Mais de 60% dos jovens querem sair do Brasil, diz pesquisa
17 de junho de 2018
Sondagem do Datafolha indica que 62% dos brasileiros entre 16 e 24 anos desejam viver no exterior. Cifra equivale à população de Minas. Metade dos entrevistados entre 25 e 34 anos afirma querer morar fora.
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Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste domingo (17/06) indica que 62% dos brasileiros entre 16 e 24 anos desejam morar no exterior, cifra que corresponde a 19 milhões de pessoas – o equivalente à população do estado de Minas Gerais.
Segundo a sondagem, metade da população entre 25 e 34 anos deseja deixar o país, enquanto entre os entrevistados de 35 a 44 anos, 44% querem viver no estrangeiro.
Os porcentuais vão se reduzindo conforme aumenta a idade dos entrevistados, sendo de 32% na faixa etária de 45 a 59 anos e 24% entre os que têm 60 anos ou mais. A sondagem ouviu um total de 2.090 pessoas em todas as regiões brasileiras.
Em relação à escolaridade, 56% dos indivíduos que possuem ensino superior declararam o desejo de morar no exterior. Entre os que possuem os ensinos médio e fundamental, os percentuais foram de 48% e 27%, respectivamente.
O levantamento, realizado em 129 municípios brasileiros, levou também em consideração as diferenças sociais. Quanto mais alta a classe social do indivíduo, maior é o desejo de morar em outro país. De acordo com o Datafolha, 51% da classe A/B manifestaram essa vontade, assim como 44% da classe C e 30% da classe D/E.
Segundo a pesquisa, os EUA são o país que mais atrai os brasileiros, à frente de Portugal e Canadá.
MD/ots
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Brasil como esperança para refugiados venezuelanos
Despotismo estatal, crise de abastecimento, violência: esses são apenas alguns dos motivos por que milhares de venezuelanos abandonam seu país. Para muitos, o vizinho Brasil significa o começo de uma nova vida.
Foto: Reuters/N. Doce
Boa Vista: abrigos emergenciais em barracas
Muitos refugiados da Venezuela primeiro encontram abrigo no Brasil em barracas. As desta foto foram armadas pela Defesa Civil da cidade de Boa Vista, em Roraima. Em plena região amazônica, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a Venezuela, os refugiados recebem alojamento improvisado. A Igreja Evangélica local distribui refeições aos necessitados.
Foto: Reuters/N. Doce
Próxima parada: ginásio poliesportivo
O primeiro teto sobre a cabeça de muitos refugiados é o de um ginásio poliesportivo. Para o Brasil, que também enfrenta uma crise econômica, o acolhimento dos refugiados é tarefa complicada. Inúmeras cidades brasileiras já anunciaram a falta dos recursos necessários. Manaus, capital do Amazonas, já declarou estado de calamidade social.
Foto: Reuters/N. Doce
Aparência digna, mesmo na necessidade
Um cabeleireiro se ocupa de outro refugiado ao ar livre. Muitos jovens venezuelanos tentam a sorte no lado brasileiro da fronteira ou em outros países. Estima-se que cerca de 34 mil abandonaram a Venezuela em 2016. Em 2018, são esperados mais de 2 milhões de refugiados.
Foto: Reuters/N. Doce
Dar à luz no Brasil
Esta venezuelana deu à luz seu bebê no Brasil e recebe assistência no hospital. Em seu país, a assistência médica é extremamente restrita. Em situação econômica desoladora, o Estado venezuelano está incapacitado de adquirir os medicamentos e tecnologia médica necessários para assistir a população.
Foto: Reuters/N. Doce
Trabalho a todo custo
Nem bem chegam ao Brasil, os refugiados buscam alguma oportunidade de trabalho. As poucas economias que trazem consigo, em bolívares, não têm valor algum no Brasil. Por não encontrarem com facilidade empregos correspondentes a sua qualificação, mesmo venezuelanos com boa formação acadêmica têm que aceitar trabalhos informais.
Foto: Reuters/N. Doce
Vendedores ambulantes
Como a situação econômica no Brasil também é tensa, os refugiados concorrem com os vendedores ambulantes locais. Este homem portando uma mochila com as cores da bandeira nacional da Venezuela vende na rua pequenos acessórios para automóveis, como limpadores de para-brisa, protetores solares para vidros e sets de limpeza.
Foto: Reuters/N. Doce
Abrigos nas ruas
Atrás de um ginásio poliesportivo onde refugiados venezuelanos estão abrigados, esta família descansa em redes montadas na rua. Em muitos países sul-americanos, as redes são o lugar preferido para se dormir. A presença desses refugiados em Boa Vista, Roraima, vem gerando fortes sentimentos xenófobos entre a população local.
Foto: Reuters/N. Doce
Na mira das autoridades
Policiais de Boa Vista, Roraima, controlam regularmente os lugares onde vivem e se reúnem os refugiados venezuelanos. Sua situação de vida complicada acaba empurrando-os para a ilegalidade. A fim de melhorar suas condições financeiras, alguns se tornam criminosos, outros se prostituem – um desafio para forças de segurança e sociedade locais.