Mais de 200 suspeitos de ligação com EI são investigados na Alemanha
11 de outubro de 2014
Há apenas um mês, o número de processos era de 140. Governo estuda medidas mais duras contra simpatizantes de grupos terroristas no país. Protestos na Alemanha pedem mais apoio aos curdos no combate aos jihadistas.
Anúncio
Autoridades na Alemanha investigam mais de 200 suspeitos no país de serem membros ou de apoiarem o grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI), declarou o ministro da Justiça alemão, Heiko Maas. O número de investigados cresceu bastante no último mês. Em setembro, eram cerca de 140.
"Há atualmente investigações sobre mais de 200 suspeitos de ligação com o 'Estado Islâmico'. Vamos fazer tudo o que é possível no código penal para combater o terror do EI. Além disso, não vamos tolerar distúrbios violentos na Alemanha", afirmou Maas, segundo publicou o site alemão Spiegel Online neste sábado (11/10).
O ministro também rejeitou as recentes exigências de uma rápida reforma para endurecer o código penal. "A resposta ao terror do EI não deve jamais cercear nossos direitos fundamentais. Ativismo puro não irá parar nenhum terrorista", afirmou o ministro. Ele acrescentou que o governo federal está analisando se a situação exige mudanças na legislação.
Para o ministro, o problema não é o atual código civil, pois os mais de 200 casos são abrangidos por essa legislação. Além de eventuais mudanças na legislação, também estão sendo avaliadas diferentes possibilidades para lidar de forma mais eficaz contra os extremistas.
Entre elas estão o endurecimento da pena para simpatizantes de grupos terroristas e o recolhimento dos passaportes de islamistas violentos, a fim de impedir a viagem deles para regiões em conflito.
Em meados de setembro, o governo alemão proibiu no país qualquer tipo de propaganda do grupo radical islâmico, além do recrutamento de combatentes em solo alemão.
Protesto contra o EI
A brutalidade do "Estado Islâmico" também tem causado indignação na Alemanha. Nos últimos dias, diversas organizações curdas realizaram protestos em diferentes cidades para pedir mais apoio na luta contra os jihadistas.
Neste sábado, cerca de 20 mil pessoas foram às ruas de Düsseldorf numa tentativa de chamar a atenção internacional para a situação dos curdos em Kobane.
"Europa e Estados Unidos só observam o cerco a Kobane, isso vai contra os direitos humanos. Os curdos evitaram um massacre contra os yazidis em Sinjar. Agora, outro massacre está prestes a acontecer e ninguém ajuda os curdos", criticou Gazi Kahraman, um jovem que participou do protesto.
A trágica situação da minoria yazidi no Iraque
Milhares de membros da minoria religiosa estão em fuga por causa do avanço dos radicais do "Estado Islâmico", para quem os yazidis são "adoradores do diabo".
Foto: AHMAD AL-RUBAYE/AFP/Getty Images
À procura de proteção
Não importa para onde, desde que seja seguro. Milhares de yazidis fogem da brutalidade do "Estado Islâmico" (EI). Sorte daqueles que encontraram abrigo no norte do Iraque, pois a situação dos que ficaram no Monte Sinjar é extremamente difícil, em especial por causa do escasso abastecimento. Eles esperam mais ajuda do Ocidente.
Foto: Reuters
Fuga em massa
Os yazidis foram expulsos, muitas vezes com brutal violência, da região controlada pela milícia sunita "Estado Islâmico". Milhares foram para a Síria, e outros voltaram ao Iraque, por exemplo para Fishkhabour, perto da fronteira com a Síria.
Foto: Reuters
Humilhação e trauma
Em muitos casos, os combatentes do EI pegaram dinheiro, objetos de valor e passaportes dos yazidis, deixando-os apenas com a roupa do corpo. As crianças estão traumatizadas com as expulsões em massa, nas quais ao menos 500 yazidis perderam a vida.
Foto: Reuters
Falta o essencial
Refugiados yazidis disputam garrafas de água que são distribuídas no norte do Iraque. Enviar mantimentos aos refugiados na região autônoma do Curdistão é um desafio logístico.
Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP/Getty Images
Crescente Vermelho em ação
Voluntários do Crescente Vermelho do Curdistão ajudam os refugiados assim que eles chegam aos pés das montanhas de Sinjar. Muitos estão feridos ou enfraquecidos pela longa viagem, frequentemente feita a pé.
Foto: Reuters
Abrigo improvisado
A situação de muitos refugiados no norte do Iraque é desesperadora. Segundo a Organização Internacional para Migração (OIM), mais de um milhão de pessoas estão em fuga no Iraque, entre eles também muitos cristãos.
Foto: picture-alliance/dpa
Lembranças da vida como ela era
A Agência da ONU para Refugiados montou um acampamento provisório perto da cidade de Erbil, no norte do Iraque. Os refugiados estão felizes por terem ao menos um pequeno espaço para chamarem de seu. Muitos conseguiram até trazer itens pessoais consigo.
Foto: picture-alliance/dpa
Abastecimento por helicóptero
As Forças Armadas dos Estados Unidos começaram a distribuir, há alguns dias, comida e água aos yazidis acampados na região montanhosa de Sinjar. Os suprimentos são questão de vida ou morte para os refugiados, que não têm contato com o mundo externo.
Foto: picture-alliance/dpa
Temendo pela própria vida
A ONU estima que cerca de mil pessoas ainda estão nas montanhas de Sinjar, onde as temperaturas são muito altas e há pouco abastecimento de água. Nos últimos dias, milhares conseguiram deixar o local.
Foto: picture-alliance/dpa
Mulheres, crianças e feridos primeiro
Na hora de embarcar no helicóptero, os assistentes dão prioridade aos refugiados muito feridos e enfraquecidos, assim como às mulheres e crianças. Recentemente, num acidente trágico, um helicóptero caiu porque estava muito pesado – havia pessoas demais a bordo.
Foto: picture-alliance/dpa
Crítica direta ao Ocidente
Em toda Europa, membros da comunidade yazidi estão pedindo ao Ocidente mais apoio aos grupos minoritários do Iraque. Na foto, manisfestantes em Hannover exigem mais ajuda humanitária e armas para os curdos no norte do Iraque, para que eles possam conter o avanço dos militantes do Estado Islâmico.