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Mais uma criança imigrante morre sob custódia dos EUA

26 de dezembro de 2018

Menino de oito anos da Guatemala morre em hospital após passar mal. Com segundo caso de morte de criança migrante sob custódia neste mês, EUA dizem que farão exames médicos em todos os menores de até 10 anos.

Milhares de pessoas deixaram nas últimas semanas países das Américas do Sul e Central para ir em direção aos EUA
Milhares de pessoas deixaram nas últimas semanas países das Américas do Sul e Central para ir em direção aos EUAFoto: Reuters/A. Latif

Um menino de oito anos da Guatemala que estava sob a custódia do governo dos Estados Unidos morreu nesta terça-feira (25/12) em um hospital do estado do Novo México, após ter cruzado irregularmente a fronteira do país. Trata-se da segunda morte entre crianças que estão sob custódia da imigração americana somente neste mês.

As informações foram divulgadas pelo Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos EUA (CPB), responsável por cuidar dos imigrantes capturados ao chegarem ao país. Segundo o órgão, a criança morreu durante a madrugada por motivos ainda desconhecidos.

O menino começou a mostrar sintomas de uma "possível doença", de acordo com o CBP, na segunda-feira. Um dos agentes percebeu que ela não estava bem e decidiu levá-lo com o pai ao centro médico regional Gerald Champion, na cidade de Alamogordo, no Novo México.

No hospital, os médicos afirmaram que a criança tinha um resfriado comum e, quando iam dar alta, perceberam que ela apresentava um quadro de febre. O jovem guatemalteco ficou mais 90 minutos em observação e deixou o local na tarde da segunda-feira, com uma receita para tomar um anti-inflamatório e um antibiótico.

Na noite de segunda-feira, o menino começou a vomitar e a sentir náuseas, voltando ao hospital. No entanto, apesar do atendimento médico, o pequeno imigrante acabou morrendo durante a madrugada desta quarta-feira.

Como é habitual nesses casos, o Departamento de Segurança Nacional, que controla a política migratória e supervisiona o CBP, informou o Congresso sobre a morte da criança. Além disso, uma investigação foi aberta para descobrir o que de fato ocorreu.

O Ministério das Relações Exteriores da Guatemala afirmou que seu cônsul em Phoenix irá entrar em contato com o pai do menino, a quem se comprometeu a prestar toda a assistência e proteção consular necessárias. Em uma declaração, o ministério disse que também solicitou os relatórios médicos para esclarecer a causa da morte.

No início do mês, Jakelin Caal Maquín, de sete anos, também da Guatemala, morreu sob a custódia das autoridades americanas. Depois de ser presa e levada para um centro de detenção montado pelo CBP, a menina apresentou um quadro de febre alta com convulsões. No hospital, sofreu uma parada cardíaca e acabou morrendo.

Como medida para evitar casos como os dos guatemaltecos, o governo americano anunciou que realizará exames médicos adicionais em todas as crianças sob sua custódia, com atenção especial para os menores de 10 anos. O CPB vai também trabalhar com a agência de imigração e alfândega para melhorar as opções de custódia.

A morte das crianças alimenta críticas contra as políticas migratórias do presidente Donald Trump por parte dos democratas e dos advogados dos migrantes. A administração de Trump chegou a afirmar que a morte da menina Jakelin Caal Maquín mostrou o perigo de sua jornada e da decisão da família de atravessar a fronteira ilegalmente.

FC/efe/lusa/rtr/afp/ap

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