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Malala retorna à cidade natal seis anos após sofrer atentado

31 de março de 2018

Ativista que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2014 pela sua atuação em defesa da educação para meninas fez uma breve visita em meio a um forte esquema de segurança. 

Pakistan Malala Yousafzai in Heimatstadt Mingora im Swat Valley
Malala visita Mingora acompanhada do pai de um irmão. Foto: Getty Images/AFP/A. Majeed

A ativista Malala Yousafzai retornou neste sábado (31/03) à sua cidade natal pela primeira vez desde 2012, quando foi baleada na cabeça por um terrorista do grupo fundamentalista Talibã por defender educação para meninas. À época ela tinha 15 anos. Após sobreviver ao ataque, ela passou a morar no Reino Unido.

Yousafzai e sua família chegaram à cidade de Mingora, no norte do Paquistão, em um helicóptero fornecido pelo Exército paquistanês, em meio a um forte esquema de segurança. A ativista chegou ao Paquistão na quinta-feira (29/03) e inicialmente sua agenda não foi divulgada por questões de segurança. A imprensa internacional também especulou se ela iria mesmo se arriscar a visitar sua cidade natal.

Após chegada em Mingora, Malala foi levada para uma escola local, onde se reuniu com estudantes. Antes disso, ela visitou a casa da sua família acompanhada do pai, da mãe e de um irmão.

Apesar de sua atuação como ativista e de ter sido a laureada mais jovem da história do Prêmio Nobel, Malala, hoje com 20 anos, desperta sentimentos mistos no Paquistão.  Ela é frequentemente atacada por conservadores religiosos do país, que veem sua atuação na educação de meninas como promoção de valores ocidentais no Paquistão.

Na quinta-feira,  ao retornar pela primeira vez ao Paquistão depois do atentado contra sua vida, Malala disse estar emocionada. 

"Pelos últimos cinco anos, eu sonhei em colocar os pés em meu país. Este é o dia mais feliz da minha vida. Ainda não consigo acreditar que está acontecendo", disse.

Ativista pela educação das mulheres

Malala começou a atuar na defesa da educação para meninas com apenas 11 anos. Na época, escrevia um blog para a emissora britânica BBC com o pseudônimo de Gul Makai, no qual contava como era sua vida e de suas amigas sob as atrocidades do regime do Talibã.

Malala retorna ao Paquistão seis anos após atentado

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Em 9 de outubro de 2012 foi vítima de um atentado em Mingora, no noroeste do país, quando dois membros do Talibã se aproximaram ao veículo escolar onde Malala se encontrava e atiraram nela com um fuzil, atingindo a jovem no crânio e pescoço.

Ela foi levada ao Reino Unido para cirurgia e permaneceu for a do país desde então, escrevendo o livro best-seller "Eu sou Malala" em parceria e dando início a uma fundação pela promoção global de educação para garotas.

Em 2014, Malala ganhou o Nobel da Paz, tornando-se a mais jovem vencedora do prêmio, com 17 anos. O Nobel, compartilhado com o indiano Kailash Satyarthi, foi concedido em reconhecimento à luta da paquistanesa pelo direito à educação das crianças.

Durante uma conferência no Fórum Econômico Mundial 2018, em Davos, na Suíça, a jovem lembrou que mais de 130 milhões de jovens e crianças do sexo feminino são privadas da educação e não podem frequentar a escola.

JPS/ap/rt

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