Mais de 20 cristãos coptas morrem em ataque no Egito
26 de maio de 2017
Veículos que transportavam fiéis a um monastério em Minia são alvo de emboscada. Trata-se do mais recente de uma série de ataques a membros da Igreja Copta no país de maioria muçulmana.
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Atiradores mataram ao menos 26 cristãos coptas no Egito nesta sexta-feira (26/05), os quais se dirigiam a um monastério em Minia, cidade ao sul do Cairo com grande população de fiéis da igreja cristã. Segundo relatos, outras 26 pessoas ficaram feridas.
Segundo a agência de notícias Reuters, o grupo viajava em dois ônibus e num caminhão de pequeno porte até o monastério Anba Samuel quando homens armados abriram fogo contra os veículos. Um membro da igreja copta afirmou à imprensa que a maioria dos passageiros eram crianças, que faziam um trajeto habitual até o monastério.
De acordo com testemunhas, homens mascarados obstruíram a passagem dos veículos e abriram fogo. Esses relatos confirmam a presença de crianças entre os passageiros.
Os atentados aos cristãos coptas vêm aumentando no Egito desde 2013, após a deposição do presidente islamista Mohamed Morsi. Vários ataques ocorridos no país tiveram como alvo cristãos e suas igrejas, acusados por grupos armados de apoiar o Exército egípcio.
Em abril, 46 pessoas foram mortas em dois atentados suicidas a igrejas coptas nas cidades de Tanta e Alexandria, levando as autoridades a decretar estado de emergência de três meses de duração. Em dezembro, outro atentado suicida matou 28 pessoas numa capela copta anexada à principal catedral copta do Cairo. A autoria dos três ataques foi reivindicada pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).
O Egito, de maioria muçulmana, possui a maior comunidade cristã na região, somando 10% dos 93 milhões de habitantes do país.
RC/rtr/dpa
Contos do Nilo
O rio é fonte essencial de água no Egito, na Etiópia e no Sudão. O Instituto Goethe de Dessau, na Alemanha, apresenta o trabalho de três jovens fotógrafos que registraram o cotidiano à beira do rio nos três países.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Unidade e eternidade
O Nilo Azul, na Etiópia, simboliza maior unidade e eternidade divina. Longe das cidades, o rio oferece espaço e paz. Os impressionantes trabalhos da exposição "River Tales" ("Contos do Rio") são exibidos pela primeira vez no Escritório Alemão do Meio Ambiente, em Dessau, até 27 de maio de 2015.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Além da crise
Em vez de mostrar os conflitos políticos que afetam os países banhados pelo Nilo, uma exposição fotográfica promovida pelo Instituto Goethe foca nas pessoas que moram próximas ao rio e em seu cotidiano ante as adversidades. O fotógrafo Mahmoud Yakut capturou imagens de Rosetta, no Egito. Graças ao solo fértil, a agricultura é uma importante fonte de renda para muitas famílias no delta do Nilo.
Foto: Mahmoud Yakut
Fazendas de peixes
Perto de Rosetta, o rio mais longo do mundo encontra o Mar Mediterrâneo. Muitas pessoas vivem da pesca na região. Sobre a água, há as chamadas “fazendas de pesca”. Feitas de madeira, elas têm uma pequena cabana no meio, onde cabe apenas uma cama e alguns utensílios para cozinhar e fazer chá. Familiares se revezam para tomar conta de suas fazendas durante todo o dia.
Foto: Mahmoud Yakut
Vida na cidade
Em Rosetta, o passado encontra o presente. Desde a Idade Média, o porto tem sido um importante centro de comércio. A história e o movimento intenso caminham juntos. Ainda que a vida seja simples, a população de Rosetta é conhecida por ser cordial e generosa.
Foto: Mahmoud Yakut
O papel das mulheres
A maioria das mulheres de Rosetta fica em casa, cuidando das crianças e dos afazeres domésticos. Elas fazem pão nos tradicionais fogões de cerâmica. Algumas participam da vida econômica vendendo legumes e queijo feito em casa no mercado. Apesar da pobreza, o povo é bastante hospitaleiro: compartilhar faz parte da filosofia local.
Foto: Mahmoud Yakut
Inspiração criativa
Os três jovens fotógrafos autores da exposição fizeram parte de um workshop organizado pelo Instituto Goethe, no Sudão, em 2013. O projeto permitiu que eles viajassem aos seus respectivos países, muitos abalados por conflitos. Al-Sadig Mohamed, do Sudão, inspirou-se no tradicional artesanato em cerâmica produzido ao longo do Nilo.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Sustento no deserto
Ao longo do Nilo, as pessoas produzem cerâmica há séculos. Antes da represa de Assuã ter sido construída, as enchentes anuais deixavam fértil a terra próxima ao rio, no Egito. O rio garante o sustento em vários países africanos. As pessoas sempre dependeram dele para água, transporte, energia, agricultura e habitat. Ele também é um símbolo de mudança constante.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Tradições ancestrais
Cerâmica combina utilidade e estética. Ao longo dos séculos, o mais antigo dos artesanatos assumiu as mais diversas formas. Muitos exemplos da cerâmica da Núbia – região entre o sul do Egito e o norte do Sudão – são exibidos em museus e servem de testemunho da cultura e da história local.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Lições de humildade
O fotógrafo Brook Zerai Mengistu nos leva até o Nilo Azul, na Etiópia. Ele fotografou um grupo de estudantes da Bíblia que tentam viver como os primeiros cristãos: isolados da sociedade, esperando ganhar acesso ao mundo espiritual e que, por isso, se tornam curandeiros. O treinamento dos alunos nesse estado de solidão dura 14 anos.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Mendicância como aprendizado
De tempos em tempos, os estudantes da Bíblia deixam a comunidade isolada para pedir comida na cidade. Eles acreditam que mendigar é uma forma de apreender humildade. Para eles, ser humilde é uma maneira de adquirir poder espiritual.