Mais de 10 mil civis morreram na guerra na Ucrânia, diz ONU
21 de novembro de 2023
De acordo com Nações Unidas, maior parte das vítimas morreu em ataques aéreos russos contra cidades ucranianas
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Mais de 10 mil civis já foram mortos na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, informou nesta terça-feira (21/11) a Organização das Nações Unidas (ONU). O Escritório de Direitos Humanos da ONU, porém, admite que o número real de vítimas pode ser "significativamente maior".
Um dos locais com maior número de vítimas foi a região em torno da cidade portuária de Mariupol, palco de violentos combates no começo da guerra.
As Nações Unidas, que enviaram dezenas de observadores à Ucrânia, também destacaram que cerca de metade das mortes nos últimos três meses ocorreu muito longe da linhas de frente, disse a ONU, atribuindo esse fato ao uso de mísseis de longo alcance pelas forças russas e à explosão tardia de munições abandonadas.
"Dez mil mortes de civis é um marco sombrio para a Ucrânia", disse Danielle Bell, chefe da missão de observação da ONU.
A grande maioria das vítimas civis foi morta em ataques aéreos russos contra cidades ucranianas, informou a ONU. Moscou rejeita a acusação de atacar intencionalmente alvos civis.
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Novo pacote de ajuda da Alemanha
Também nesta terça-feira, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, anunciou, em visita a Kiev, um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 1,3 bilhão de euros.
Pistorius explicou que o pacote incluirá "quatro sistemas IRIS-T SLM [defesa antiaérea], munições de 155 mm e minas antitanque" para apoiar as forças armadas ucranianas na luta para repelir a invasão russa.
A Alemanha é um dos principais fornecedores de assistência militar à Ucrânia, e Berlim comprometeu-se a ajudar Kiev a reforçar a proteção da população e do sistema energético contra a possibilidade de a Rússia lançar uma nova campanha de ataques maciços às infraestruturas civis às vésperas do inverno europeu.
Segundo a imprensa alemã, além dos quatro IRIS-T, que se juntam a outros oito prometidos até agora, o pacote inclui também cerca de 60 drones e duas dúzias de sistemas de radar antidrone.
Homenagem aos mortos da Praça Maidan
Pistorius participou em Kiev de uma homenagem aos mais de 100 mortos nos chamados "protestos de Maidan", há dez anos.
Em 21 de novembro de 2013, teve início uma série de manifestações que duraram três meses e culminaram na fuga para Rússia do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych, figura muito próxima ao Kremlin.
Na época, Yanukovych se negou a assinar o Acordo de Associação com a União Europeia, preferindo manter-se sob a influência de Moscou.
"Pessoas corajosas de todas as idades saíram às ruas pela liberdade, pela reaproximação com a Europa e pagaram por isso com as suas vidas", disse Pistorius em Kiev.
Meses depois dos protestos de Maidan, a Rússia respondeu invadindo e anexando ilegalmente a península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.
le (Reuters, Lusa, ots)
A invasão russa da Ucrânia em imagens
Em 24 de fevereiro de 2022, Moscou invadiu o território ucraniano por terra, ar e mar, lançou foguetes e destruiu instalações militares em diferentes partes do país vizinho. Em pânico, cidadãos tentaram fugir.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Ucranianos em pânico
Uma manhã dramática na Ucrânia. Depois que a Rússia iniciou um ataque ao país vizinho. e se ouviram as primeiras explosões – inclusive na capital, Kiev –, muitos fugiram. Veículos militares circulavam pelas ruas da cidade, enquanto residentes faziam as malas e tentavam deixar o local.
Foto: Sputnik/dpa/picture alliance
Filas de carros em Kiev
O desespero dos civis ucranianos gerou um enorme congestionamento na principal avenida em direção ao oeste de Kiev. O ataque foi anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, num pronunciamento, alegando ter iniciado uma operação militar contra a Ucrânia para de "desmilitarizar" o país e eliminar supostas "ameaças" contra Moscou.
Foto: Chris McGrath/Getty Images
Ataques aéreos
Explosões foram ouvidas alguns minutos depois do fim do pronunciamento de Putin. Nesta foto, vê-se um outdoor aparentemente destruído por um míssel, em Kiev. O governo ucraniano falou de uma "invasão em grande escala" de seu território, assegurando que o país "se defenderá e vencerá".
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Tropas ucranianas se mobilizam
Tanques ucranianos se deslocam para a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. As Forças Armadas ucranianas são as segundas maiores da região, porém a Rússia as supera em todas as áreas, exceto no número de soldados na ativa.
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Explosões em várias partes do país
Soldados examinam os restos de um foguete numa praça da capital ucraniana. Além de Kiev, explosões atingiram várias cidades próximas à fronteira com a Rússia. O mesmo ocorreu nas regiões costeiras, bem como na cidade portuária de Odessa, próxima à Península da Crimeia, ocupada por Moscou.
Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
Rússia destrói instalações militares
Algumas partes da Ucrânia ficaram cobertas por fumaça preta após as explosões. A coluna de fumaça nesta foto parte de um aeroporto militar que teria sido atingido por bombardeios, perto da cidade de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images
Ameaça à população
O Ministério da Defesa russo afirma que não visa cidades e "não há ameaça à população civil". A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia descreveu o espaço aéreo ucraniano como "zona de conflito ativo". Os metrôs de Kiev foram liberados ao público e muitos civis se abrigaram nas estações, como mostra esta foto.
Foto: AFP via Getty Images
Explosões em áreas residenciais
Apesar do que diz o governo russo, há relatos de explosões em áreas residenciais. Bombeiros tentam conter um incêndio num bloco de apartamentos após um suposto ataque aéreo na localidade de Chuhuiv, perto de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance
Invasão por terra
A invasão russa à Ucrânia ocorre também por mar e terra. Esta foto capturada por uma câmera de vigilância e publicada pelas autoridades fronteiriças da Ucrânia mostraria veículos militares russos cruzando a fronteira na Crimeia, em direção à Ucrânia. Essa península foi anexada pela Rússia em março de 2014.
Foto: State Border Guard Service Of Uk/picture alliance/dpa/PA Media
Alguns fogem, outros se preparam
Os efeitos dos ataques podem ser observados em todo o país. Na cidade de Lviv, de 700 mil habitantes, no extremo oeste da Ucrânia, longas filas se formaram em caixas eletrônicos O mesmo ocorreu em supermercados e lojas, na esperança de estocar alimentos e água. Enquanto alguns tentavam fugir, outros pareciam se preparar para se isolar.