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Mais de mil são presos na Rússia em protestos contra Putin

21 de setembro de 2022

Detenções ocorrem em 38 cidades em atos contra convocação de civis para lutar na Ucrânia. Após chefe do Kremlin anunciar medida, passagens em voos para o exterior nos próximos dias praticamente se esgotam.

Russland l Proteste gegen Teilmobilmachung l Moskau
Foto: Reuters Photographer/REUTERS

Mais de mil pessoas foram presas nesta quarta-feira (21/09) em manifestações em toda a Rússia contraa decisão do presidente do país, Vladimir Putin, de ordenar uma "mobilização parcial" de tropas, convocando reservistas para lutar na Ucrânia.

Segundo o grupo OVD-Info, organização humanitária especializada no monitoramento de detenções, pelo menos 1.400 pessoas foram detidas em protestos em 38 cidades em todo o país após o discurso matinal de Putin à nação. As manifestações são as maiores na Rússia desde as que eclodiram após o anúncio da intervenção militar de Moscou na Ucrânia em fevereiro.

Jornalistas da agência de notícias AFP disseram que no centro da capital russa, Moscou, pelo menos 50 pessoas foram detidas pela polícia em uma importante rua comercial.

Na antiga capital imperial da Rússia, São Petersburgo, repórteres da agência viram a polícia cercar um pequeno grupo de manifestantes e detê-los um a um, colocando-os em um ônibus.

"Todo mundo está com medo. Eu sou pela paz e não quero ter que pegar numa arma. Mas sair agora é muito perigoso, porque senão haveria muito mais pessoas", disse o manifestante Vasily Fedorov, um estudante que usava um símbolo pacifista no peito.

"Vim para o comício planejando participar, mas parece que já prenderam todo mundo. Este regime se condenou a si mesmo e está destruindo a juventude", disse Alexei, de 60 anos, que se recusou a dar seu sobrenome.

"Por que você está servindo a Putin, um homem que está no poder há 20 anos?", grita um jovem manifestante contra um policial. "Vim dizer que sou contra a guerra e a mobilização", disse a estudante Oksana Sidorenko. "Por que eles estão decidindo meu futuro por mim? Estou com medo por mim mesma e por meu irmão", acrescentou.

Alina Skvortsova, de 20 anos, disse esperar que os russos logo entendam a natureza da ofensiva do Kremlin na vizinha Ucrânia. "Assim que eles realmente entenderem, eles vão sair às ruas, apesar do medo", disse.

Passagens ao exterior esgotadas

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, afirmou na quarta-feira que a Rússia mobilizaria inicialmente cerca de 300 mil reservistas, depois que Putin, em um discurso televisionado, alertou que Moscou usaria todos os meios militares disponíveis na Ucrânia.

Passagens para voos para fora da Rússia nos próximos dias quase se esgotaram totalmente, mostram dados de companhias aéreas e agências de viagens nesta quarta-feira, em um aparente êxodo de pessoas que não querem se juntar ao conflito.

A mídia local informou que os preços de algumas passagens para destinos como Turquia, Armênia e Azerbaijão teriam subido para o equivalente a mais de 2 mil euros (R$ 10 mil).

A convocação de reservistas não foi completamente inesperada. As discussões sobre se a Rússia precisaria de mais soldados assumiram uma nova urgência neste mês, depois que a Ucrânia retomou o controle de mais de 6 mil quilômetros quadrados de território que estava sob controle russo.

Ao longo da guerra, houve relatos sobre uma campanha na Rússia para recrutar mais homens para lutar, incluindo anúncios em sites de emprego prometendo dinheiro rápido. Em meados de setembro, circularam imagens nas mídias sociais que supostamente mostravam o empresário ligado ao Kremlin Yevgeny Prigozhin recrutando prisioneiros russos para lutar na Ucrânia como parte do grupo mercenário Wagner.

md (AFP, Reuters, DW)

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