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Escândalo derruba mais dois ministros do governo Macron

21 de junho de 2017

François Bayrou, da Justiça, e Marielle de Sarnez, dos Assuntos Europeus, anunciam suas renúncias enquanto partido de ambos, o MoDem, é alvo de investigação pela criação de empregos fictícios no Parlamento Europeu.

François Bayrou e Marielle de Sarnez deixam o governo em meio ao escândalo do MoDem
François Bayrou e Marielle de Sarnez deixam o governo em meio ao escândalo do MoDemFoto: Imago/PanoramiC

O escândalo envolvendo o partido Movimento Democrático (MoDem), aliado do presidente francês, Emmanuel Macron, resultou na renúncia de mais dois ministros de Estado. François Bayrou, da Justiça, e Marielle de Sarnez, da pasta de Assuntos Europeus, anunciaram nesta quarta-feira (21/06) que vão deixar o governo.

O partido de ambos, o MoDem, é alvo de um inquérito por suposto uso abusivo de recursos do Parlamento Europeu através da contratação de assistentes fictícios, cujos salários teriam sido destinados ao pagamento de funcionários do partido na França.

"Tomei a decisão de não fazer parte do próximo governo", anunciou Bayrou, um dos principais apoiadores do movimento República em Marcha! (LREM) de Macron durante a campanha presidencial. Na época, o então candidato afirmou que os apoios de Bayrou e do MoDem haviam sido determinantes na corrida ao Palácio do Eliseu.

Quanto a De Sarnez, considerada o braço direito de Bayrou, o MoDem sustenta que ela renunciou ao cargo para assumir a presidência do bloco do partido na Assembleia Nacional e tomar parte na formação da coalizão centrista.

As novas renúncias elevam a quatro o número de ministros que deixaram o governo em apenas três dias. A ministra da Defesa, Sylvie Goulard, também do MoDem, e o ministro da Coesão Territorial, Richard Ferrand, já haviam partido. Goulard, também envolvida no escândalo dos empregos fictícios, disse que saía para se concentrar na sua defesa.

O inquérito para averiguar se o MoDem usou recursos europeus para pagar o salário de funcionários do partido na França, que teriam assinado contratos como assistentes no Parlamento Europeu, foi aberto no dia 9 de janeiro. Nenhum dos três demissionários do MoDem foi formalmente acusado no escândalo e todos negam que tenham feito algo errado.

O escândalo é ainda mais constrangedor porque Bayrou, um aliado chave de Macron, coordenava o projeto de lei para a moralização do serviço público que é uma das prioridades do novo presidente.

Macron deverá anunciar em breve a remodelação do governo, após conquistar maioria parlamentar absoluta nas eleições legislativas do último domingo. O LREM conquistou 307 das 577 cadeiras na Assembleia Nacional, enquanto o MoDem ficou com 42.

O porta-voz do governo francês, Christophe Castaner, disse que a renúncia dos membros do MoDem "simplifica as coisas". "Temos a maioria após a grande vitória no domingo e possuímos todos os meios para governar. Agora é hora de irmos ao trabalho", afirmou.

RC/lusa/rtr/afp      

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