Malala retorna ao Paquistão seis anos após atentado
29 de março de 2018
Ativista pela educação de meninas é recebida com forte esquema de segurança e terá encontro com primeiro-ministro. Em 2012, ela foi vítima de um ataque a tiros do Talibã, e desde então vive no Reino Unido.
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A ativista Malala Yousafzai retornou ao Paquistão nesta quinta-feira (29/03), quase seis anos após ser vítima de um ataque do grupo fundamentalista Talibã por defender a educação para meninas.
O porta-voz do Ministério do Exterior paquistanês, Mohammed Faisal, saudou o retorno da ativista. "O Paquistão dá as boas-vindas a Gul Makai [como também é conhecida] à sua casa. Estamos orgulhosos de você", escreveu no Twitter.
No sábado, dia em que se comemorou a data nacional paquistanesa, Malala postou nas redes sociais: "Neste dia, avalio as memórias do meu lar, jogando críquete nos telhados e cantando o hino nacional no colégio. Feliz Dia do Paquistão".
Malala retorna ao Paquistão seis anos após atentado
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Em 9 de outubro de 2012, quando tinha apenas 14 anos, a ativista foi baleada na cabeça e no pescoço a caminho da escola. Logo depois foi transferida para um hospital em Rawalpindi, cidade perto da capital do país, e depois levada ainda inconsciente para o Reino Unido, onde se recuperou e hoje reside com a família. A paquistanesa estuda economia, filosofia e ciência política na Universidade de Oxford.
No aeroporto de Islamabad, capital do Paquistão, havia um forte esquema de segurança à espera de Malala, que deixou o local com os pais numa escolta de 15 carros.
Também por questões de segurança, a agenda da jovem no Paquistão não foi revelada na íntegra. Até o momento foi divulgado somente que a ativista vai se reunir com o primeiro-ministro, Shahid Khaqan Abbasi, para tratar de questões relacionadas com a educação das meninas.
Malala começou a atuar na defesa da educação para meninas com apenas 11 anos.
Na época, escrevia um blog para a emissora britânica BBC com o pseudônimo de Gul Makai, no qual contava como era sua vida e de suas amigas sob as atrocidades do regime do Talibã.
Em 9 de outubro de 2012 foi vítima de um atentado em Mingora, no noroeste do país, quando dois membros do Talibã se aproximaram ao veículo escolar onde Malala se encontrava e atiraram nela com um fuzil, atingindo a jovem no crânio e pescoço.
Em 2014, Malala ganhou o Nobel da Paz, tornando-se a mais jovem vencedora do prêmio, com 17 anos. O Nobel, compartilhado com o indiano Kailash Satyarthi, foi concedido em reconhecimento à luta da paquistanesa pelo direito à educação das crianças.
Durante uma conferência no Fórum Econômico Mundial 2018, em Davos, na Suíça, a jovem lembrou que mais de 130 milhões de jovens e crianças do sexo feminino são privadas da educação e não podem frequentar a escola.
"Nós não vamos pedir aos homens que mudem o mundo, nós vamos fazer isso nós, mesmas", disse a ativista em Davos. Na ocasião, Malala já dava pistas que queria retornar ao país de origem. "Espero poder voltar ao Paquistão um dia, é difícil não ver a nossa casa, família e amigos durante mais de cinco anos", declarou.
LM/lusa/efe
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Dez mulheres que fizeram história
Ao longo da história, houve várias pioneiras, seja na ciência ou na luta pelo voto feminino e o direito à educação. Conheça algumas mulheres que se destacaram no seu tempo.
Foto: Hilary Jane Morgan/Design Pics/picture alliance
Primeira rainha-faraó
Após a morte de seu marido, o faraó Tutmés 2º, Hatschepsut assumiu o trono em 1479 a.C., como rainha-faraó tanto do Alto quanto do Baixo Egito. As duas décadas em que esteve no poder foram de paz e de prosperidade econômica. Seu sucessor, Tutmés 3º, no entanto, tentou apagar todos os vestígios da primeira rainha-faraó da história.
Foto: picture alliance/dpa/C.Hoffmann
Mártir francesa
Na Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França, Joana d'Arc, uma filha de camponeses de 13 anos, teve uma visão. Santos pediram a ela que salvasse a França e trouxesse Carlos 7º ao trono. Em 1430, ela foi presa durante uma missão militar. No julgamento, em que virou heroína da França, foi condenada a morrer na fogueira. Mais tarde, seria reabilitada e, em 1920, canonizada por Bento 15.
Foto: Fotolia/Xavier29
Catarina, a Grande
Com um golpe audacioso, Catarina 2ª derrubou o odiado marido do trono e se proclamou imperatriz da Rússia. Ela provou sua capacidade de governar ao dominar todo o território russo e liderar campanhas militares até a Polônia e a Crimeia. Graças a isso, Catarina é a única governante do mundo com o epíteto "a Grande".
Foto: picture alliance/akg-images/Nemeth
Monarca perspicaz
Quando Elisabeth 1ª ascendeu ao trono britânico, ela assumiua supremacia sobre um país em revolta. Ela acabou conseguindo apaziguar a guerra religiosa entre católicos e protestantes, e trouxe uma era de prosperidade ao império britânico. A cultura viveu seu auge com Shakespeare e os navios britânicos derrotaram a armada espanhola.
Foto: public domain
Feminista radical
Em 1903, Emmeline Pankhurst (1858-1928) fundou o movimento feminista no Reino Unido. Na luta para que as mulheres pudessem votar, fez greve de fome, incendiou casas e foi condenada. Em 1918, conseguiu que mulheres a partir dos 30 anos pudessem votar. Morreu em 1928, ano em que começou a vigorar na Inglaterra o sufrágio universal para as mulheres.
Foto: picture alliance/akg-images
Revolucionária alemã
Num tempo em que as mulheres ainda não podiam votar, Rosa Luxemburg estava à frente do revolucionário movimento social-democrático alemão. Cofundadora do movimento de esquerda Liga Espartaquista e do Partido Comunista da Alemanha, tentou acelerar o fim da Primeira Guerra Mundial com greves em massa. Após a repressão da revolta espartaquista, em 1919, ela foi assassinada por militares alemães.
Foto: picture-alliance/akg-images
Grande pesquisadora
Marie Curie (1867-1934) foi uma das pioneiras na pesquisa da radioatividade, o que inclusive lhe rendeu um Nobel de Física, em 1903, mas também os sintomas da então ainda desconhecida doença provocada pela radiação. A descoberta dos elementos Rádio e Polônio lhe valeu o Nobel de Química em 1911. Após a morte do marido, Pierre, ela assumiu sua cátedra, tornando-se a primeira professora na Sorbonne.
Foto: picture alliance/Everett Collection
Diário revelador
"Sua Anne". Assim Anne Frank termina o diário que escreveu entre 1942 e 1944. Na última foto, a garota de 13 anos ainda sorri despreocupada. Dois meses mais tarde, em julho de 1942, ela se mudaria para o esconderijo em Amsterdã. Ali ela viveu na clandestinidade até ser deportada para Auschwitz, onde morreu em março de 1945. Seu diário é um dos mais importantes testemunhos do Holocausto.
Foto: Internationales Auschwitz Komitee
Primeira Nobel africana
"A primeira verde da África" escreveu um jornal alemão referindo-se a Wangari Maathai. Desde os anos 1970, ela se engajava tanto pelos direitos humanos quanto pela preservação do meio ambiente. Com a ONG Movimento Cinturão Verde ela plantou árvores para frear a desertificação. Em casa, no Quênia, ela muitas vezes foi ridicularizada. Mas, em 2004, seu trabalho foi coroado com o Prêmio Nobel da Paz.
Foto: picture-alliance/dpa
Símbolo do direito à educação
Ela tinha 11 anos em 2009 quando falou à imprensa sobre os horrores do Talibã no Paquistão. Quando sua escola para meninas foi fechada, ela lutou pelo direito à educação. Em 2012, sobreviveu a um atentado à bala. Já recuperada, escreveu a autobiografia "Eu sou Malala". Em 2014, com 17 anos, ganhou o Nobel da Paz por defender os direitos de meninas e mulheres.