafolha divulgado neste domingo (22/03). Ao todo, 74% dos entrevistados disseram ter medo de ser contaminados.
Segundo a pesquisa publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 99% dos entrevistados disseram ter conhecimento sobre o vírus, enquanto 97% afirmaram estar tomando precauções para não ser infectados.
Mesmo assim, 83% deles acreditam ter chances de contrair a covid-19. Outros 12% acham que não têm chances de ser infectados, e 5% não sabem. Entre as faixas etárias, o maior índice de pessoas que acham que não serão contaminadas é entre aqueles com mais de 60 anos (19%), que fazem parte do grupo de risco da doença.
A maioria dos brasileiros também concorda com medidas restritivas para tentar conter a pandemia. Ao todo, 95% dos entrevistados apoiam a suspensão de eventos com mais de 100 pessoas, 94%, a suspensão de viagens de avião para outros países, e 92%, a suspensão das aulas.
O fechamento das fronteiras é apoiado por 92%, e a suspensão de jogos de futebol, por 91% dos ouvidos. Além disso, 90% concordam ser necessário evitar abraçar e beijar as pessoas, e 86%, evitar frequentar bares e restaurantes. Suspender cultos e missas recebeu apoio de 82%, e trabalhar em casa, de 78%. Já o fechamento do comércio é apoiado por apenas 46%.
O Datafolha ainda questionou sobre o impacto da pandemia no cotidiano dos entrevistados. Ao todos, 37% deles pararam de trabalhar, porém apenas 1% está trabalhando de casa. Outros 55% deixaram de ir às aulas. A grande maioria (76%) interrompeu atividades de lazer, e 46% dos brasileiros evitam sair às ruas.
A maioria dos ouvidos considera o Brasil um pouco preparado para conter a crise (54%), enquanto 34% acham que o país não está pronto, e 10%, que o país está muito preparado. Metade dos entrevistados acredita que o surto atingirá principalmente os mais pobres, causando mais mortes nesse grupo da população.
O levantamento ouviu 1.558 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país entre os dias 18 e 20 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Até agora, o Ministério da Saúde confirmou 1.128 casos de coronavírus e 18 mortes em decorrência da covid-19, doença que já afeta todos os estados brasileiros. São Paulo é o estado com o maior número de infecções (459) e mortos (15), seguido do Rio de Janeiro (119 casos e 3 mortos).
Vírus por toda parte! Talvez no tomate, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o Sars-Cov-2.
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Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Como todas as infecções por gotículas, o Sars-Cov-2 se propaga por mãos e superfícies tocadas com frequência. Embora seja ainda relativamente desconhecido, os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus.
Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho – se ainda estiver funcionando. Em princípio, coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-Cov-2 por esse meio de transmissão".
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Medo de importados?
Ainda segundo o BfR, os pais não precisam temer um contágio através de brinquedos importados. Até o momento não pôde ser comprovado nenhum caso desses. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta umidade atmosférica.
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Vírus pelo correio?
Em geral, coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e umidade, o BfR considera "antes improvável" um contágio por pacotes de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-Cov-2.
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Pingue-pongue entre cão e dono?
Meu cachorro pode me contagiar e eu a ele? Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excreções.
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Verduras assassinas?
Igualmente improvável é a transmissão do Sars-Cov-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR, não sendo conhecidos casos comprovados. Lavar cuidadosamente as mãos antes do preparar da refeição continua sendo mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
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Longa vida no gelo
Embora os coronavírus Sars e Mers conhecidos até o presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-Cov-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
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Animais silvestres são tabu
Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens. Há fortes indícios de o novo coronavírus ter sido transmitido aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria, certamente contra a própria vontade. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"...