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Mais 50 civis são resgatados de siderúrgica em Mariupol

7 de maio de 2022

Cerca de 2.000 combatentes, além de alguns civis, ainda estão em túneis e bunkers sob o complexo de Azovstal, cercado por militares russos. Moscou e Kiev confirmam que evacuação continua no sábado.

Civis retirados de Azovstal são conduzidos por funcionários da Cruz Vermelha e da ONU
Civis retirados de Azovstal são conduzidos por funcionários da Cruz Vermelha e da ONUFoto: ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS

Mais cinqüenta civis, incluindo 11 crianças, foram resgatados nesta sexta-feira (06/05) dos túneis sob uma siderúrgica em Mariupol, onde combatentes ucranianos ainda resistem enquanto todo o resto da cidade portuária já foi tomada pela Rússia.

Moscou afirmou que os 50 civis evacuados da siderúrgica Azovstal foram entregues a representantes das Nações Unidas e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, e que "a operação humanitária em Azovstal continua em 7 de maio".

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, também confirmou que 50 "mulheres, crianças e idosos" conseguiram deixar o complexo e que a evacuação continuaria no sábado. Cerca de 500 civis já foram retirados da siderúrgica nos últimos dias, segundo a ONU.

Cerca de 2.000 combatentes ucranianos, segundo a estimativa mais recente da Rússia, estão escondidos no vasto labirinto de túneis e bunkers sob a siderurgia e se recusam a se render. Antes das evacuações desta sexta-feira, autoridades ucranianas disseram que algumas centenas de civis também ainda estavam lá.

Expectativa sobre Dia da Vitória

O combate pelo último reduto controlado por militares ucranianos em uma cidade reduzida a ruínas por Moscou fica cada vez mais tenso em meio à especulação de que o presidente russo, Vladimir Putin, queira encerrar a batalha por Mariupol para poder apresentar um triunfo à população de seu país na guerra da Ucrânia a tempo do Dia da Vitória, no 9 de maio, segunda-feira, o maior feriado patriótico do calendário russo.

Siderúrgica conta com uma vasta rede de túneis e bunkers no subsoloFoto: Pavel Klimov/REUTERS

Com a aproximação da data que comemora a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, cidades de toda a Ucrânia se prepararam para um aumento dos ataques russos, e autoridades ucranianas exortaram os moradores a prestarem atenção aos avisos de ataques aéreos.

"Essas datas simbólicas são para o agressor russo como o vermelho para um touro", disse o primeiro vice-ministro do Interior da Ucrânia, Yevhen Yenin. "Enquanto todo o mundo civilizado se lembra das vítimas de terríveis guerras nesses dias, a Federação Russa quer desfiles e se prepara para dançar sobre ossos em Mariupol."

Rendição difícil

Kateryna Prokopenko, cujo marido, Denys Prokopenko, comanda as tropas do Batalhão Azov dentro da siderúrgica, lançou um apelo desesperado para que os combatentes também fossem poupados. Ela disse que eles estariam dispostos a ir para um terceiro país esperar o fim da guerra, mas que nunca se renderiam à Rússia porque isso significaria "campos de detenção, prisão, tortura e morte". Se nada for feito para salvar seu marido e seus homens, eles "ficarão até o fim sem se renderem", disse.

Na noite de sexta-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou em um discurso em vídeo que estava envolvido em negociações diplomáticas para salvar os combatentes que seguem na siderúrgica. "Intermediários influentes estão envolvidos, países influentes", afirmou sem dar mais detalhes.

Algumas das pessoas retiradas da siderúrgica falaram sobre os horrores de estar cercado pela morte no bunker bolorento, subterrâneo, com pouca comida e água e cuidados médicos precários. Alguns disseram que se sentiram culpados por deixar outros para trás.

"As pessoas literalmente apodrecem como nossos casacos", disse Serhii Kuzmenko, 31 anos, que fugiu com sua esposa, a filha de 8 anos e outros quatro de seu bunker, onde outros 30 foram deixados para trás. "Eles precisam muito de nossa ajuda. Nós precisamos tirá-los de lá.'.

bl (AP, Reuters)

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