Malásia busca 4 norte-coreanos por morte de Kim Jong-nam
19 de fevereiro de 2017
Polícia malaia diz que suspeitos deixaram o país no mesmo dia do ataque contra o meio-irmão do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Governo sul-coreano acusa regime de Pyongyang de estar por trás do assassinato.
Anúncio
A polícia da Malásia afirmou neste domingo (19/02) que procura quatro homens de nacionalidade norte-coreana pelo assassinato, no aeroporto de Kuala Lumpur, de Kim Jong-nam, o meio-irmão do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
"Os quatro suspeitos são da Coreia do Norte, e podemos confirmar que os quatro deixaram o país no mesmo dia do ataque", afirmou o subdiretor da polícia da Malásia, Noor Rashid Ibrahim. A polícia afirmou não saber se os quatro suspeitos têm ligações com o governo da Coreia do Norte, mas disse que está em contato com a Interpol e outros organismos para prendê-los.
As pessoas procuradas são Ri Jae-nam, de 57 anos, que chegou à Malásia em 1º de fevereiro; O Jong-gil, de 55 anos, que entrou no país em 7 de fevereiro; Hong Song Hac, de 34 anos, no dia 31 de janeiro; e Rhi Ji Hyon, de 33 anos, em 4 de fevereiro.
Kim Jong-nam morreu nesta segunda-feira quando era levado ao hospital depois que, aparentemente, duas mulheres o envenenaram no terminal de saídas internacionais do aeroporto de Kuala Lumpur. Ele iria pegar um voo de volta para Macau, onde vivia. A polícia malaia mantém detidos duas mulheres – uma vietnamita e outra indonésia –, um malaio e um norte-coreano por causa do assassinato.
Seul acusa Pyongyang por morte
O governo da Coreia do Sul afirmou neste domingo que o regime de Pyongyang está por trás do assassinato de Kim Jong-nam, já que cinco suspeitos são de nacionalidade norte-coreana. "Levando em conta que cinco suspeitos foram identificados como norte-coreanos, o governo considera que o regime da Coreia do Norte está por trás do incidente", declarou um porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.
A reação da Coreia do Sul é conhecida depois que a polícia da Malásia deteve, na sexta-feira, um norte-coreano de 46 anos por causa do assassinato de Kim Jong-nam e revelou que procura outros quatro cidadãos dessa mesma nacionalidade por seu envolvimento no caso.
As autoridades da Malásia asseguraram que a investigação prossegue e não quiseram divulgar a causa exata da morte nem especular sobre quem está por trás do assassinato. "Não estamos interessados em política ou outros elementos. No que estamos interessados é por que se cometeu um crime dessa categoria em nosso país. Nosso trabalho é descobrir a verdade e levar os culpados à Justiça", declarou Noor Rashid.
Na terça-feira passada, o governo sul-coreano qualificou de "brutal e desumano" o assassinato de Kim Jong-nam, e os serviços de inteligência de Seul afirmaram que Pyongyang já havia tentado assassinar o meio irmão de Kim Jong-un em 2012.
FC/efe/dpa/ap
Os encantos secretos da Coreia do Norte
Natural de Cingapura, o fotógrafo Aram Pan percorreu durante vários dias o território da ditadura comunista na Ásia. Mas se recusou a abordar política: para ele o que contam são belezas naturais e arquitetônicas.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Tranquila beleza de Pyongyang
O fotógrafo cingapurense Aram Pan viajou em 2013 à Coreia do Norte para realizar o projeto DPRK 360, em que buscou imortalizar o povo e a forma de vida desse hermético Estado asiático, expondo as imagens online. Esta foi tirada do Hotel Yanggakdo, onde Pan se hospedou durante sua estada na capital, Pyongyang.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Ao pé dos ídolos nacionais
O Grande Monumento Mansudae é um dos pontos turísticos mais visitados da capital norte-coreana. Turistas locais e internacionais costumam depositar flores aos pés das gigantescas estátuas dos líderes comunistas Kim Il-sung e Kim Jong-il, que se destacam em meio à esplanada extremamente bem cuidada.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Polícia robótica
Aram Pan conta que a policial da foto se manteve imóvel apenas os segundos necessários para registrá-la. Embora no país não circulem muitos automóveis, as cidades mantêm funcionários encarregados de manter a ordem no tráfego – para o que executam movimentos rítmicos, como robôs.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Metrô sob o signo do perigo
São 15h de um dia de agosto de 2013. Embora não seja horário de pico, o metrô da capital está abarrotado. As estações do meio de transporte urbano, que dispõe de duas linhas, foram construídas a vários metros de profundidade, a fim de resistirem a eventuais bombardeios.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
"Shiny happy people"
Cidadãos dançando felizes e despreocupados, numa ditadura comunista? Além de não interferir no que registra, Pan se recusa a discutir política. Ele pede aos que veem suas fotografias que não pensem nele, mas na gente e nas paisagens do país. "Ninguém viaja a um país para fotografar cárceres", argumenta, ao ser criticado por mostrar uma Coreia do Norte amável. A imagem foi feita perto de Wonsan.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Sol, areia e mar
Na costa norte-coreana, não há diferença visível entre os divertimentos dos cidadãos nas praias e os de qualquer democracia do mundo. Eles jogam voleibol, brincam na areia, entram de boia na água. Não faltam chuveiros para tirar a areia antes da volta para casa. Em muitas fotografias de Pan veem-se rostos sorridentes.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Chove sobre a cidade
Dia de chuva em Wonsan, na costa leste. Aram Pan brinca, afirmando que as pessoas sabem mais sobre o cosmos do que sobre a Coreia do Norte. E acrescenta que deseja contribuir com seu pequeno grão de areia para que isso mude.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
De guarda-chuva no palácio
Estas graciosas meninas são alunas do Palácio de Crianças de Mangyongdae, uma escola perto de Pyongyang. Dança, música, interpretação teatral e desenho são algumas das disciplinas ensinadas na conceituada instituição pública.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Talento genuíno
O fotógrafo de Cingapura conta que esteve cinco minutos observando este garoto desenhar e pode atestar que seu talento é genuíno. Alguns visitantes da página do DPRK 360 no Facebook duvidam da autenticidade das fotografias, que poderiam ser encenadas ou seriam meras atuações para os turistas. Aram Pan assegura que não é o caso.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Sensacional coordenação
O famoso Festival Arirang, de que participam até cem mil ginastas, é uma das maiores demonstrações de trabalho coordenado do mundo. A celebração iniciada em 2002, em honra do fundador da nação, Kim Il-sung, é outra das grandes atrações turísticas norte-coreanas.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Expressão da normalidade
Perto de Kaesong, cidade famosa por dispor de fábricas de investidores sul-coreanos, Aram Pan viu esta senhora que passeava com uma menina. Ele diz que a imagem expressa exatamente o que desejava mostrar da Coreia do Norte: gente comum e normal.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Maravilhas de natureza
Os arredores do monte Kumgang são muito frequentados pelos norte-coreanos, que lá vão para fazer piquenique enquanto admiram a paisagem. A região é umas das grandes apostas do regime: o país aspira transformar-se em polo turístico internacional, e maravilhas naturais como Kumgangsam deverão convencer até os mais céticos.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Vida noturna na capital
À noite, os moradores de Pyongyang tomam o bonde para voltar à casa. Aram Pan enfatiza a misteriosa beleza noturna da cidade, quando o silêncio toma conta dela e as luzes lhe conferem uma atmosfera inigualável.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Maior que o de Paris
Construído em 1982 em homenagem ao 70º aniversário do líder Kim Il-sung, o Arco do Triunfo de Pyongyang é uma dezena de metros mais alto do que seu equivalente em Paris, em cuja arquitetura é baseado. Também aqui a escuridão do céu e a iluminação urbana criam um clima mágico.
Foto: Aram Pan, All Rights Reserved
Um mundo sem política?
Enquanto o sol se põe na capital, vê-se, em primeiro plano, a Torre Juche, enorme obelisco de 170 metros de altura também erguido em 1982 em honra de Kim Il-sung. O fotógrafo Aram Pan não quer saber de conflitos, ideologias ou violações dos direitos humanos: para ele o que conta são as belezas naturais e arquitetônicas da Coreia do Norte, as quais quer mostrar ao mundo em seu projeto DPRK 360.